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sexta-feira, 28 de junho de 2013

O RH perdeu o caminho?

A área já não é mais apenas responsável pela administração, por garantir que a legislação trabalhista seja cumprida. Hoje não vemos mais trabalhadores em condições subhumanas de trabalho, mutilados pela falta de segurança, como no início da Revolução Industrial.

Por: Leda Machado *
Alguns profissionais de Recursos Humanos acreditam que os anos nos quais a área era o Departamento Pessoal é algo do passado. “O RH agora é Estratégico, é responsável pela Gestão das Pessoas” dizem.

Sim, a área não é mais chamada de Departamento Pessoal. Ela pode ser denominada Recursos Humanos, Gestão de Pessoas, Gestão Estratégica de Pessoas, ou Gestão dos Talentos.

Com certeza o nome mudou. Contudo, será que a mudança no nome representa uma mudança significativa no papel da área? Nas suas responsabilidades? Em como ela é percebida pela organização?

Acredito que não. Mudanças significativas aconteceram sim. A área já não é mais apenas responsável pela administração, por garantir que a legislação trabalhista seja cumprida. Hoje não vemos mais trabalhadores em condições subhumanas de trabalho, mutilados pela falta de segurança, como no início da Revolução Industrial.

A área atualmente pode ser constituída por Atração e Seleção de Talentos, Desenvolvimento de Pessoas, Remuneração, Desenvolvimento Organizacional, Comunicação e até Sustentabilidade. O desenho organizacional varia.

Todavia, mesmo com mudanças significativas, não podemos afirmar que todas as empresas têm uma área de RH Estratégica. As empresas brasileiras têm sim um RH Estratégico. São poucas, muito poucas.

O que seria um RH Estratégico? Já não basta mais entender do negócio, do produto, dos desafios, das possibilidades, do mercado (local, regional ou global).

O RH Estratégico deve ser capaz de entender como as mudanças sociais afetam e afetarão o mundo do trabalho. Deveria ser inovador. Pensar fora da caixa. Propor soluções que entendessem as necessidades do mundo atual.

Como ser assim se o RH tende a ser a área menos preparada das empresas? Finanças, Marketing, entre outras, têm profissionais muito bem qualificados (muitos com MBA’s, inclusive internacionais), com exposição internacional, com domínio de idiomas, com visão de rede.

Um exemplo. Encontrar em RH alguém que tenha inglês fluente. Não é fácil. Uma ocasião um funcionário comentou que não precisa aprender a língua, já que a empresa apesar de ser americana, estava no Brasil. Alguns podem argumentar que aprender um idioma é caro. OK, é caro sim. Como os profissionais de outras áreas conseguem? Como mencionei acima apenas um exemplo.

O RH está se perguntando e tentando obter resposta para a questão do engajamento? O significado do trabalho para a geração Y e agora Avatar é diferente.

A obtenção de conhecimento das novas gerações também não se dá como se deu para a geração pós-guerra e geração X. Como o RH está tratando a questão da educação executiva? Com os mesmos programas de sala de aula. Até como se lê mudou.

Como preparar a liderança? Como garantir a efemeridade do negócio?

Essas são algumas das questões que o RH não têm como centrais ao seu papel. Desta maneira, poucas empresas podem dizer que têm um RH Estratégico.

Um posicionamento frequente é que essas questões não são do RH. Eu acho que são sim.

O que você acha? Para responder, pense fora da caixa.

* Leda Machado é diretora-presidente da LMachado Desenvolvimento Organizacional e Profissional

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Atividade de carpinteiro é considerada de risco pelo TST

A Usina São Martinho S.A. terá de pagar indenização a um profissional que teve um olho perfurado em acidente de trabalho, no momento em que supervisionava as atividades de carpintaria. A decisão da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), proferida no dia 13 de junho, foi por maioria. O ponto central do debate foi a natureza do risco da atividade profissional do autor da reclamação trabalhista.

Entenda o caso

A condenação, imposta em primeiro grau, foi reformada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), que considerou que a culpa pelo acidente foi exclusiva do carpinteiro. Segundo o TRT, ele tinha mais de 25 anos de experiência na área, e havia frequentado diversos cursos de prevenção de acidentes na empresa e participado de palestra sobre proteção visual oferecida especialmente aos que atuavam na área.

O Regional destacou que a empresa fornecia óculos de proteção, manual de normas básicas de segurança e orientações sobre riscos inerentes à atividade profissional. Além disso, o empregado era membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). No dia do acidente, segundo o próprio carpinteiro afirmou em depoimento, ele teria esquecido momentaneamente os óculos de segurança no banheiro.

No TST, a Sexta Turma restabeleceu a condenação, e a usina interpôs embargos para a SDI-1.

Divergência

Após o voto da relatora, ministra Delaíde Miranda Arantes, reconhecendo a culpa da empresa pelo acidente, o ministro João Oreste Dalazen abriu divergência e questionou o reconhecimento da responsabilidade civil objetiva (que independe de culpa direta da empresa) nesse caso.

Ele ressaltou que o TRT não admitiu o risco da atividade econômica da empresa ou do ofício do carpinteiro, e acrescentou que sua experiência como magistrado, na observação do que ordinariamente acontece, não permitiria reconhecer a culpa da empresa no ocorrido, uma vez que o trabalho de carpintaria não apresenta risco atípico e acentuado que possa causar perigo à integridade física ou à vida do empregado, conforme é exigido para a imputação da responsabilidade objetiva.

