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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Iluminando o Natal com segurança

Por: Francisco Carlos Martins - Gerente de serviços de rede da CPFL Paulista
Decorar a casa faz parte do clima festivo do final do ano. É época de montar e iluminar as árvores de Natal e enfeitar a fachada de residências e comércios com pisca-piscas das mais variadas cores e tamanhos. Mas é importante ficar atento, pois essa decoração, que encanta crianças e adultos, e está cada vez mais presente nas cidades, requer cuidados que podem evitar gastos desnecessários e principalmente acidentes, como curtos-circuitos, choques elétricos e até mesmo incêndios. 
O primeiro cuidado que se deve ter é na hora de comprar o pisca-pisca e a árvore-de-natal. 
O consumidor deve buscar sempre enfeites de qualidade, certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Essa certificação garante maior segurança, já que o equipamento que a recebe é submetido a vários testes antes de chegar ao mercado. 
É importante que a árvore tenha garantia de resistência ao fogo. Essa medida pode evitar que, na eventualidade de um curto-circuito, ela se transforme em combustível. 
Após algum tempo guardado, o pisca-pisca pode sofrer danos devido ao próprio manuseio. Por isso, é necessário também verificar as condições dos fios e fazer as instalações sempre com o pisca desligado da tomada. 
Já dentro de casa, o alerta é para que as crianças tenham acesso vigiado à árvore-de-natal, pois elas podem sofrer choque elétrico ou provocar acidentes ao mexer nos enfeites. 
Evitar a utilização de multiplicadores de tomadas, o famoso “T”, e emendas de fios, que podem ser pontos de superaquecimento, reduzindo assim os riscos de mau contato. 
A decoração externa também pede enfeites e lâmpadas resistentes a água, sendo recomendável o uso de “mangueiras” de iluminação. 
Outro cuidado importante é assegurar que a decoração de Natal externa nunca fique próxima ou conectada diretamente à rede elétrica da distribuidora de energia. 
Certifique-se de que os enfeites estejam bem afixados, de forma que não se soltem durante um temporal e venham a se enroscar na rede elétrica, provocando desligamentos no sistema ou choques elétricos. 
Além da preocupação com a segurança, o consumidor não pode se descuidar do gasto com energia. Por isso, desligue a iluminação festiva da tomada na hora de dormir. 
Ao adquirir enfeites como o pisca-pisca, verifique na embalagem a tensão, em volts, de acordo com a tensão da rede elétrica da residência. Tenha sempre em mente que quanto mais elementos luminosos (lâmpadas) o enfeite tiver, maior será o seu consumo. 
Ciente de que a energia é essencial ao bem estar das pessoas, a CPFL Paulista procura sempre se pautar pela responsabilidade, tendo como um de seus princípios disseminar conhecimentos de segurança para as comunidades em que atua. Por esse motivo, a empresa ressalta que, observando as recomendações de certificação e buscando o aconselhamento de profissionais qualificados no momento de adquirir e instalar os enfeites, a alegria das as festas de final de ano de crianças e adultos será muito mais segura e iluminada.
Fonte: Jornal da Manhã Maríia

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Regimes de compensação de horas.

A Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XIII, dispôs que a duração normal do trabalho não pode ser superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, mas facultou as partes a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Por sua vez, a Consolidação das Leis do Trabalho, no § 2ª do art. 59, com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n. 2.164-41, de 24.08.2001, estabeleceu que o acréscimo de salário pode ser dispensado, se “o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de 1 (um) ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 (dez) horas diárias”.

Essa mudança legislativa tornou incontroversa a licitude da compensação de horas por período prolongado, desde que observado o período máximo de um ano.

A seguir abordaremos a forma como alguns regimes de compensação podem ser implementados pelas partes (empregador e empregado).

I. Compensação de horas anual (Banco de Horas)

O regime de compensação de horas anual, através do sistema de débito-crédito das horas prestadas pelo trabalhador à empresa, conhecido como banco de horas, somente pode ser instituído por negociação coletiva, conforme Súmula 85, V, do Tribunal Superior do Trabalho.

A compensação de horas anual pelo sistema de banco de horas é a solução ideal para os casos de atividades onde a sazonalidade dos produtos ou do mercado consumidor impõe jornadas diferentes durante o ano.

II. Compensação de horas na mesma semana (semana inglesa)

O regime de compensação de horas semanal é aquele no qual o excesso de horas em um dia é compensado pela diminuição em outro dia da mesma semana, de modo a ser observado o limite de quarenta e quatro horas semanais ou outro inferior legalmente fixado.

Quando o empregado labora de segunda à sexta-feira além da jornada normal para compensar o sábado não trabalhado (dia de folga), esse regime de compensação é conhecido como semana inglesa.
A compensação de horas semanal pode ser ajustada individualmente com cada trabalhador (acordo individual escrito), salvo se houver norma coletiva em sentido contrário (Súmula 85, I, do TST).

III. Compensação de horas entre semanas distintas (semana espanhola)

Outra forma de compensação da jornada de trabalho tida como lícita é a semana “espanhola”, pelo qual em uma semana o empregado labora 48 horas e na subsequente 40 horas, de modo que a compensação de jornada de uma semana ocorre na semana seguinte, perfazendo a média de 44 horas semanais. Nesse sentido, a Orientação Jurisprudencial n. 323 da SDI-1 do TST:

“OJ. 323 ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA.“SEMANA ESPANHOLA”
É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada “semana espanhola”, que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, da CLT e 7º, XIII, da CF/1988 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”

Em se tratando da semana espanhola, a jurisprudência atual do Tribunal Superior do Trabalho não tem admitido o ajuste por acordo individual, por entender que é imprescindível norma coletiva autorizando tal sistema de compensação, em face do preceituado no art. 59, § 2º, da CLT que estabelece que a compensação pode se dar a qualquer tempo, desde que não exceda, no período máximo de um ano, a soma das jornadas semanais de trabalho.

Para o Tribunal Superior do Trabalho, o acordo individual por escrito legitima apenas a compensação pelo módulo semanal.

HORAS EXTRAS. COMPENSAÇÃO DE JORNADA. SEMANA ESPANHOLA. ACORDO INDIVIDUAL. IMPOSSIBILIDADE Prevê a Orientação Jurisprudencial nº 323 da SBDI-1: "ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA.”SEMANA ESPANHOLA”. VALIDADE (DJ 09.12.2003) É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada “semana espanhola”, que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, da CLT e 7º, XIII, da CF/1988 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho". A jurisprudência admite a compensação realizada por acordo ou convenção coletiva de trabalho, mas não atribui validade ao ajuste individual, no tocante à semana espanhola. Portanto, não se pode afastar o conteúdo da citada orientação jurisprudencial para atribuir validade ao acordo individual de que trata os incisos I e II da Súmula nº 85 do TST. Recurso de revista não conhecido.(Processo: RR - 170900-07.2005.5.15.0096 Data de Julgamento: 10/03/2010, Relator Juiz Convocado: Roberto Pessoa, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/04/2010)

- JULGAMENTO EXTRA PETITA - HORAS EXTRAS - REGIME 6 X 2.
Constata-se da petição inicial, que o Reclamante pugnou pela concessão de horas extras derivadas do excesso da 8.ª hora diária e da 44.ª semanal. Não há que se falar em concessão de pedido não postulado. No tocante à possibilidade de adoção da semana espanhola, tem-se que a decisão recorrida adotou posicionamento em consonância com a Orientação Jurisprudencial n.º 323 da SBDI-1, que prevê a licitude da opção do regime 6 x 2, desde que entabulada através de acordo ou convenção coletiva e não por meio de acordo individual. Recurso de revista não conhecido.(Processo: RR - 127200-78.2005.5.04.0292 Data de Julgamento: 22/10/2008, Relator Ministro: Carlos Alberto Reis de Paula, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 21/11/2008)

Há cerca de seis anos atrás havia decisões oriundas do Tribunal Superior do Trabalho que admitiam a adoção da semana espanhola por meio de ajuste celebrado individualnebte, conforme se vê dos seguintes julgados:

“(...)II - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA. ACORDO INDIVIDUAL DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA. VALIDADE. 6X2 (SEMANA ESPANHOLA). A jurisprudência desta Corte consagra a validade da compensação de jornada ajustada por acordo individual escrito, conforme entendimento preconizado nos itens I e II da Súmula nº 85 desta Corte. Recurso de revista a que se dá provimento.
(Processo: RR - 775114-31.2001.5.12.5555 Data de Julgamento: 07/02/2007, Relator Ministro: Gelson de Azevedo, 5ª Turma, Data de Publicação: DJ 16/02/2007)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA - VALIDADE - SEMANA ESPANHOLA. A decisão a quo validou o regime de compensação de horas de trabalho, pois adotada a semana espanhola, houve acordo individual, inexistindo norma coletiva em sentido contrário. O julgado recorrido está em consonância com a iterativa, notória e atual jurisprudência desta Casa, consoante redação das Orientações Jurisprudenciais nºs 182 e 323 da SBDI-1 desta Corte. Agravo de instrumento desprovido. (Processo: AIRR - 93940-60.2001.5.02.0371 Data de Julgamento: 21/06/2006, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 1ª Turma, Data de Publicação: DJ 04/08/2006).
Fonte: Última Instância

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Incêndio em SP deixa 25 bombeiros feridos

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os bombeiros encerraram por volta do meio-dia de sábado (30) os trabalhos de rescaldo do incêndio que destruiu completamente o Auditório Simón Bolivár do Memorial da América Latina, na zona oeste da capital paulista. Foram 15 horas de combate ao incêndio envolvendo 100 homens, dos quais 25 ficaram feridos. Cinco bombeiros permanecem internados no Hospital das Clínicas, quatro deles em estado grave.

