O descarrilamento que provocou um incêndio em oito vagões que transportavam óleo diesel, no domingo, 4, no distrito de Alfredo Guedes, próximo a Lençóis Paulista, consumiu aproximadamente 230 mil litros do combustível. Para se ter uma idéia, a quantidade de líquido inflamável que se transformou em enormes labaredas seria suficiente para encher uma piscina de 20 metros de comprimento por oito metros de largura e 1,5 metros de profundidade.
O acidente tomou tamanha proporção que os homens do Corpo de Bombeiros precisaram trabalhar mais de quatro horas ininterruptas para conseguir debelar as chamas. O oitavo vagão, provavelmente um dos primeiros a descarrilar, foi totalmente consumido; os sete primeiros foram parcialmente queimados.
"Para diminuir o risco de explosão, existe uma válvula de escape que é ativada em caso de acidente, para que o combustível seja despejado para fora do vagão. Como a composição havia tombado e estava muito aquecida pelo atrito com os trilhos, o óleo que saía logo virava fogo", explica Durval Nascimento Neto, gerente de meio ambiente da América Latina Logística (ALL).
Ainda no domingo, poucas horas depois do fogo ser controlado, uma equipe de 60 profissionais da ALL, que administra a ferrovia, se deslocou até a área para iniciar o trabalho de recuperação dos trilhos. Na tarde, um desvio, a menos de dois metros de distância da linha férrea original, já estava praticamente pronto.
Ao todo, 180 metros de extensão da malha foram restaurados. "Tivemos de trocar todos os dormentes (peças de madeira) que foram queimados e também parte dos trilhos (metálicos)", conta o gerente ambiental da ALL.
Na segunda-feira, foi retirado o combustível restante dos oito vagões danificados, equivalente a cerca de 330 mil litros de óleo diesel. De acordo com Nascimento Neto, todo o material inflamável será bombeado por caminhões-vácuo e acondicionado em outra composição, que seguirá até o seu local de destino, Campo Grande/MS.
Na próxima semana, todos os vagões envolvidos no acidente serão retirados por guinchos ferroviários e avaliados por uma equipe especializada em mecânica. Em seguida, o solo será analisado e, caso seja constatada contaminação, a camada de terra atingida será removida e encaminhada a um aterro industrial.
Preliminarmente, acredita-se que o impacto ambiental tenha sido reduzido, já que a maior parte do combustível que vazou foi consumida rapidamente. De acordo com a assessoria de imprensa da ALL, nem mesmo um rio, a 500 metros de distância do local do acidente, chegou a ser atingido.
O laudo que explicará as causas do acidente será divulgado em 29 dias. Para tanto, técnicos da ALL em mecânica, via permanente, meio ambiente e produção já estão coletando dados no local. O relatório será formulado e enviado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Fonte: Jornal da Cidade de Baurú
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