Para o ministro Dalazen, o caso é de responsabilidade subjetiva, fundada em suposta culpa do empregador, que, no seu entender, também não foi caracterizada, pois a conclusão do Regional foi a de que o acidente se deu por descuido momentâneo do próprio empregado.

O ministro Renato Lacerda da Paiva, seguindo a divergência, ressaltou a conduta da empresa, que teria sido cuidadosa com a segurança e saúde do empregado. Lembrou que a usina distribui cartilhas com normas de segurança no ambiente de trabalho, realiza treinamento específico na área de atuação do carpinteiro e fornece equipamento de proteção individual (EPIs) nos termos exigidos pela legislação trabalhista. Seguiram a mesma linha os ministros Brito Pereira e Dora Maria da Costa.

Ao se pronunciar a favor da divergência, Renato Lacerda explicou que o conceito de atividade perigosa equivale às situações em que, na prática, em razão do próprio caráter do trabalho, não há possibilidade de se proteger integralmente o empregado ou, ainda, em que, mesmo com a utilização dos EPIS específicos para o desempenho da função, não há garantia plena da segurança do trabalhador. No caso, considerou que o acidente poderia ser evitado, uma vez que todas as medidas protetivas foram tomadas pelo empregador.

Atividade de risco

Em seu voto, a ministra Delaíde explicou que a responsabilidade civil objetiva do empregador decorre simplesmente da ocorrência do dano e do nexo de causalidade entre a atividade exercida e o acidente. Nessa, que também é denominada teoria do risco, é irrelevante a conduta do agente causador do dano.

No caso, a relatora assinalou que a Sexta Turma, ao restabelecer a condenação, manifestou ser incontroverso que o acidente, que causou ao carpinteiro a mutilação de um dos olhos, se deu em função da atividade por ele exercida - a carpintaria, que exige inclusive o uso de EPIs. "Desse modo, não há dúvida de que a atividade estava sujeita a risco acentuado", afirmou. Para a ministra, o fato de o carpinteiro não estar usando os óculos no momento do acidente não exime o empregador da obrigação de reparar o dano, pois é seu dever, além de fornecer o equipamento, fiscalizar seu uso adequado.

A relatora foi acompanhada pelos ministros Alexandre Agra Belmonte, Lelio Bentes Corrêa, Vieira de Mello Filho e Carlos Alberto Reis de Paula. Para a corrente vencedora, portanto, a condenação da empresa decorreu da própria natureza perigosa da atividade, somada à negligência patronal quanto à fiscalização do uso do equipamento protetivo. Com a decisão, a empresa terá de indenizar o empregado por danos morais no valor de R$ 26 mil, além de pensão mensal vitalícia. O carpinteiro está aposentado por invalidez desde 2004.
Fonte: TST

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Litoral e costa sustentáveis

A zona costeira é afetada diretamente pelo nível do mar, inundações, atividades litorâneas e erosão do solo. Depois de três anos de estudo desses efeitos no litoral de países da América Latina e Caribe, o professor da Universidade de Cantabria (Espanha), Iñigo Losada Rodriguez, apresentou, nesta segunda-feira (24), na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, os resultados da pesquisa na palestra “Metodologia, ferramentas e bases de dados para a avaliação dos impactos das mudanças climáticas nas zonas costeiras da região de América Latina e Caribe”.

A atividade, parte da cooperação entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), reuniu especialistas e técnicos da área, interessados em conhecer a experiência desenvolvida pelo professor espanhol. “A nossa expectativa é ampliar informações sobre o cenário climático e atividades que afetam diretamente o clima, pensando que os aspectos ambientais de hoje podem ser alterados no futuro”, destacou o diretor do escritório da Cepal no Brasil, Carlos Mussi. Para ele, a iniciativa garante um amplo intercâmbio de informações entre os participantes.

Resultados - A pesquisa de Losada, desenvolvida em parceria entre o Instituto de Hidráulica da Universidade de Cantabria e a Cepal, analisou 72 mil km da costa. “Verificamos as alterações detectadas na dinâmica costeira e a influência da variabilidade climática na vulnerabilidade costeira da América Latina e Caribe, com a previsão dos impactos e riscos previstos para o futuro da região”, apontou Losada. Segundo ele, a proposta do estudo é fornecer informações para elaboração de políticas de desenvolvimento econômico e sustentável para a região que considerem a análise de riscos das mudanças climáticas.

Ele apresentou os impactos considerados, que foram: inundação permanente e temporária, erosão, atividade portuária, segurança de obras, branqueamento dos corais, entre outros. “Para inundação, por exemplo, o desafio era obter uma série temporal horária de nível do mar”, citou. Assim, foi feita uma análise de componentes e a partir dela, calculou-se a cota de inundação para um nível da água com período de recorrência de 500 anos. Os resultados principais incluíram a inundação costeira em função do aumento do nível do mar, para a qual a distribuição de população na costa foi o fator de maior peso.

Outra verificação da pesquisa é que o peso relativo da franja costeira (área ocupada na costa) é maior em países insulares, enquanto que em número de pessoas destacam-se o Brasil, o México e a Argentina. “Quanto à erosão de praias, apesar de se mostrar generalizada, foi observado que a diversidade de praias gera potenciais impactos distintos”, acrescentou.