Segundo o major Wagner Lechener, foi feito o trabalho de inspeção por peritos da Polícia Científica e, em seguida, peritos da Polícia Civil avaliaram o comprometimento da estrutura. Ele informou que uma equipe do Corpo de Bombeiros permanece no local apenas por prevenção, mas que não existem mais focos de incêndio.

O diretor do memorial, João Batista Andrade, exibiu aos jornalistas presentes o laudo do Corpo de Bombeiros que mostra que as condições de segurança do local estavam em dia. Ao ser questionado sobre o Alvará de Funcionamento, ele argumentou que a prefeitura havia solicitado pequenas modificações e que todas elas foram cumpridas, mas que ele ainda não está com o documento em mãos. 

Andrade disse que tem a informação da prefeitura de que os reparos foram aprovados. "Estamos tentando resolver essa questão do alvará. Tudo que é necessário foi feito e não sei porque o documento ainda não chegou", disse.


O secretário estadual de Cultura, Marcelo Araujo, disse que  medidas só serão tomadas após a avaliação dos peritos.
Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quanto tempo você passa no trabalho?

Pesquisa mostra que está cada vez mais difícil se desligar das atividades profissionais para ter momentos de lazer ou de descanso.

Shutterstock 



Quantas horas você trabalha por semana? O seu final de semana é livre para atividades pessoais? Você consegue ter um hobbie, passar tempo de qualidade com sua família? Um estudo da Right Management revela que 67% das pessoas gastam mais tempo no trabalho, em comparação a 2008, quando iniciou a crise econômica global. 

A pesquisa foi feita com 325 empregadores dos EUA, que responderam à seguinte pergunta: "Os funcionários de sua organização trabalham mais horas hoje do que há 5 anos?". Os resultados:
67% - Afirmaram que os empregados estão passando períodos consideravelmente mais prolongados em seus escritórios

23% - Responderam que não ocupam mais horas do dia hoje do que cinco anos atrás.

10% - Disseram que estão trabalhando “um pouco mais” do que faziam no período anterior à crise de 2008.

Outros estudos realizados pela empresa ao longo dos últimos anos revelaram que os funcionários sentem que está cada vez mais difícil conseguir se desvencilhar do trabalho, seja para um almoço, para um café, simples pausas ao longo do dia, ou até mesmo para tirarem suas férias de forma integral. Conseguir cada vez mais foco, engajamento e motivação dos funcionários é um dos principais desafios do RH e da administração da empresa, ainda mais com o aumento do período diário dentro da organização.

Mas será que gastar mais tempo no trabalho é de fato ser mais produtivo? O melhor alinhamento entre o trabalho realizado pelos empregados, com os objetivos estratégicos da empresa, é fundamental por parte dos líderes para o êxito nas operações e sucesso nos projetos. É necessário lembrar, porém, que longas horas não significam esse êxito, necessariamente. Muitas empresas têm tomado o caminho contrário, submetendo seus funcionários a horários mais flexíveis e jornadas de trabalho mais leves, para incentivar o maior aproveitamento possível do tempo e da criatividade.

Reconhecendo que vivemos, hoje, a "era do Potencial Humano", na qual o talento é a prioridade e a principal fonte de vantagem competitiva e sustentável, tornando-se um indicador de crescimento econômico, o cultivo desse talento através da promoção da qualidade de vida do funcionário pode se mostrar muito mais vantajoso e atual do que a exploração exagerada de suas capacidades.
Fonte: administradores.com.br

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Na cidade da Kiss, 70% das escolas não têm alvará dos bombeiros em dia


Na cidade que foi cenário da tragédia da Boate Kiss, a prevenção a incêndio parece que ainda não foi uma lição aprendida pelas escolas estaduais. Em Santa Maria (RS), das 40 instituições de ensino administradas pelo governo do Rio Grande do Sul, apenas 12 estão com o alvará dado pelos Bombeiros em dia, o que corresponde a 30% do total. O levantamento foi feito pela própria corporação, após pedido da Justiça, em uma ação judicial que pede o cumprimento de uma sentença de 10 anos atrás, que exige planos de prevenção e combate a incêndio (PPCIs) em todas as escolas estaduais do município.

Há situações bem diferentes para cada escola estadual de Santa Maria. Nas 12 instituições com o alvará em dia, por exemplo, oito têm o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) completo, com plantas físicas e memoriais descritivos. Em outras quatro, o alvará está vigente, mas foi obtido por meio do Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio (SIGPI), que tinha menos exigências e, de acordo com o Ministério Público (MP), foi usado de forma equivocada pelos Bombeiros em Santa Maria.

Em outras 28 escolas, o alvará de prevenção está sem validade. Quatro delas sequer tinham protocolado algum pedido ao Corpo de Bombeiros até o início de outubro. Por isso, a juíza Eloisa Hernandez de Hernandez, da 1ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública de Santa Maria, encaminhou, no dia 23 de outubro, ofícios ao governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e ao secretário estadual da Educação, José Clóvis de Azevedo, para que eles informem, em 15 dias, as providências tomadas para cumprir a sentença que completou uma década sem possibilidade de recursos.

A sentença da Justiça Estadual determina que todas as escolas estaduais de Santa Maria devem ter o PPCI. O Ministério Público entrou com uma ação para que a medida fosse cumprida e "ficou apavorado" com as informações prestadas pela 8ª Coordenadoria Regional da Educação (8ª CRE). De acordo com os alvarás dos Bombeiros anexados inicialmente ao processo, apenas nove instituições estavam com a prevenção em dia em Santa Maria.

O processo de execução da sentença tramita na 1ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública de Santa Maria. Após a 8ª CRE ser notificada, a coordenadora regional da Educação, Celita da Silva, informou à Justiça que as escolas executam seus PPCIs com a verba que recebem mensalmente da autonomia financeira e que isso "torna a efetivação um pouco mais morosa" tanto para as escolas que não têm o plano quanto para aquelas que precisam renovar o alvará junto aos Bombeiros. A coordenadora ressaltou ainda, no processo judicial, que "as escolas que ainda não se habilitaram ao alvará de prevenção contra incêndio possuem, pelo menos, os equipamentos mínimos necessários, ou seja, extintores, iluminação de emergência e sinalizadores".

Depois disso, o promotor de Justiça Especializada Maurício Trevisan se manifestou, afirmando que a justificativa da coordenadora era "apenas falaciosa". "Este contexto relatado é vergonhoso", escreveu o representante do MP. Ele foi além: lembrou a tragédia da Boate Kiss e que faz 10 anos que saiu a sentença da qual não cabe mais recurso. O Estado foi condenado a "implantar em todas as escolas estaduais de Santa Maria planos de prevenção e proteção contra incêndios, obtendo os respectivos alvarás". A decisão definitiva, da qual não cabe mais recurso, é de 17 de fevereiro de 2003.

Diante desse cenário, a juíza enviou, a pedido do MP, um ofício ao 4º Comando Regional dos Bombeiros, pedindo uma listagem de todas as escolas estaduais de Santa Maria e a situação de todas elas em relação aos PPCIs. Na resposta, foi apresentado o cenário com só 12 das 40 instituições em dia. Porém, novamente por solicitação do MP, foi enviado um ofício aos Bombeiros, no último dia 25, solicitando mais informações a respeito de algumas escolas.

Uma das escolas estaduais que não têm o alvará de prevenção e proteção contra incêndio em dia é a mais antiga da Região Central do Rio Grande do Sul. O Instituto de Educação Olavo Bilac, que recentemente completou 112 anos de existência, tem uma dificuldade a mais para poder cumprir todas as exigências dos Bombeiros: o prédio é tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Santa Maria. Por isso, qualquer pequena obra deve seguir regras rígidas.

Corrimãos nas escadas, por exemplo, não podem ser colocados para não ferir o conjunto arquitetônico. Aberturas das portas para o lado de fora também é uma exigência atrapalhada para a obtenção do alvará. Porém, para surpresa da diretora da escola, Méri Musa Nogueira, a escola tem até um PPCI completo, de acordo com as informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros à Justiça. Segundo a mesma fonte, o alvará do Olavo Bilac venceu em junho deste ano. "Essas informações, para mim, são novas. Não temos esses documentos aqui na escola", afirma a diretora. O Terra tentou contato com os Bombeiros para esclarecer a situação da escola, mas não obteve retorno.

Mesmo sem o alvará em dia, a diretora do Bilac, Méri Musa Nogueira, destaca que sempre são feitas manutenções elétrica e hidrossanitária para evitar surpresas desagradáveis. Além disso, ela ressalta que os corredores e as escadas são largos, e que há saídas de sobra. "No prédio principal, há quatro saídas laterais, mais a entrada principal. No salão, nós temos cinco saídas. Se precisássemos esvaziar rapidamente a escola, não haveria problemas", minimiza Méri Musa. A instituição já chegou a promover, em parceria com os Bombeiros, palestras e treinamentos de manuseio de extintores, evacuação e primeiros socorros. Isso só não ocorreu neste ano devido ao "excesso de trabalho" dos homens da corporação após a tragédia da Kiss e por causa da greve do magistério.