Outro ponto destacado é a alteração na altura e direção de ondas, que pode provocar erosão por mudança no perfil. Além disso, explica, as praias têm dualidade funcional: servem para recreação e defesa da costa, de maneira tal que as taxas de erosão alteram a sua vulnerabilidade. No que se refere a obras e portos, é possível calcular probabilidades de falhas em função de eventos extremos.
Fonte: MMA

terça-feira, 25 de junho de 2013

Regulamentação da Lei do adicional de 30% por periculosidade

Os presidentes da Associação Brasileira de Empresas de Vigilância e Segurança (ABREVIS) e da Associação Brasileira dos Sindicatos e Entidades de Segurança Privada (ABSESP) José Adir Loiola e José Jacobson Neto protocolaram junto ao Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) um requerimento que solicita informações sobre a data em que a regulamentação da Lei 12.740/2013 será oficialmente publicada por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A Lei garante o adicional de periculosidade de 30% para a todos os vigilantes, brigadistas e trabalhadores que atuam no setor da educação e que estão sujeitos a roubos ou qualquer espécie de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial em todo o território nacional.
Fonte: Sindesp-sc.org.br

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Relação entre terceirização e acidentes de trabalho é alta

Os profissionais terceirizados têm 5,5 vezes mais chance de morrer em um acidente de trabalho do que os efetivos no setor do petróleo. Segundo informações da FUP (Federação Única dos Petroleiros), entre 2012 e 2003, foram registrados 110 óbitos de terceiros contra 20 mortes de funcionários da Petrobras.

Projeto de lei quer ampliar possibilidade de terceirização nas empresas.

Em março deste ano, dois trabalhadores morreram em um intervalo de menos de três dias, segundo a FUP. No dia 15, Mirival Costa da Silva, 35, morreu em um acidente a bordo de uma plataforma na Bacia de Santos. Ele caiu de uma altura de aproximadamente sete metros, quando realizava uma operação.

No dia 18 de março, Leandro de Oliveira Couto, 34, morreu a bordo de outra plataforma de perfuração, também na Bacia de Santos. Ele caiu de uma altura de 20 metros. Foi o quarto acidente fatal deste ano do setor, todos envolvendo trabalhadores terceirizados, segundo a FUP.

Especialistas dizem que a relação entre terceirização e acidentes de trabalho é alta, porque em geral os terceiros não recebem capacitação e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), além de serem submetidos a jornadas mais exaustivas e a remunerações inferiores.

"O terceirizado é um trabalhador invisível para a sociedade. Ele não recebe o mesmo treinamento, não tem cobrança para o uso de EPI, não ganha o mesmo que um empregado direto recebe exercendo a mesma função", afirma o procurador José de Lima, coordenador nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho do MPT (Ministério Público do Trabalho).

Mas essa não é uma exclusividade dos petroleiros. O Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor Elétrico Brasileiro, produzido pela Fundação COGE, aponta que os terceirizados morrem 5,6 vezes mais do que o efetivos que prestam serviços para distribuidores, geradoras e transmissoras.

Mortes de trabalhadores no setor elétrico brasileiro.

De acordo com o levantamento, 56 funcionários diretos morreram em acidente de trabalho do setor elétrico entre 2007 e 2011. Do outro lado, foram registrados 315 óbitos envolvendo terceirizados no mesmo período.

"No setor elétrico, os terceirizados circulam onde há elevado risco de morte. Se eu reduzo o número de empregados, fragilizo os instrumentos de segurança. Além disso, cada empresa tem um tipo de treinamento e esses profissionais costumam ser vinculados ao Sindicato da Construção Civil e não ao Elétrico, reduzindo salários e a capacidade de mobilização", afirma o procurador Alberto Bastos Balazeiro, do MPT na Bahia, que criou o projeto Alta Tensão, para combater a precarização das relações de trabalho no setor elétrico.

Risco

Segundo Ministério do Trabalho e Emprego, os registros oficiais de acidentes do trabalho não incluem a caracterização da empresa da vítima como terceirizada ou não. Porém, o órgão destaca que a experiência de fiscalização e a análise de acidentes do trabalho revelam que os acidentes são mais frequentes nas terceirizadas.

Para o ministério, duas podem ser as explicações para esses números: a gestão menos rigorosa dos riscos ocupacionais nas terceirizadas e o fato de que as tarefas por eles exercidas são, em geral, as que envolvem mais riscos ocupacionais. Esse tipo de problema, afirma o MTE, tem sido observado principalmente nas áreas de construção civil, transportes de cargas e no setor elétrico. O ministério não informou o número de terceirizados em todo o país.

Empresas

A Petrobras disse que trabalha preventivamente para que não ocorram acidentes e investe em treinamento intensivo, integridade das instalações e segurança de processo, e que exige o mesmo das empresas fornecedoras. A companhia ainda informou que adota rígidos padrões de segurança, com práticas que permitem ao trabalhador parar em caso de dúvida.

"Acidentes decorrentes das atividades da empresa são investigados e documentados, de modo a evitar sua repetição e assegurar a minimização de seus efeitos. A Petrobras realiza encontros periódicos entre a alta direção da empresa e os sindicatos da categoria para discutir medidas de melhoria contínua nos processos de segurança da Companhia".

Procurada pela reportagem, ABCE (Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica) disse que não poderia comentar os dados de morte e terceirização no setor elétrico. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) não responderam.
Fonte: UOL

terça-feira, 18 de junho de 2013

Uberaba decreta emergência por H1N1

A Prefeitura de Uberaba vai decretar situação de emergência contra o vírus H1N1 para evitar a disseminação da doença em Uberaba, que já tem 21 casos registrados. A decisão foi tomada na manhã de ontem pelo prefeito Paulo Piau em reunião com todo o secretariado, por precaução, já que, se houver necessidade de comprar insumos, o município não teria como arcar com os custos de imediato.

Através do decreto, que está publicado na edição de hoje do JORNAL DE UBERABA (JU) e será publicado no Porta-Voz, a prefeitura poderá agilizar o processo de contratação de profissionais e compra de insumos, em especial álcool em gel e máscaras. Segundo o Departamento de Comunicação da prefeitura, não está descartada a implantação de um serviço especial de atendimento nos moldes do Centro Especializado em Dengue (CED). "Tudo o que estiver ao nosso alcance será feito. Esse é um problema nacional que Uberaba vai saber enfrentar", disse Piau.

Em Uberaba, já foram tratadas ou estão em tratamento 21 pessoas, sendo que sete casos deram negativo e quatro positivo. Dos casos confirmados, uma paciente, R.O.R., de 29 anos, continua internada no Hospital de Clínicas da UFTM. Em outros três casos, os pacientes morreram: A.C.M.S., de 32 anos, J.M.S.J., de 43 anos, ambos de Uberaba, e N.F.M, de 56 anos, de Sacramento. A família de J.M., que teve o caso confirmado ontem, fez um relato dos dias em que ele ficou internado e, inclusive, entrou na Justiça. Existem 11 casos suspeitos aguardando resultado da investigação, inclusive com três óbitos, todos de Uberaba, uma mulher de 94 anos, uma mulher de 26 anos e um homem de 80 anos.

Oito pacientes ainda estão internados, sendo quatro de Uberaba e outros de Conquista, Frutal, Campos Altos e Ibiá. Vale lembrar que, neste final de semana, uma jovem morreu com suspeita de Influenza A ou de hantavirose, já que a vítima é moradora de uma fazenda na região.

Orientações - Outro cuidado do prefeito é em relação à chegada de visitantes. O prefeito pediu ao secretário da Saúde, Fahim Sawan, uma ação direta no aeroporto, na rodoviária e no Posto Graal, para orientar pessoas que chegarem aqui com suspeita de gripe, bem como distribuir máscaras e álcool em gel. Todos os acometidos por gripe, independente da confirmação ou não de Influenza, serão orientados a procurar ajuda médica. Outro protocolo do Ministério da Saúde é aplicar Tamiflu em pessoas com suspeita da H1N1, mesmo sem a confirmação da doença. Em Uberaba, o estoque do medicamento é razoável e está em todas as unidades de saúde.

Desde o mês passado, a Secretaria Municipal de Saúde estendeu a vacinação contra a gripe, vacinando profissionais ligados à área, servidores municipais, mesmo com o município tendo cumprido a meta. Porém, os doentes crônicos que ainda não foram vacinados poderão ser imunizados hoje nas Unidades Matriciais de Saúde dos bairros Abadia, Boa Vista, Bairro de Lourdes, Volta Grande e Valim de Melo, que estará atendendo até as 22h. Nesta faixa, estão: diabéticos, portadores de HIV, hipertensos, cardiopatas, pacientes em tratamento de câncer, dentre outros.

Comitê - Também será criado um Comitê Permanente de Gerenciamento de Crise, composto por secretarias municipais e instituições que serão convidadas, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Câmara Municipal. O objetivo é atuar em todos os problemas em que for necessária a tomada de ações que extrapolem o âmbito da prefeitura, como analisar o quadro com vistas a decisões conjuntas. Já existe uma sinalização a ser avaliada pelo Comitê de se evitar eventos com alta aglomeração de pessoas em locais fechados. Entretanto, ainda não foi decidido pela suspensão de aulas, como já aconteceu em diversas cidades brasileiras. A primeira reunião do Comitê será na quinta-feira (20), às 15h, no Gabinete do prefeito.
Fonte: Jornal de Uberaba

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Exposição de trabalhadores a benzeno no RS foi confirmada

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) constataram a presença de benzeno na estação da Superintendência de Tratamento de Efluentes Líquidos (Sitel, na foto) da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), no Polo Petroquímico do Sul, em Triunfo (RS). O produto é altamente tóxico e pode causar danos sérios à saúde.

A investigação do MPT começou depois que a estação de tratamento recebeu grande volume de efluentes líquidos com altas concentrações de benzeno, decorrente de um vazamento de nafta da empresa Braskem, que demorou a avisar sobre o acidente. Por conta disso, os trabalhadores só foram retirados tardiamente da Sitel e ficaram expostos de maneira prolongada à substância e a outros compostos de vapores orgânicos.