Em um passeio pela escola, também é possível notar que há extintores espalhados pelos corredores, todos em dia, indicações de saída e alarmes contra incêndio. A partir de 2014, a situação deve ficar mais tranquila no Bilac, que foi contemplado com uma restauração completa no Plano de Necessidade de Obras (PNO) da Secretaria Estadual da Educação. Atualmente, está sendo elaborado o projeto arquitetônico das obras. Outras 19 escolas estaduais de Santa Maria serão beneficiadas pelo PNO, que inclui, entre outras ações, o PPCI.
Fonte: Terra

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

UM TRABALHO COM RESPONSABILIDADE, COMPETÊNCIA DO TST PARA ELABORAR O PPRA

Reafirmado juridicamente a competência do técnico de segurança do trabalho para elaborar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
 
Abaixo a decisão da 15ª Vara Cível do TST - 982/2008 de 21 de julho de 2008. 2004.61.00.018503-5 ....
 
Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo - Sintesp (ADV. SP163179 Ademar José de Oliveira) X Presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de SP (ADV. SP152783 Fabiana Moser e ADV. SP043176 Sonia Maria Morandi M. de Souza).
 
Diante do exposto, julgo procedente o pedido e concedo a segurança, a fim de determinar que o CREA que se abstenha de praticar qualquer ato relacionado à exigência de registro, de fiscalização, de limitação ou restrição ao exercício das atividades relacionadas com prevenção e segurança do trabalho exercido pelos técnicos de segurança do trabalho.
 
Sem condenação no pagamento de honorários advocatícios, nos termos das súmulas nº. 105 do egrégio Superior Tribunal de Justiça e nº. 512 do colendo Supremo tribunal Federal.
 
Custa elege. Sentença sujeita a reexame necessário, nos termos do art. 2, parágrafo único, da Lei 4.533/51 P.R.I.O.
Fonte: Protefer

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Dilemas profissionais da meia idade


É muito evidente que os dilemas da meia-idade abrangem várias questões, etapas e papéis da vida. Não podem ficar restritos apenas a uma das dimensões da nossa existência. Mas por outro lado não podemos negar que o universo do trabalho, com destaque para a carreira, ganham uma importância significativa pelo que representam em nossa cultura.

Para Carl Gustav Jung “a meia-idade é o momento do grande despontar, quando um homem ainda se entrega ao seu trabalho com toda a energia e vontade. Mas é este o exato momento do início da segunda metade da vida; o ‘outono da vida’, como é chamado. A paixão muda de figura e chama-se agora obrigação; o ‘eu quero’ torna-se um inexorável ‘eu preciso’; e as curvas do caminho, que antes traziam surpresas e descobertas, já se tornam tediosas pela força do hábito. O vinho está fermentado...Procuram-se verdadeiras motivações e fazem-se verdadeiras descobertas. O exame crítico de si próprio e de seu destino permite ao homem reconhecer suas peculiaridades. Essa conscientização, porém, não lhe sobrevém facilmente; ela só é alcançada mediante os mais violentos choques”.

Para a maioria dos profissionais a idéia de carreira significa, erroneamente, um processo de crescimento sempre vertical. Não admitem muitas vezes carreiras horizontais ou ampliação de desafios em posições já ocupadas.

Para muitos a carreira pode ser importante fonte de estabilidade, mas também de frustração. A estagnação profissional pode ser conseqüência natural do estreitamento da pirâmide da organização, especialmente em períodos de crescimento limitado. Portanto a decorrência natural é que a maioria dos executivos chegará a um ponto de paralisação em suas carreiras. E na maioria das organizações não existem instrumentos de auxílio para o confronto com o fracasso na vida corporativa.

O que ocorre muitas vezes são alguns arranjos ambíguos de deslocamento horizontal ou rebaixamento disfarçado. Ou até, como última medida, a demissão pura e simples.

É evidente que cada vez mais os executivos devem apropriar-se das suas carreiras – e sua vida – não entregando simplesmente estas atribuições às empresas.

Segundo o economista e professor do comportamento organizacional holandês, Manfred Kets de Vries, é na metade da carreira, provavelmente, que o executivo deverá enfrentar um primeiro embate face-a-face, o primeiro confronto consigo mesmo. Levará em conta não apenas aquilo que fez, mas também o que não fez. Traços de personalidade aliados a circunstâncias externas determinarão sua maneira de enfrentar o balanço que fará de sua vida, especialmente a forma de encarar a carreira e a relação conjugal”.

Vries pesquisou e concluiu que existem quatro estilos principais com que os executivos interagem com seus ambientes nesta fase. É evidente que nunca existe um “estilo” puro. Existe uma certa ‘contaminação’ entre os mesmos.

Apenas a título de contribuição para o leitor descrevo abaixo uma síntese dos quatro estilos pesquisados pelo professor Manfred Vries.

Estilo construtivo:


É representado pelos executivos que desejam, realmente, engajar-se em uma avaliação realista e apresentam capacidade de reestruturar suas experiências através de novas informações e aprendizagens.  Conseguem desta forma repartir seus recursos, habilidades e criatividade para auxiliar o desenvolvimento da geração de profissionais mais novos. Portanto este período de vida torna-se o tempo de auto-confiança, satisfação e realização. 

Sentem que estão no apogeu de sua capacidade, e que podem lidar com ambientes altamente complexos. Para estes profissionais a crise na meia-idade é um período bastante calmo; não há o aspecto dramático e traumático que pode existir para outros.


Estilo Acomodado:

Alguns executivos encaram seus ambientes de uma forma basicamente realista, mas se relacionam de modo mais passivo com o mundo à sua volta. Podem ser chamados de Acomodados. Tais pessoas não possuem aspirações elevadas e facilmente se satisfazem. Suas vidas não conhecem tormentos; não são de ‘balançar o barco’. Para alguns pode até parece exagerado falar de crise no meio da carreira. Esta fase passa sem dramas. São pessoas que executam bem seu trabalho estando com ele envolvido por longo tempo. Não apresentam ambições de melhoria salarial ou de status. Sentia-se satisfeito com a autonomia do seu cargo. São descritos como agradável, simpático, obediente à autoridade e sem agressividade. Esta situação poderá ser interrompida apenas por uma demissão abrupta.

Estilo Defensivo:

A combinação do caráter ativo com uma orientação distorcida e irrealista em relação ao mundo produz o estilo defensivo. Os executivos deste grupo apresentam, freqüentemente numerosos sintomas de stress. A vida é suportada e muitas vezes sentida como algo bastante tedioso. São profissionais fortemente sujeitos ao pânico quando percebem de que suas vidas – pessoal e profissional - podem ter-se dirigido para fins que, nesta fase, consideram errados. A incidência de obsolescência no emprego é bastante comum entre os executivos deste grupo. Não apresentam nenhuma disposição pra treinar a geração mais nova e procuram guardar para si todo o conhecimento adquirido. Tornam-se irritadiços e podem comprometer tanto sua vida pessoal, conjugal como familiar.

Estilo Depressivo:

Com certas características do estilo defensivo, o Depressivo possui também uma combinação de passividade com uma orientação distorcida em relação à vida. Culpar outros, auto-depreciação, sentimento de fracasso e pessimismo são fortes características deste grupo. O sentimento é de que não alcançaram suas aspirações originais. A vida se viveu por nada e não existe razão para continuar existindo. Não confiam em si mesmos para um novo começo e também não acreditam que possam continuar aprendendo ou progredindo. Duvidam de que, algum dia, possam ter alguém que os admire. E o atingir a metade da carreira traz a sensação de ser sempre tarde demais. Apegam-se fortemente ao passado procurando isolamento e apresentando uma série de distúrbios psicossomáticos.

É evidente que esta resumida descrição dos estilos deve servir apenas para algumas referências e reflexões.
Além de demonstrar a importância da vida profissional é evidente que nesta fase da meia-idade todo este ‘balanço’ de vida ganha importância. Muitas vezes este não é um processo isento de dor e frustrações. Mas é de grande utilidade.
Fonte: administradores.com.br

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Eternit deve pagar indenização por exposição ao amianto

A empresa Eternit foi condenada, à revelia, a pagar indenização por danos morais à família de um ex-empregado, já falecido. A juíza da 4ª Vara da Justiça do Trabalho de Osasco (SP), Cristiane Serpa Panzan, ainda anulou acordos extrajudiciais feitos pela vítima com a empresa alguns anos antes.

O trabalhador morreu em outubro de 2012, em decorrência de doenças adquiridas pela exposição ao amianto. A própria empresa diagnosticou a asbestose em 2001 e detectou placas neurais por prolongada exposição à poeira mineral.

A juíza considerou que os acordos firmados anteriormente negam os direitos do trabalhador, como a saúde e a vida, que são considerados irrenunciáveis. Por essa razão, decidiu que são inválidos.

A sentença ainda é de primeira instância, porém, relevante, pois dá visibilidade a uma questão polêmica no país, que é a proibição ou não da extração e utilização da fibra no Brasil. A empresa ainda poderá recorrer.


Confira a sentença da juíza Cristiane Serpa Panzan.
Fonte: Sinait

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Justiça do Trabalho bloqueia R$ 1 milhão da M.Officer por trabalho degradante

A 8ª Vara do Trabalho de São Paulo bloqueou R$ 1 milhão da empresa M5 Indústria e Comércio Ltda, dona da marca M.Officer, para garantir os direitos de trabalhadores resgatados em condições degradantes. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), fiscais encontraram um casal de bolivianos produzindo peças da marca em uma oficina clandestina no centro da capital paulista. A empresa deverá providenciar a remoção dos trabalhadores para um local que atenda às normas de saúde e segurança.
 