Dos nove pontos da estação de tratamento onde foram feitas medições de contaminação, há presença de benzeno em três. A procuradora do Trabalho Enéria Thomazini solicitou estudo técnico pela Fundacentro sobre a exposição dos 70 trabalhadores da Sitel ao benzeno. Para Enéria, os efeitos da exposição ao benzeno não são eliminados totalmente pelos equipamentos de proteção individual (EPIs) e qualquer exposição provoca efeitos tóxicos no organismo.

Por isso, segundo a procuradora, é fundamental adotar medidas no sentido de monitorar a saúde dos trabalhadores expostos, por meio de medições ambientais e exames clínicos e laboratoriais periódicos. A partir do relatório da Fundacentro, será possível avaliar as condutas a serem adotadas pela empresa nesse sentido.

A pesquisadora e química da Fundacentro, Arline Sydneia Abel Arcuri, integrante da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) demonstrou satisfação pelo fato da Sintel estar começando a aplicar o "Acordo do Benzeno". Com objetivo de formalizar compromisso entre governo, empregadores e trabalhadores, o pacto tem um conjunto de ações, atribuições e procedimentos para a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, visando à proteção da saúde do trabalhador.
Fonte: MPT

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O seu salário é “animado”?

Por: Luiz Roberto Fava

Antes que você se assuste ou fique curioso com o título acima, quero esclarecer que a palavra “animado” tem, para mim, um sentido bem mais profundo do que pode parecer à primeira vista.

Este “animado” deriva do latim anima, que significa o que anima, o que dá movimento ao que é vivo, o fôlego da vida. Ainda significava sopro, ar, brisa e, a partir daí, adquiriu o sentido de princípio vital, alma, pois esta sempre foi tida como algo imaterial, como um movimento de ar.

Bem, o título deste texto merece algumas considerações.

Desde o final da década de 90, as empresas começaram a se voltar para o binômio trabalho/vida, conforme descreve Richard Barret em seu livro Libertando a alma da empresa – Como transformar a organização numa entidade viva.

Ele cita que, em 1996, a pesquisa de Willian Mercer revelou que “os respondentes acreditam que os programas trabalho/vida afetam positivamente o moral, o serviço, a produtividade e o recrutamento dos empregados.”

Cita também que o Centro de Minnesota para a responsabilidade Corporativa mostrou as seguintes vantagens das estratégias trabalho/vida para os empregadores:

a – reduzem o custo de contratação, treinamento e desenvolvimento;

b – ajudam a reter trabalhadores talentosos;

c – aumentam a produtividade reduzindo as faltas, o estresse e as distrações no trabalho;

d – aumentam a lealdade do empregado para com a organização;

e – constroem uma imagem positiva no mercado;

f – fortalecem os laços familiares e desenvolvem uma sociedade mais saudável.

Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work (GPTW), diz que “o trabalho é parte da vida, dos sonhos e da realização das pessoas, e é nele que colocamos nossas principais expectativas”.

Tudo isso acaba resultando na necessidade de tornar o ambiente de trabalho mais humanizado. Perceber que as pessoas que nele trabalham sejam vistas como Seres Humanos Integrais, portadores de corpo, mente (emoções, intelecto) e espírito (alma).

Se os gestores querem que seus colaboradores trabalhem pondo todo o seu Ser (corpo, mente, alma) naquilo que desempenham, necessário se faz que a organização também se desenvolva da mesma maneira.

As pesquisas realizadas pelo GPTW mostram que salários e estabilidade não determinam a escolha de uma corporação e nem as razões para que um colaborador nela permaneça.

O estudo da consultoria DMRH revelou que os motivos que fazem um profissional permanecer em uma empresa são:

a – valores da empresa;

b – desafios;

c – desenvolvimento e aprendizado;

d – remuneração e benefícios;

e – crescimento profissional.

Cada vez mais as empresas vem entendendo que pessoas são Seres Humanos Integrais e assim devem ser vistos e não mais como coisas, máquinas ou simplesmente recursos. Com o avanço de tecnologias mais e mais sofisticadas, gestores devem ter em conta que devemos aprender a viver COM máquinas e não COMO máquinas e fazer com que a tecnologia trabalhe a nosso favor e não fazer com que nos tornemos escravos dela.

Se uma empresa quer que seus colaboradores ponham sua alma no negócio, ela deve criar condições para que isso ocorra. Só assim eles irão trabalhar felizes, comprometidos e engajados.

Para isso, há a necessidade de reconhecer que cada Ser Humano Integral é portador de oito áreas, as quais já me referi em alguns de meus textos, mas que não custa relembrá-las: física, emocional, intelectual, profissional, financeira, lazer, relacionamentos (inclui a família) e espiritual.

Gestores com este tipo de visão, onde cada pessoa é percebida como um indivíduo, único e indivisível, são capazes de estabelecer uma série de ações e programas direcionados a cada uma destas oito áreas.