De acordo com o MPT, a situação dos bolivianos foi descoberta no último dia 13. No local foram encontrados tecidos, modelagem, notas fiscais e pedidos de serviços da M5, além de peças finalizadas da marca M.Officer. O casal relatou que trabalhava há sete meses na oficina, sem qualquer tipo de registro.
 
O Ministério Público disse que entrou com a ação para dar garantias aos trabalhadores após a empresa ter se recusado a firmar um termo de ajuste de conduta. “A medida judicial se fez necessária, tendo em vista que a M.Officer não se compadeceu com a situação de absoluta vulnerabilidade dos seus empregados, dois bolivianos que produziam exclusivamente para a empresa”, ressaltou o procurador Tiago Cavalcanti.
Fonte: Jornal do Brasil

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Estudo: 2013 bate recorde de emissões de CO2, 61% a mais que em 1990

As emissões de dióxido de carbono voltaram a subir em 2013 e devem bater recorde neste ano. Segundo o Centro Tyndall de Pesquisa de Mudanças Climáticas, da Universidade de East Ânglia (Reino Unido), foram liberadas na atmosfera 36 bilhões de toneladas de CO2 – 2,1% a mais que no ano passado e 61% a mais que em 1990, o ano-base do protocolo de Kyoto.

“Os governos que se encontram em Varsóvia nesta semana precisam chegar a um acordo sobre como reverter essa tendência. Emissões precisam cair substancialmente e rapidamente se nós quisermos limitar o aquecimento global abaixo de 2°C. Emissões adicionais todos os anos causam mais aquecimento e mudanças climáticas”, diz Corinne Le Quéré, líder do estudo, sobre a 19ª Conferência do Clima da ONU, que ocorre na Polônia.

Os cientistas, junto com o relatório, lançam também o Atlas do Carbono, plataforma online que mostra os maiores emissores de CO2 do planeta, com dados de 2012. “Todos (os países) podem explorar suas próprias emissões e comparar com seu país vizinho”, diz a professora.

O crescimento previsto para este ano é similar ao que ocorreu em 2012 (2,2%). No ano passado, os maiores emissores foram a China (27%), Estados Unidos (14%), União Europeia (10%) e Índia (6%). Entre eles, tiveram aumento, no ano passado, a China (5,9%) e a Índia (7,7%). Por outro lado, apresentaram queda os Estados Unidos (3,7%) e União Europeia (1,8%).

Em 2012, a emissão por pessoa nos Estados Unidos fica em 16 toneladas ao ano. Em média, cada chinês despejou na atmosfera 7 toneladas. O indiano teve uma média bem menor, com 1,8 tonelada.

No mesmo ano, a maior parte das emissões foram de carvão (43%), petróleo (33%), gás (18%) e cimento (5,3%). Em 2012, o carvão foi responsável por 54% do crescimento por combustíveis fósseis.


A quantidade de CO2 largado na atmosfera acumulada desde 1870 deve chegar a 2015 bilhões de toneladas neste ano – sendo 70% resultante de combustíveis fósseis. 
Fonte: Terra

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Atividade em altura representa 40% dos acidentes de trabalho

O trabalho em altura exige cuidados extremos por parte de quem coloca sua vida em risco diariamente como, por exemplo, profissionais que usam técnicas de rapel para limpar janelas ou os que sobem em postes para fazer a manutenção da rede elétrica. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 40% dos acidentes de trabalho no Brasil estão relacionados a quedas de trabalhadores em altura.

Criada há pouco mais de um ano, a Norma Regulamentadora nº 35 (NR35), define requisitos e medidas de proteção aos profissionais que atuam nessas condições. Com ela em vigor, a expectativa é que os acidentes sejam reduzidos. Porém, a capacitação do profissional precisa conter atividades práticas e ser feita de forma séria, como defende a coordenadora do curso de segurança no trabalho do Instituto Edison, Monica Klemps.

Do ponto de vista legal, para o MTE, a empresa está regular se os trabalhadores tiverem sido submetidos a um curso básico de no mínimo 8 horas. E como há inúmeros tipos de trabalho em altura, a norma prevê uma complementação desse treinamento dada pela própria empresa, abordando as especificidades de cada atividade. Mas, segundo Monica, em muitos casos isso não acontece. "As instituições de ensino e seus instrutores têm responsabilidade sobre os alunos capacitados, portanto cabe a elas observar a realidade de trabalho dos treinandos e não apenas limitar-se a cumprir o conteúdo programático mínimo proposto na norma".


Durante a capacitação, os profissionais devem contar com uma estrutura que retrate as diversas atividades do cotidiano. Se o profissional for do setor energético, por exemplo, a escola deve possuir um centro de treinamento com torres de transmissão, postes e escadas telescópicas. Se for de construção civil, deve ser disponibilizado um ambiente com andaimes, cadeirinhas e, em todos os casos, a escola deve disponibilizar os equipamentos de segurança inerentes à atividade.
Fonte: Diário do Litoral

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tufão Hayan é alerta sobre impacto de mudança climática, diz agência da ONU

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que 2013 deve ser um dos dez anos mais quentes já registrados e continuar com o padrão de altas temperaturas resultantes diretamente da mudança climática causada pela atividade humana. Pesquisadores afirmam que ainda não é possível afirmar se, com isso, a frequência de ciclones tropicais vai aumentar, mas o presidente da OMM, Michel Jarraud, diz que a expectativa é de que o impacto das tempestades seja mais intenso.

“Todos os anos mais quentes ocorreram desde 1998 e neste ano, mais uma vez, continua a tendência subjacente, de longo prazo. Os anos mais frios agora são mais quentes do que os anos mais quentes antes de 1998″, afirma Jarraud.

“Concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa alcançaram novos patamares em 2012, e esperamos que eles alcancem níveis sem precedentes de novo em 2013. Isso significa que estamos comprometidos com um futuro mais quente.”

O presidente do Banco Mundial, Kim Yong Kim, disse à BBC que o aquecimento global já não pode mais ser ignorado e pediu medidas para reduzir emissões de poluentes e minimizar as probabilidades de desastres como o tufão Hayan, que matou milhares de pessoas nas Filipinas. A opinião de Kim também é compartilhada por Jarraud.

“As Filipinas foram prejudicadas pelo tufão Hayan e ainda estão lutando para se recuperar de um outro tufão há um ano”, afirmou o presidente da OMM. “Apesar de não podermos atribuir diretamente os ciclones tropicais individuais à mudança climática, níveis mais altos do mar já estão tornando as populações costeiras mais vulneráveis a ondas causadas pelas tempestades”, acrescentou.

A projeção sobre 2013 divulgada nesta quarta-feira ainda é provisória e depende dos padrões de clima a serem registrados até o fim do ano, mas confirma que o nível global do mar bateu um novo recorde.

O presidente do Banco Mundial afirmou que a tendência geral é clara e pediu que os governos acabem com subsídios a combustíveis fósseis e forneçam à população fontes limpas de energia.

Argumentos da Austrália – O clima extremo não atingiu apenas as Filipinas. Em 2012, os Estados Unidos registraram recordes de temperaturas altas e, em 2013, foi a vez da Austrália.

O país registrou o mais quente período de 12 meses, encerrado em agosto. O recorde foi quebrado nos 12 meses de setembro de 2012 a setembro de 2013 e novamente em outubro.

Apesar dos recordes na temperatura, a mudança climática se transformou em uma polêmica política na Austrália, com o novo governo do país cancelando um imposto sobre carbono e se recusando a contribuir com um fundo criado para ajudar países pobres mais afetados pela mudança no clima.

Há muito ceticismo sobre as mudanças climáticas na Austrália, e os ministros do governo do país destacam as incertezas a respeito das projeções futuras.

Mas o pesquisador Kevin Parton, do Instituto da Terra, Água e Sociedade da Universidade Charles Sturt, em Nova Gales do Sul, diz que os dados divulgados nesta quarta reforçam os alertas da comunidade científica nos últimos anos.

“A mensagem geral da projeção da OMM é que as condições recentes em todas as partes do planeta foram precisamente o que os cientistas do clima previram que iria ocorrer sob as condições de aquecimento global”, afirmou.

“Além do aumento nas temperaturas globais, a projeção aponta para muitos, muitos exemplos de clima extremo, da Grã-Bretanha à Rússia, do Sudão à Argentina. Também destaca o grande impacto da mudança climática no gelo do Mar do Ártico, na camada de gelo da Groenlândia, no gelo do mar da Antártida e no aumento global do nível do mar.”

“Se você analisar as ondas de calor dos últimos 12 meses, então as condições extremas ocorreram na Austrália, África do Sul, Paquistão, Áustria, Finlândia, China e Japão”, acrescentou.

Steve Rintou, chefe de pesquisas do CSIRO (Centro de Pesquisa Marinha e Atmosférica da Austrália) lembra que a “temperatura média global em cada uma das últimas três décadas foi mais quente do que qualquer outra década antes, indo até 1850, como foi apontado no relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) lançado recentemente”.

“Há provas convincentes de que as atividades humanas são primariamente responsáveis pelo aquecimento nos últimos 50 anos”, acrescentou.


As novas projeções coincidem com a realização da reunião sobre o clima da ONU em Varsóvia, na Polônia, onde delegações de diversos países lutam para avançar na elaboração de soluções políticas para lidar com o assunto.
Fonte: Terra

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Rede de televisão pode ter de pagar multa de R$ 500 mil.


O ministério ajuizou ação civil pública após denúncia sobre irregularidades na emissão de comunicação de acidentes de trabalho. A Rede Record foi processada pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) por não emitir de forma regular a comunicação de acidentes de trabalho (CAT). 
 
A ação civil pública (ACP) foi ajuizada após denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo. O MPT pede ainda R$ 500 mil em multa. De nove CATs existentes, apenas duas foram emitidas pela Record, três pelo sindicato, três por autoridade pública e uma por um médico. 
 
O inquérito civil foi conduzido pela procuradora do Trabalho Denise Lapolla de Paula Aguiar Andrade. A pedido da procuradora, a empresa apresentou CATs emitidas de janeiro de 2007 a dezembro de 2012 e a Superintendência Regional do INSS entregou relatório com os nomes dos trabalhadores que se afastaram por auxílio-doença acidentário de outubro de 2007 a outubro de 2012. 
 
Os documentos foram encaminhados aos peritos do MPT-SP, que constataram a concessão de diversos benefícios acidentários sem emissão de CAT pela empresa. A maioria dos casos (68%) é referente a Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort).
Fonte: Ministério Público do Trabalho

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Novo teste identifica risco de ataque cardíaco

Cientistas escoceses desenvolveram uma nova forma de escanear o coração que pode ajudar a identificar o risco de ataques cardíacos.

A técnica detecta a formação de placas nas artérias que levam sangue ao coração. Se uma dessas placas de gordura se rompe, a artéria pode ficar obstruída, bloqueando o fluxo do sangue e provocando o ataque cardíaco.

O estudo de cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, foi publicado na revista científica de medicina “Lancet”. Eles usaram um marcador radiativo – uma substância química que ajuda a detectar as placas. Os cientistas conseguem visualizar essas placas com imagens de alta resolução do coração e das veias.

Assim, eles conseguem obter um retrato detalhado do coração, com as zonas de perigo claramente identificadas. Uma técnica semelhante é usada para detectar o local exato de tumores em pacientes com câncer.

Os primeiros testes foram feitos com 40 pacientes que haviam sofrido ataques cardíacos recentes. Com a técnica, os pesquisadores conseguiram localizar as zonas de perigo nas artérias em 37 deles.

Esta é a primeira vez que se consegue localizar as placas usando agentes químicos. O desafio agora, segundo os cientistas, é achar as zonas de perigo antes – e não depois – do ataque cardíaco.

‘Eu acredito que nem todas as placas detectadas causarão ataques cardíacos, mas isso pode ser útil para identificar pacientes de alto risco que precisam de terapias mais agressivas’, disse à BBC o cardiologista Marc Dweck, um dos autores do estudo.

A técnica será usada agora em pacientes de alto risco de ataques cardíacos, entre eles alguns que estão prestes a passar por cirurgias. Ele afirma que, caso a tecnologia se mostre eficaz nesses casos, isso poderá fazer uma ‘diferença enorme’ na vida dos pacientes.

‘Ataques cardíacos são a principal causa de morte no mundo ocidental, e não há aviso prévio – a primeira vez que as pessoas ficam sabendo de doença cardíaca é quando elas têm um ataque cardíaco.’

‘Se nós pudemos tratar e estabilizar as placas, poderemos prevenir ataques cardíacos e impedir as pessoas de morrer.’ O diretor da Fundação Cardíaca Britânica, Peter Weissberg, que não participou da pesquisa, disse que os cientistas conseguiram fazer algo que os exames cardíacos convencionais não conseguem.


‘Agora precisamos confirmar esses resultados e entender como usar novos testes desse tipo em benefício dos pacientes cardíacos.’ 
Fonte: G1

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

PRF constata que 26% dos motoristas profissionais excedem carga horária de trabalho.

Operação Comando de Saúde nas Rodovias envolveu 114 motoristas.
 
A Polícia Rodoviária Federal realizou a Operação Comando de Saúde nas Rodovias e constatou que 26% dos motoristas de caminhões e ônibus coletivo trabalham em carga horária excessiva. A Operação, que aconteceu nesta quarta-feira (6) no Posto da PRF em Parnaíba, tem o propósito de avaliar as condições de trabalho dos motoristas profissionais. Dados da Polícia dão conta que 35% dos acidentes de trânsito nas rodovias federais envolvem diretamente essas categorias.
 
A ação preventiva envolveu 114 motoristas de caminhões e ônibus coletivo que se submeteram a exames de avaliação. Todos puderam verificar a pressão arterial, o açúcar no sangue e a gordura corporal. Tiveram acesso a testes para análise da capacidade visual e auditiva, bem como da força mecânica em ambos os membros superiores.
 
Ao final, ficou demonstrado que 88% dos profissionais avaliados estão acima do peso; 71% têm circunferência abdominal além do considerado saudável; 63% apresentam gordura corporal acima do padrão; 61% estão com elevada pressão arterial; 53% têm dificuldade na visão e 25% apresentaram taxas elevadas de glicose. Diante dos resultados, 26% disseram trabalhar em carga horária excessiva; 18% já haviam se envolvido em acidente de trânsito e 22% já fizeram uso de medicamentos para prolongar as horas trabalhadas.
 
A Operação foi aplicada, ao mesmo tempo, em todas as rodovias do país para alcançar o máximo de motoristas profissionais. Além dos exames, todos os profissionais avaliados foram vacinados contra a febre amarela, hepatite “B”, Tríplice viral, difteria, tétano e gripe H1N1.
Fonte: Capital Teresina

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Fofocas no ambiente de trabalho: quais os prejuízos e como evitar?

Gestores precisam estar atentos para evitar que a prática interfira na produtividade dos colaboradores e prejudiquem a imagem da empresa.


A conversa é muito benéfica em momentos de descontração da empresa, para  a integração entre profissionais e o networking. No entanto, dependendo da maneira em que são feitos os comentários e do assunto sobre o qual vai se vai falar, diálogo pode se tornar fofoca.

Criar intrigas, propagar informações confidenciais ou que distorçam comentários de colegas e que, sobretudo, tenham o poder de gerar conflitos, é extremamente prejudicial, tanto para o colaborador que se envolve neste tipo de situação, quanto para o clima organizacional de toda uma corporação.

Segundo Beatriz Nunes Bernardi, psicóloga da Mega Sistemas Corporativos, a prática da conversa de corredor, conhecida vulgarmente por “rádio peão”, pode ser um precedente para que um ambiente de tensão e de instabilidade emocional se instale, impactando negativamente no desempenho dos funcionários e fragilizando o espírito de equipe.

Nesse sentido, a postura do gestor é fundamental. “É necessário debelar o problema, se ele surgir, de imediato. Existem casos extremos em que a vida pessoal e a reputação de um ou mais colaboradores ou da própria companhia são maculadas devido a fofocas infundadas”, alerta Beatriz.

Estar atento em como a equipe se relaciona, certamente, pode ajudar o líder a identificar a origem de um mal-estar coletivo e, assim, reverter a situação. “É esperado que os gestores atuem de forma incisiva e inteligente em relação ao que é comentado nos corredores, acabando com situações de constrangimento e falta de comprometimento profissional de algumas partes. E a ferramenta para isso é o Feedback”, pondera.

A psicóloga alerta que a área de Recursos Humanos também deve estar preparada para intervir em casos extremos. “É dever do RH zelar pelas boas relações interpessoais, promovendo um clima favorável para a conquista dos objetivos da empresa e para o crescimento profissional de toda a equipe”, finaliza Beatriz.
Fonte: administradores.com.br

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Concentração de gases de efeito estufa bate recorde em 2012

A concentração na atmosfera dos três principais gases de efeito estufa, relacionados ao aquecimento global, bateu um novo recorde em 2012, anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU.

As últimas análises mostram que as “frações molares (uma unidade química para medir a concentração) de dióxido de carbono (CO2), de metano (CH4) e de óxido de nitrogênio (N20) alcançaram novos máximos em 2012″, disse a OMM em um informe.

Entre 1990 e 2012, “a forçante radiativa (a mudança na radiação do sistema climático) provocada pelos gases do efeito estufa e que provoca o aquecimento global aumentou 32%” por causa do CO2 e de outros gases que retêm calor, indicou a agência. No estudo anterior, publicado em 2011, o aumento era de 30%.

Segundo Michel Jarraud, secretário-geral da OMM, se o mundo continuar por este caminho “a temperatura média do planeta no fim do século pode superar em 4,6 graus a que era registrada antes da era industrial (1750), e em algumas regiões as consequências seriam catastróficas”.

O CO2 é o principal responsável pelo aquecimento da Terra. Em 2012, a concentração na atmosfera aumentou 2,2 ppm (partes por milhão), contra a alta de 2 ppm de 2011. O aumento médio nos últimos 10 anos foi de 2,02 ppm, o que significa que os números de 2012 demonstram “uma aceleração do processo”, segundo a OMM.