Seria enfadonho descrever todas elas, visto que cada empresa as desenvolve de acordo com suas necessidades, mas posso citar algumas, como exemplo:

◦ área física: academia, ginástica laboral, grupos de corrida, check up, ações de promoção da saúde, programas específicos (obesidade, tabagismo, doenças crônicas, alimentação saudável, saúde do homem e da mulher, etc.);

◦ área emocional: desenvolvimento de um EAP (employee assistance program) que inclui suporte psicológico, jurídico e financeiro, auxílio funeral, programas de recuperação de dependentes químicos, palestras motivacionais, creches (filhos, pais e animais de estimação), pet day, comemorações variadas, etc.;

◦ área intelectual: bolsas de estudo parciais ou totais (ensino médio, universitário, pós-graduação, MBA, idiomas, treinamentos técnicos e operacionais), programas de expatriação, concursos (poesia, contos), coaching e mentoring, biblioteca, videoteca, etc.;

◦ área profissional: programas de reconhecimento e valorização, política de feedback contínuo, horário flexível, home office, plano de carreira, prêmios por superação de metas, etc.;

◦ área financeira: programa de remuneração variável (bônus fixos, participação nos lucros, comissões, etc.), auxílio-farmácia, auxílio-alimentação, plano de saúde médico e odontológico, seguro de vida, previdência privada, etc.;

◦ área do lazer: sala de descompressão contendo vídeo games, mesas de sinuca, pingue-pongue e pebolim, uso da internet pessoal, cursos variados (artesanato, culinária, danças de salão, violão, coral, etc.);

◦ área dos relacionamentos: participação do colaborador em ações sociais e voluntariado (campanha do agasalho, brinquedos , alimentos), comemorações, happy hour, ações de integração social (churrascos, jantares), etc.;

◦ área espiritual: espaço ecumênico, prática do relaxamento e meditação, etc.

É óbvio que todos estes exemplos de ações tem um custo para as empresas. Mas se a prioridade for as pessoas e não o negócio, provavelmente a ideia será que a produtividade e o crescimento e expansão do negócio deverá estar atrelado à felicidade de quem produz e aquele custo será traduzido como investimento.

“Eu quero pessoas que produzam e vivam felizes com isso” deve ser o lema dos gestores e das companhias que desejam colaboradores que ponham seu corpo, sua mente e sua alma naquilo para o qual foram contratados.

E como felicidade é algo intangível mas que se relaciona com a alma de cada um, o salário “animado” é aquele que reflete não apenas o ganho nominal mas também tudo aquilo que a empresa investe nas ações que contemplam as oito áreas do Ser Humano Integral e que faz com que permaneçam na empresa, engajados e comprometidos.

Se, antigamente, a frase usada por muito profissionais de publicidade era “O segredo é a alma do negócio”, hoje podemos afirmar que as empresas e colaboradores vencedores partilham da frase “A alma é o segredo do negócio”.
Fonte: Fava Consulting

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Excesso de trabalho é um dos principais causadores de acidentes de trânsito no Brasil

Mudar a postura de quem dirige profissionalmente um veículo é o grande desafio para preservar a vida, disse o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, hoje (06), no lançamento de mais uma campanha de trânsito do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada – Um Pacto pela Vida). A campanha será feita por meio de filmes e spots em canais abertos de televisão e rádio em todo o país.

A campanha, que tem como lema “Motorista, álcool e drogas podem fazer da sua viagem um caminho sem volta”, será focada nos motoristas profissionais de caminhões, ônibus, vans, táxis/empregados ou autônomos. A meta é reduzir o número de acidentes em até 50% até a próxima década.

Dados de 2010, registraram 42.844 vítimas fatais no país. Desse total, os acidentes com mortes envolvendo caminhões correspondem a 21%. O ministro explicou que o excesso de trabalho e o uso de drogas e álcool estão entre os principais fatores desses acidentes. “Uma vida não pode ser ceifada por desleixo de alguém que bebe e não tem condições de dirigir”, disse.

O hábito de muitos caminhoneiros de permanecer acordados por meio do consumo de substâncias prejudiciais à saúde é outro fator responsável pela maioria dos acidentes de trânsito. “Não adianta correr para chegar rápido e perder a vida não chegando a lugar algum”, disse o ministro. Ribeiro observou que os filmes da campanha terão cenas de acidentes com o objetivo de sensibilizar a população.

Para o diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Antônio Claúdio Portela, a conscientização do motorista no volante é o foco principal da campanha. “Queremos fazer com que o motorista verifique as consequências que ele pode gerar com a irresponsabilidade”.
Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Mc Donald’s é condenado por permitir acesso de gerente a banheiros de empregadas.

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que condenou a Nutrisavour Comércio de Alimentos Ltda., franquia da rede Mac Donald′s em Sorocaba (SP), ao pagamento de indenização de R$ 10 mil a uma atendente, por permitir o acesso irrestrito do gerente e do coordenador da loja aos vestiários, sem que batessem à porta antes de entrar no recinto. A condenação foi imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP).

Na reclamação trabalhista e em seu depoimento pessoal, a empregada afirmou que tanto o gerente quanto o coordenador entravam no vestiário sempre que as empregadas iam trocar de roupa ou utilizar as instalações sanitárias.

Ela contou ainda que, por diversas vezes, foi sido vista por esses empregados apenas trajando roupas íntimas. O Mac Donald′s, em sua defesa, afirmou que os gerentes só entravam no vestiário feminino após baterem à porta por três e terem a sua entrada autorizada.

A 1ª Vara do Trabalho de Sorocaba (SP) negou o dano moral pretendido pela atendente por não considerar demonstrada qualquer invasão de privacidade pelo fato de os gerentes entrarem no vestiário.