O CO2 é produzido pela combustão de matérias fósseis e pelo desmatamento. O gás permanece na atmosfera durante centenas e até milhares de anos, recorda a agência. “A maioria dos efeitos da mudança climática permanecerão durante séculos, mesmo que as emissões de CO2 parem de repente”, completa a OMM. 
Fonte: G1

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Acordo deve reduzir sódio de requeijão, hambúrguer e embutidos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmundo Klotz, assinaram nesta terça-feira (5) um acordo para reduzir a quantidade de sódio em mais um grupo de alimentos industrializados no país. O sódio é o principal componente do sal de cozinha.

Com o acordo, o quarto para a área, a meta do governo em relação ao sódio é de, por exemplo, passar de 587miligramas (mg) de sódio por 100g de requeijão cremoso em 2014 para 541mg por 100g em 2016. Para fins estatísticos do governo, ela foi estabelecida em 2012 e representará uma redução de 63,2% do nutriente no acumulado de quatro anos, de 2013 a 2016.

O termo assinado pelo governo e pelos fabricantes prevê redução de sódio em requeijão cremoso, sopa instantânea, sopa pronta para consumo e para cozimento, queijo muçarela, empanados, hambúrguer, presunto embutido, linguiça frescal, linguiça cozida a temperatura ambiente e mantida sob refrigeração, salsicha e mortadela mantida sob temperatura ambiente e sob refrigeração.

Esse é o quarto acordo firmado entre o Executivo federal e os fabricantes de alimentos desde 2011 com o mesmo objetivo. Nos tratados anteriores, alimentos como pão de forma, macarrão instantâneo, batata frita, maionese, biscoito recheado, margarina, cereais matinais e temperos para massa e arroz também tiveram a quantidade de sódio reduzida.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de sódio deve ser de menos de dois gramas por dia, equivalente a uma colher de chá ou cinco gramas de sal. O sal, em quantidades maiores do que a recomendada, aumenta a pressão arterial, podendo alterar o ritmo cardíaco. Com o desequilíbrio, a pessoa corre mais riscos de sofrer enfarte e problemas circulatórios.

De acordo com o ministério, a ingestão em excesso de sódio pode contribuir para o aparecimento e agravamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como a hipertensão arterial. A meta do governo federal é diminuir a média de consumo de sal no país e reduzir a taxa de mortalidade prematura (que se refere às pessoas com menos de 70 anos), por DCNTs em 2% ao ano.

O governo estima que, desde 2011, cerca de 11,3 mil toneladas de sódio deixaram de ser adicionadas aos alimentos que foram incluídos nos acordos firmados com a indústria alimentícia. Até 2020, o Executivo espera evitar a adição de 28,5 mil toneladas de sódio.

Klotz disse que atingir essas metas é possível devido à mudança gradual, que dá tempo de a indústria alimentícia pesquisar substâncias em substituição ao sódio sem perder o sabor de produtos. “Estamos não só dispostos, mas também já praticando. [...] Essa graduação permite que esses investimentos sejam feitos sem grande esforço. Se fosse feito de uma vez, seria incompatível. [...] Tem alguns problemas a serem enfrentados. O sal é um conservante, então tem que arranjar alguma outra coisa que se conserve, que faça esse papel”, ponderou.

O sódio, especialmente em alimentos industrializados, está presente em conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico).

A fim de equilibrar o sódio ingerido, os especialistas recomendam o consumo de frutas e verduras, que são ricas em potássio.

Hipertensão – Durante a assinatura do acordo, o Ministério da Saúde também divulgou os resultados de uma pesquisa feita em 2012 sobre a hipertensão arterial no Brasil. Segundo o estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feito pela pasta, 24,3% dos brasileiros são hipertensos.

Essa porcentagem representa um aumento em relação aos dados de 2011, quando a proporção de hipertensos no Brasil tinha sido de 22,7%, de acordo com a pesquisa Vigitel divulgada no ano passado.

A pesquisa divulgada nesta terça-feira mostrou que a hipertensão tem mais impacto mulheres, pessoas de menor escolaridade e com mais de 65 anos. Destas últimas, 59,2% sofrem com a doença no país.

A diretora do Departamento de Análise de Situação de Saúde, Deborah Malta, afirmou que o consumo médio de sal pelo brasileiro é de 12 gramas diárias, mais do que o dobro sugerido pela OMS. Isso seria causado pelo hábito de colocar sal em alimentos processados e de comer frequentemente fora de casa.

Deborah ainda afirmou que, se a recomendação de consumo de sódio da OMS fosse totalmente adotada, o Brasil teria 15% a menos de mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e menos 10% de óbitos por enfarte. Além disso 1,5 milhão de hipertensos ficariam livres de medicação para combater a doença e ganhariam mais quatro anos na expectativa de vida.


A cidade que tem a população mais hipertensa, conforme o estudo, é o Rio de Janeiro (RJ), com 29,7%. A capital fluminense é seguida no ranking por Recife (PE), 26,9% e Maceió (AL), 26,7%. Já a cidade que menos tem vítimas de hipertensão é Boa Vista (RR), que registrou 16,6%.
Fonte: G1

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Surdez e LER lideram as causas de auxílio-doença.


Dor. Para quem sente, é sinal de que tem alguma coisa errada e é hora de parar, procurar um médico e tratar o problema. Os primeiros 15 dias fora do trabalho são pagos pelo patrão.
 
A partir do 16º dia, é preciso recorrer ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para receber uma renda - limitada ao teto do salário de contribuição (R$ 4.159). 
 
No Grande ABC, as causas mais frequentes de pedidos de auxílio-doença são problemas auditivos provocados pelo barulho no ambiente de trabalho; lesões por esforço repetitivo, que podem atingir coluna vertebral, tendões e articulações; depressão; síndrome do pânico; bipolaridade e outros distúrbios psiquiátricos.
 
No total, 22.573 trabalhadores receberam auxílio-doença no mês passado na região, e o valor do benefício médio foi de R$ 1.403. Entre maio e outubro, 622 novos auxílios foram concedidos no Grande ABC.
 
Quando a doença é provocada pelo ambiente laboral, ou pela função exercida, a legislação trata o problema como acidente de trabalho, e a compensação para o funcionário pode ser mantida caso a capacidade para desempenhar suas atividades seja prejudicada. 
 
Se a origem da enfermidade é outra, mesmo que ocorrida fora do ambiente de trabalho, o INSS deve pagar ao segurado o auxílio-doença. Para isso, o enfermo deve passar por avaliação periódica realizada por médico do INSS para que o benefício continue a ser pago.
 
"O problema é que, muitas vezes, o INSS suspende o benefício de trabalhadores que continuam sem condições de trabalhar", diz o advogado andreense especialista em Direito Previdenciário Jairo Guimarães. "Nesses casos de negativa é que é preciso garantir, por meio de liminar, que a pessoa continue a receber. Por isso é preciso entrar com ação judicial para garantir os direitos desses contribuintes."
 
De acordo com o juiz de Direito da 5ª Vara do Fórum Cívil de Santo André, João Antunes, o número de negativas por parte do INSS diminuiu drasticamente nos últimos dez anos. "Antes da mudança de filosofia no Ministério da Previdência, ocorrida no governo Lula, a praxe do INSS era negar tudo.
 
Chegavam ao absurdo de cassar benefícios concedidos judicialmente, algo que é inconcebível em termos jurídicos", recorda-se o magistrado, que atua na comarca de Santo André há 20 anos.
 
"Hoje, o número de casos de negativas que chega ao tribunal é bem menor, mas, o que chama a atenção, é que em mais de 90% das vezes a perícia médica solicitada no processo demonstra que o auxílio-doença deve ser mantido", confirma o juiz.
 
O problema, no entanto, está nos casos em que o auxílio-doença é negado ou suspenso. "A negativa do INSS muitas vezes se baseia no fato de que a pessoa já possuía predisposição àquele tipo de doença e que a atividade profissional ou o ambiente de trabalho não foram inteiramente responsáveis pela enfermidade. 
 
Baseado nisso, eles suspendem o pagamento de auxílio-doença de natureza acidentária", explica Guimarães. "O que é um absurdo. Afinal, o que vale é a incapacidade da pessoa para desempenhar a atividade laboral", desabafa o advogado.
 
Problemas psiquiátricos têm aparecido mais nos tribunais da região
 
O auxílio-doença também abrange os chamados "males da alma", como depressão, transtorno bipolar e síndrome do pânico. "Houve uma escala em progressão geométrica do número de processos movidos por segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) acometidos por problemas psiquiátricos", diz o juiz da 5ª Vara Cível de Santo André, João Antunes.
 
"Hoje em dia, o preconceito contra esses males da alma diminuiu muito, e o próprio doente toma a iniciativa de buscar tratamento", diz o juiz. No passado, quem sofria com alguma condição de natureza psicológica escondia o problema para não enfrentar o descrédito da sociedade.
 
Antunes tem observado também que, nos últimos dez anos, a incidência de casos de perda de capacidade auditiva caiu 80% - nos casos que chegam ao tribunal, enquanto o número de vítimas de LER (Lesão por Esforço Repetitivo) aumentou 80%.
 
Para o magistrado, a inversão se deu pelo fato de que as medidas preventivas em relação à proteção do sistema auditivo se disseminaram bastante na última década - ao mesmo tempo em que a adesão do próprio trabalhador à utilização dos itens de segurança também cresceu significativamente."No caso das LER, aqui na região, as mais comuns são as que afetam a coluna e estão relacionadas ao desgaste provocado pela atividade em linha de produção."
Fonte: Diário do Grande ABC 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Doença profissional é equiparada a acidente de trabalho

A 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) resolveu, por unanimidade, aumentar de R$ 10 mil para R$ 37,4 mil a indenização por danos morais a uma empregada da empresa prestadora de serviços Bureau Serviços Técnicos Ltda. acometida por tenossinovite e tendinite. Ao equiparar as doenças profissionais a acidente do trabalho, o colegiado também majorou em 100% o pensionamento mensal equivalente à remuneração da autora.
 
A trabalhadora foi contratada em 2005 para a função de auxiliar de serviços gerais, com jornada de trabalho de oito horas, carregando e afastando móveis pesados, sem a utilização de equipamentos de proteção. Em 2006, foi afastada da atividade laborativa em razão da percepção de auxílio-doença acidentário por encontrar-se com tenossinovite e tendinite. A empregada ajuizou ação trabalhista e teve seu pleito julgado procedente em parte.
 
Inconformadas com a sentença de 1º grau, as partes recorreram. A empresa investiu contra a condenação em indenizações por danos moral e material, postulando, sucessivamente, a redução dos valores arbitrados. A trabalhadora pleiteou a majoração dos montantes, bem como a incidência de juros desde o seu afastamento em razão da percepção de auxílio previdenciário.
 
A desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, relatora do acórdão, afirmou que o próprio reconhecimento pela autarquia previdenciária do afastamento da atividade laborativa por causa da percepção de auxílio-doença acidentário avaliza o nexo de causalidade entre o trabalho prestado e a moléstia adquirida, equiparando a acidente de trabalho o evento que decorrer de mais de uma causa ligada ou não ao trabalho desenvolvido. Em conclusão, considerou como certa a obrigação do empregador em indenizar a autora pelo dano moral sofrido com a perda da saúde.
 
Segundo a relatora, a trabalhadora também faz jus a indenização patrimonial de 100% da última remuneração, na forma de pensionamento, até a alta médica pela autarquia previdenciária, por força da perda total de sua aptidão para o ofício que desempenhava, restando mantidos os demais parâmetros fixados na decisão, inclusive no que tange ao valor arbitrado no caso de cessação do benefício previdenciário.
Fonte: Ambiente Juridico

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Estresse afeta milhares de profissionais brasileiros e pode gerar danos irreversíveis à saúde

Sobrecarga, pressão e desvalorização foram apontadas como algumas das principais causas do estresse, que afeta 70% dos brasileiros.


Chegar ao topo é o objetivo de quase todo profissional que trabalha em grandes empresas. No entanto, o maior status profissional e salarial é diretamente proporcional aos níveis de estresse. Para o médico do Centro de Medicina Nuclear da Guanabara (CMNG), Eduardo Duarte, o ritmo alucinado e o pouco tempo para cuidar da saúde física e mental podem abrir espaço para esse transtorno, que se não tratado, pode contribuir para o aparecimento de várias doenças como isquemia coronariana, derrames, doenças do trato digestivo, doenças da pele, entre outras.

“Sintomas como irritação, angustia, taquicardia, diminuição do rendimento, alteração do sistema imunológico que contribui para aparecimento de herpes e outras infecções virais e bacterianas são alguns dos sinais de estresse. O nível de estresse elevado leva também ao aumento da pressão arterial de muitos profissionais que atuam diariamente sob pressão, podendo assim, desencadear doenças mais graves e até mesmo irreversíveis à saúde”, alerta.

Duarte ressalta que o check up é um importante aliado na prevenção, além de auxiliar a identificar doenças e seus fatores de risco em estágios bastante iniciais, quando as chances de cura são maiores. Segundo dados recolhidos com cerca de mais de 1.300 pacientes que realizaram check-up entre janeiro e dezembro de 2012 no Centro de Medicina Nuclear da Guanabara (CMNG), os executivos – que aparecem na lista das profissões mais estressantes – devem cuidar mais da saúde. Segundo o levantamento, de 2011 para o ano passado foi registrado um aumento no índice de estresse: 64% das pessoas que fizeram os exames periódicos em 2012 apresentam níveis elevados de estresse, em 2011, a taxa foi de 58%.

Para o médico do CMNG os números são resultado de diversos fatores como o excesso de trabalho, extensão do local de trabalho para a residência com a "facilidade" da internet, falta de tempo para o convívio com a família, sentimento de culpa por não poder realizar tudo a contento, gerando elevadas cargas de estresse. Questões que contribuem para que a preocupação com a saúde seja colocada em segundo plano.
Mas os males da tensão no ambiente de trabalho não afetam somente os executivos. Muitas profissões geram alta carga de adrenalina e estresse, como exemplo, os técnicos de futebol. Recentemente, o atual técnico do Botafogo, Oswaldo de Oliveira, foi socorrido na beira do gramado com Arritmia Cardíaca e foi exemplo de profissionais que lidam com pressão por resultados o tempo todo, e que se não derem a devida atenção à saúde correm sérios ricos de sofrerem com infartos do miocárdio que pode gerar danos irreversíveis ou até mesmo levar à morte.

Uma das grandes preocupações das equipes de saúde, o estresse tem sido apontado como uma das principais causas de afastamentos e acidentes no trabalho segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Sobrecarga, pressão e desvalorização foram apontadas como algumas das principais causas do estresse, que afeta 70% dos brasileiros.
Fonte: administradores.com.br

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Doença profissional é equiparada a acidente de trabalho.


A 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) resolveu, por unanimidade, aumentar de R$ 10 mil para R$ 37,4 mil a indenização por danos morais a uma empregada da empresa prestadora de serviços Bureau Serviços Técnicos Ltda. acometida por tenossinovite e tendinite. Ao equiparar as doenças profissionais a acidente do trabalho, o colegiado também majorou em 100% o pensionamento mensal equivalente à remuneração da autora.
 
A trabalhadora foi contratada em 2005 para a função de auxiliar de serviços gerais, com jornada de trabalho de oito horas, carregando e afastando móveis pesados, sem a utilização de equipamentos de proteção. 
 
Em 2006, foi afastada da atividade laborativa em razão da percepção de auxílio-doença acidentário por encontrar-se com tenossinovite e tendinite. A empregada ajuizou ação trabalhista e teve seu pleito julgado procedente em parte.
 
Inconformadas com a sentença de 1º grau, as partes recorreram. A empresa investiu contra a condenação em indenizações por danos moral e material, postulando, sucessivamente, a redução dos valores arbitrados. 
 
A trabalhadora pleiteou a majoração dos montantes, bem como a incidência de juros desde o seu afastamento em razão da percepção de auxílio previdenciário.
 
A desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, relatora do acórdão, afirmou que o próprio reconhecimento pela autarquia previdenciária do afastamento da atividade laborativa por causa da percepção de auxílio-doença acidentário avaliza o nexo de causalidade entre o trabalho prestado e a moléstia adquirida, equiparando a acidente de trabalho o evento que decorrer de mais de uma causa ligada ou não ao trabalho desenvolvido. Em conclusão, considerou como certa a obrigação do empregador em indenizar a autora pelo dano moral sofrido com a perda da saúde.
 
Segundo a relatora, a trabalhadora também faz jus a indenização patrimonial de 100% da última remuneração, na forma de pensionamento, até a alta médica pela autarquia previdenciária, por força da perda total de sua aptidão para o ofício que desempenhava, restando mantidos os demais parâmetros fixados na decisão, inclusive no que tange ao valor arbitrado no caso de cessação do benefício previdenciário. Nas decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, são admissíveis os recursos enumerados no art. 893 da CLT.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 1ª Região Rio de Janeiro

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Filha ganha indenização por acidente de trabalho do pai

O dano infligido a um trabalhador acidentado, que restou mutilado, tem reflexos sobre aqueles com quem ele mantêm ligação afetiva. Isso porque expor o trabalhador a risco pode comprometer não só sua incolumidade física, diretamente, mas também, por via reflexa, o patrimônio subjetivo de seus entes.
 
Com este entendimento, a 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul acolheu recurso para reconhecer dano moral por ricochete — ou por afeição —, determinando o pagamento de R$ 50 mil de reparação à filha de ex-operário aposentado por invalidez desde 1998. O trabalhador teve suas indenizações determinadas em sentença proferida em maio de 2006 pela 4ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo, inclusive por dano moral.
 
Ao contrário da sentença que negou reparação à filha, o colegiado entendeu que este tipo de dano não necessita de comprovação. ‘‘Se o dano moral relaciona-se ao sofrimento psíquico que molestou o patrimônio moral por afeição da demandante, o dano é de todo evidente, prescindindo prova de sua efetiva ocorrência, sendo, pois, in re ipsa’’, explicou o relator do recurso, juiz convocado Marcos Fagundes Salomão.
 
Para o relator, à época dos fatos, a autora tinha quatro anos de idade e, seguramente, atravessou sua infância presenciando o sofrimento do pai. Houve, pois, ‘‘evidente constrangimento perpetrado em seu meio social, causado pela nova e terrível aparência física do pai’’. O acórdão foi lavrado na sessão do dia 17 de outubro.
 
Acidente de trabalho

O imbróglio teve início dia 14 de março de 1998, quando o pai da autora sofreu acidente de trabalho ao operar uma máquina industrial da Termosola Fabricação e Injeção de Plásticos, sediada em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre. Como resultado, ele teve todos os dedos amputados da mão esquerda e queimaduras de terceiro grau na totalidade das mãos, inclusive dorso e primeiro terço do antebraço.
 