Entretanto, o TRT, ao analisar recurso ordinário da empregada, decidiu pela condenação, observando que preposto da empresa, em seu depoimento, afirmou que os gerentes tinham uma espécie de "rota" a seguir quanto à entrada no vestiário feminino. Tal procedimento teria como motivo "a preservação da limpeza e o bem estar dos funcionários".

Para o Regional, tal atitude foi considerada inaceitável. O que havia, na realidade, era uma vigilância excessiva e ostensiva da gerência para com as funcionárias, motivada "por alguma mesquinha desconfiança (por exemplo, se estariam "matando" serviço, ou comendo lanches às escondidas, etc.)".

Concluiu então que tais atitudes tinham o intuito de intimidar as empregadas com a possibilidade de serem surpreendidas a qualquer momento em uma suposta má ação, e que "nem mesmo o direito à intimidade lhes serviria de proteção".

Ao analisar o recurso na Turma, o relator, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, negou provimento ao recurso. Para ele, o dano moral ficou demonstrado, na medida em que a empregada "estava corriqueiramente sujeita a situações extremamente vexatórias" motivadas por uma postura autoritária e desrespeitosa dos gerentes do Mc Donald′s.

Diante disso, entendeu que a condenação aplicada pelo TRT foi resultado da análise de provas, apreciadas de acordo com o livre convencimento do juízo. Portanto, para se decidir de forma contrária, como pretendia a empresa, seria necessário reexame de fatos e provas, procedimento vedado pela Súmula nº 126 do TST.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

terça-feira, 11 de junho de 2013

Projeto defende regulamentação de casas de eventos infantis

Tramita na Câmara projeto que regulamenta a autorização para o funcionamento de casas de festas infantis. A proposta (PL 5030/13) estabelece que a casa só pode funcionar se tiver uma autorização expedida pelo Corpo de Bombeiros, além das outras licenças que são exigidas pela legislação. A autorização só será expedida se for comprovado, em vistoria técnica dos brinquedos e das estruturas construídas, que foram observadas as exigências de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A proposta, de autoria da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), também torna obrigatória a presença de uma equipe de primeiros socorros durante os eventos realizados nas casas de festas infantis, além da definição de um plano de evacuação em caso de incêndio e outros sinistros.

Por fim, o projeto prevê que o Poder Público, em todas as esferas da Federação, promova campanhas e programas educacionais para desenvolver, junto à população, uma cultura de prevenção de riscos que incorpore a adoção de condutas adequadas e a observância das normas de segurança contra incêndios e outros acidentes e desastres.

"A presente proposta nasce da preocupação com a segurança das nossas crianças que se encontram em casas de festas infantis que desprezam as normas elementares de segurança. Esse sentimento provoca insegurança e inquietação, diante da possibilidade de que milhares de casas de festas e espaços similares possam estar funcionando em situações precárias", afirma a deputada.

Lei atual

A legislação atual já exige alvará de funcionamento para as casas de festas infantis e empresas de locação de brinquedos. Pela lei em vigor, cabe ao Poder Público o exercício do poder de polícia, que deve fiscalizar esse tipo de atividade.

Segundo Benedita da Silva, o objetivo de seu projeto é criar uma padronização mínima em nível nacional, já que a maioria das regras, hoje, é de âmbito municipal.

Tramitação

A proposta foi apensada ao PL 4923/13 e ambos serão analisados pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; e depois serão votados pelo Plenário.
Fonte: Agência Câmara

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Justiça concede liminar contra Duratex por falta de segurança e jornada excessiva

O juiz Leonardo Kayukawa, da 1ª Vara do Trabalho de Bauru, deu o prazo de 15 dias para que a Duratex S/A regularize questões de segurança e jornada de trabalho dos empregados da sua filial de Agudos (SP). A decisão tem caráter liminar e foi proferida nos autos da ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Bauru.

De acordo com a assessoria de imprensa do MPT a ação se baseia no trabalho realizado pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego de Bauru. Os fiscais aplicaram treze autos de infração pelo descumprimento de normas de segurança no parque fabril da empresa, relacionadas à falta de proteção contra quedas e à ausência de dispositivos de proteção coletiva em máquinas.

Também foram identificados trabalhadores em jornada excessiva e sem o descanso semanal de 24 horas obrigatório. Intervalos inferiores ao estabelecido pela lei e falta de registro de ponto também foram flagrados pela fiscalização.

Na ação, o procurador Luis Henrique Rafael pediu a regularização dos 13 itens apontados pelos fiscais do MTE, além da condenação da empresa ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão (este item em caráter definitivo).

Diante das provas apresentadas, o magistrado de Bauru concedeu tutela antecipada deferindo todos os pedidos do MPT. .”A quantidade de irregularidades constatadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e a dimensão das consequências que poderão advir dessa negligência tendo em conta a quantidade de trabalhadores existentes no estabelecimento da empresa - 935 alcançados pela fiscalização e 714 ativos - exigem uma atenção especial. Há que se ressaltar que os deveres descumpridos pela reclamada dizem respeito a meio ambiente do trabalho, ou seja, envolvem bens jurídicos da maior envergadura, como a saúde e a vida dos trabalhadores, podendo implicar danos indeléveis até mesmo em pessoas da família, pois quantos não são os acidentes que resultam em morte ou incapacidade do trabalhado”, escreveu na decisão.