Em vista do fato, o trabalhador ingressou com Ação Indenizatória na Justiça Comum em novembro de 1998. Os autos só foram parar na 4ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo, em função da declinação da competência cível, em outubro de 2005.
 
Em 31 de maio de 2006, a então juíza do trabalho Rejane de Souza Pedra — hoje, desembargadora do TRT — julgou a demanda parcialmente procedente. Condenou o empregador a: pagar pensão vitalícia correspondente a 40% do salário percebido à época do acidente, devidamente atualizado; constituir um capital para garantir o cumprimento da obrigação alimentar; reparação moral no valor de 60 vezes o salário-mínimo — R$ 7,2 mil.
 
A magistrada ainda determinou ao empregador que custeasse o tratamento médico-hospitalar, para a tentativa de regeneração, assim como as cirurgias plásticas na mão e antebraço. Ou seja, a empresa foi compelida a arcar com o custo do tratamento, observada a sua proporção de culpa no episódio — dois terços, segundo apurou o juízo.
 
Posteriormente, a 3ª Turma do TRT, em acórdão assinado em 22 de novembro de 2006, reformou parte da sentença. Atendendo recurso da empresa, o colegiado excluiu a condenação ao pagamento de despesas com tratamento médico-hospitalar. E, também por unanimidade, deu parcial provimento ao pedido do autor para fixar a pensão vitalícia em 100% dos ganhos; e aumentar a indenização por dano moral para 120 salários-mínimos — R$ 10 mil à época dos fatos.
 
Reparação moral
Quatro anos depois desta decisão, a filha do trabalhador — já aposentado por invalidez — ajuizou Ação de Indenização por Danos Morais em face daquele acidente. Na época, a autora tinha pouco mais de quatro anos de idade.
 
Em suas razões, afirmou que passou toda a infância sem poder ter o colo do pai, em razão da condição física deste. Alegou que tinha vergonha de ir com ele ao colégio, pois sabia que seus colegas iriam caçoar da sua aparência, além das chacotas. Disse que sofreu preconceito e discriminação, especialmente por parte dos colegas de escola. Atribuiu à causa o valor de R$ 150 mil.
 
Sentença improcedente

A juíza Déborah Madruga Costa Lunardi, da 4ª Vara do Trabalho de Novo Hamburgo, afirmou na sentença que não ficou demonstrado qualquer dano à esfera íntima da autora que pudesse amparar pedido indenizatório.
 
Para tanto, citou o laudo assinado por perito especialista em Psiquiatria. Parte do documento revela: ‘‘Não há qualquer indicativo de transtorno mental no exame da periciada. Pelo contrário, trata-se de uma adolescente saudável, que consegue manter relações interpessoais favoráveis (...). No caso em tela, não há qualquer indício de que o acidente do trabalho do pai tenha trazido qualquer consequência ao seu desenvolvimento’’.
 
A magistrada também comentou as respostas aos ofícios expedidos pelo juízo às escolas em que a autora estudou. Todas se manifestaram pela inexistência de danos psíquicos ou mesmo de acompanhamento psicológico. Ou seja, foram unânimes em negar a ocorrência de queixas por parte da autora ou de sua família quanto à ocorrência de discriminação e preconceitos por parte de colegas de aula, em razão da aparência da mão esquerda de seu pai.
 
‘‘Em sendo da autora o ônus da prova quanto à ocorrência dos fatos articulados na petição inicial (artigos 818 da CLT e 333, inciso I, do Código de Processo Civil), não se desonerou satisfatoriamente, de sorte que a pretensão merece indeferimento’’, afirmou a juíza.
Fonte: Conjur

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Quer entender o consumo? Estude a cultura!

Por que fogão no Brasil tem tampa? Você gosta de catchup na pizza? Qual a cor preferida das crianças? Entenda como fatores culturais influenciam decisões de consumo e por que toda marca precisa compreender isso.


A Unilever, por exemplo, trabalha suas marcas de sorvete de maneira particular em cada país. 
Com as aquisições, o tradicional coração é absorvido, mas os nomes originais são mantidos.
Só no Brasil fogão tem tampa. No sul do Brasil, uma parcela da população come pizza com maionese. No Rio de Janeiro, se tem o hábito de colocar catchup na pizza. Peça catchup numa pizzaria tradicional da cidade de São Paulo para você ver a olhada de repressão que o garçom te dará. Em algumas regiões do Nordeste se tem o costume de comer catchup no meio do feijão com arroz. Só no Brasil, alguns carros modelo SUV, como a EcoSport, por exemplo, possuem aquele pneu do step afixado na traseira do veículo à mostra para os demais motoristas da rua verem e, geralmente, envolvidos com capas estilizadas ou até personalizadas.

Só no Brasil máquina de lavar tem a abertura na parte superior e, geralmente com tampa de vidro, para a dona de casa brasileira poder ver a roupa revirando pra lá e pra cá, limpando e lavando. Há quem diga que uma parcela de pessoas que usam dentadura no estado de Mato Grosso do Sul tem o costume de colocar aparelho dentário na dentadura, justamente para que o fato de possuir aparelho tente negar a existência de uma prótese dentária. No Brasil, a cor do luto é o preto e no Japão a cor do luto é o branco (vi isso outro dia numa cena de funeral em um dos filmes do Bruce Lee).

Todos esses fatos, por mais esquisitos e até mesmo pitorescos que possam parecer, se dão fortemente por conta de um elemento chamado cultura. Estudar marketing, comunicação, branding e práticas do consumo em geral nos requer cada vez mais, na contemporaneidade, que compreendamos a cultura do consumidor. E o que é a cultura? Nada mais é do que esse acervo de conhecimentos que modela e modula boa parte das relações entre as pessoas. Cultura é aquele elemento central formado por uma mistura de questões sociais, econômicas, políticas de um determinado grupo.



É na cultura onde encontramos as respostas mais profundas para desafios e dilemas do processo de marketing hoje em dia. Ferramentas mercadológicas, teoremas de Paretto, cinco forças de Porter, teorias de estratégia competitiva, os exaustivos quatro “pês” de marketing, entre outros modelos são fundamentais para entender os processos de marketing e consumo em dia? Acho que sim. Mas quer compreender um pouco mais a fundo as verdadeiras motivações, desejos e comportamentos das pessoas? Vá estudar a cultura. Tire o snorkel e coloque o tubo de oxigênio. Mergulhe. E nada melhor do que se ancorar em outras áreas do conhecimento.

Vamos com outro exemplo! Recentemente um amigo que trabalha na área de pesquisa de mercado da Kibon/Unilever me disse que fizeram algumas seções de pesquisa, por meio da técnica de grupo focal (ou focus group, como habitualmente se fala no mercado), com grupos de crianças para se detectar novas cores de picolé que a Kibon deveria lançar no Brasil. E após as discussões com a criançada, quais foram as cores preferidas? Rosa? Laranja? Vermelho? Verde? Amarelo? Azul? Quem respondeu alguma dessas, errou. A cor favorita da molecada foi o preto. Sim, um picolé de cor preta. Absolutamente imprevisível e inusitado. E se lançarmos um picolé preto seria um tremendo sucesso? Eu não apostaria nisso. E justamente por isso que esse negócio chamado pesquisa é tão fascinante.

Mas por que o preto? Confesso que não sei a razão exata. Precisaria me aprofundar um pouco mais para encontrar respostas críveis. Mas acredito que a razão do porquê o preto foi a cor vencedora não esteja no marketing, mas sim na antropologia, na sociologia, na psicologia, na semiótica. No chamado Neuromarketing talvez? Eu acho que também não. Aliás, não quero soar como uma percepção leviana, mas eu acho que misturar Marketing com Medicina é forçar um pouco a barra. Pra mim, mergulhar nas ciências sociais e ler autores como Nestor Garcia Canclini, Jesus Martín Barbero, Gilles Lipovetsky, Gisela Castro, Rose de Melo Rocha e Maria Aparecida Baccega tem me dado respostas bastante lúcidas para todos esses dilemas e complexidades das relações entre pessoas e marcas. Aliás, estudar mais a fundo o porquê de o preto ter sido a cor favorita das crianças na pesquisa talvez nos traga evidências sobre por que a meninas piram hoje em dia nessas bonecas vestidas de vampiras e monstros. Isso particularmente me inquieta.

Muito de minha visão nesse despretensioso texto é fruto de um curso de mestrado que estou para concluir hoje na ESPM/SP na área de comunicação e práticas do consumo. Estudamos o consumo não como consumismo, não como uma mera relação de troca entre bens e valores monetários. Discutimos o consumo não à luz de teorias clássicas de comportamento do consumidor, como a de Abraham Maslow e tantos outros. Pensamos o consumo como uma apropriação social, sinérgica e simbólica. Consumir hoje em dia é estar na sociedade. Consumir é se inscrever em algo. Consumimos o tempo todo, desde um maço de cigarros que compramos na esquina até mesmo uma lata de Coca-Cola que seguramos na mão ou uma telenovela a que assistimos. Consumimos sempre. Negar o consumo é negar que vivemos em sociedade.

Ah, por que diabos só no Brasil fogão tem tampa? Oras, por conta de uma questão cultural. Mais que isso: para a dona de casa brasileira, e só para a brasileira, por mais que a cozinha não esteja com aquele brilho impecável, o ato sígnico de se abaixar uma tampa de fogão significa: “Pronto! Missão cumprida! Posso curtir minha novela e meu maridão”.
Fonte: administradores.com.br