Obrigações

A decisão dá um prazo de 15 dias para que a Duratex: instale proteções fixas e/ou móveis com dispositivos de destravamento em transmissões de força e seus componentes móveis, quando acessíveis ou expostos, e/ou adotar proteção de transmissões de força e seus componentes móveis que não impeça o acesso por todos lados; proteja movimento perigoso de transportador contínuo de materiais em pontos de esmagamento, agarramento ou aprisionamento acessíveis durante a operação normal; instale proteção adequada contra quedas em andares acima do solo; proteja aberturas nos pisos contra queda de pessoas e objetos; acompanhe a adoção de medidas de segurança e saúde no trabalho pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento; dote prensas e similares de proteções fixas ou móveis dotadas de intertravamento no caso de acesso a zonas de perigo não supervisionadas por cortinas de luz; instale sinal de advertência sonora em equipamento de transporte motorizado; adote medidas de proteção contra queimaduras em superfícies aquecidas de máquinas e/ou equipamentos; consigne em registro mecânico, manual ou sistema eletrônico, os horários de entrada, saída e período de repouso efetivamente praticado pelo médico do trabalho; providencie a emissão de Atestado Médico Ocupacional conforme conteúdo mínimo previsto na NR-7; respeite os limites de jornada de trabalho estabelecidos no art. 59 da CLT; conceda período mínimo de onze horas consecutivas para descanso entre duas jornadas de trabalho; conceda aos empregados um descanso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferencialmente aos domingos.
Fonte: JCNet

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O que você vai ler abaixo é uma história real

Entenda como um empresário, com um negócio próspero, conseguiu transformar um faturamento anual de R$ 2 milhões em uma dívida de R$ 750 mil.


Shutterstock
Recentemente conversei por quase duas horas com um empresário que tive a oportunidade de ajudá-lo a dar os seus primeiros passos em sua ascensão, desde quando começou o seu próprio negócio em SP no final da década de 90. Vou contar parte de sua história e usar o pseudônimo "João" para guardar a sua privacidade, mas com a sua autorização, vou compartilhar abertamente o seu problema, porque seguramente essa patologia é vivida por muitas pessoas, em diversos níveis sociais e em todo mundo. 

Nos últimos 15 anos, João, que começou o seu negócio do zero e com muita luta, conquistou o sucesso, cresceu financeiramente e viu o seu projeto florescer, conquistando muito prestígio no meio social em que vivia. Neste mesmo período, enquanto o seu negócio prosperava, até hoje, João também gastou mais de 12 milhões de reais e, atualmente, pelo seu estilo de vida, o seu patrimônio foi reduzido a zero. Desculpe-me, mas para ser mais preciso, o seu patrimônio na realidade atualmente é uma dívida de aproximadamente 750 mil reais.

As duas empresas do João, que têm um excelente produto e um faturamento de mais de 2 milhões por ano, têm fechado o resultado de um fluxo de caixa mensal negativo que já ultrapassou o valor de 50 mil reais. Isso porque além dos custos operacionais regulares, as empresas estão com gastos excessivos, o que inclui um gasto mensal adicional de 30 mil reais, relativo aos empréstimos bancários e parcelamentos de impostos atrasados, dívidas contraídas também para bancar o seu estilo de vida.

João tem 43 anos, casado há quase 20, tem dois filhos adolescentes e é uma pessoa honesta e trabalhadora. Então, como ele conseguiu se meter nessa situação depois de ter ganhado tanto dinheiro e construído um negócio tão promissor? 

O declínio

Eu conheço muito bem essa família e o seu negócio. Posso lhe assegurar que não estamos falando de um problema mercadológico que a sua empresa pudesse estar atravessando, mas única e exclusivamente de um problema relacionado ao seu estilo de vida. 

João não é dependente químico, não sustenta amantes ou famílias em paralelo, não é viciado em jogo e nem perdeu o seu dinheiro na Bolsa de Valores. E como conheço de perto e acompanho, buscando ajudar essa família há muito tempo, há muitos anos João é viciado numa droga que afeta a todas as camadas da sociedade. Ricos e pobres de todas as raças e credos a cada dia têm sofrido muito pelos efeitos destrutivos deste psicotrópico devastador chamado consumismo.

Não estou me referindo a um consumo consciente ou ao desejo legítimo por experimentar novos produtos, considerando inclusive que este é um dos motores da economia, mas sim a um exagero doentio, o que estou classificando como consumismo. Apesar de não ser psicólogo, pela minha experiência em mais de 20 anos formando executivos e empreendedores, pude observar em inúmeros casos que o consumismo é uma séria patologia comportamental que faz com que o indivíduo, sem que ele tenha a consciência clara desta condição, consuma de forma desenfreada produtos ou serviços sem a real necessidade dos mesmos. 

Observei que muitas podem ser as razões para este comportamento, como por exemplo, preencher um vazio decorrente de quadros depressivos, por necessidade de aceitação social, o que neste caso, grifes e marcas passam a ter uma enorme importância, falta de autoestima, dentre outras razões que podem dar origem a um comportamento extremamente consumista. Este estilo de vida é rapidamente assimilado por toda família que passa associar a sua felicidade ou autoestima ao consumo de produtos, seja um novo modelo de celular, um novo carro, roupas de moda, viagens que os amigos fazem, bolsas, sapatos, novos modelos de computador, compras excessivas no supermercado, em restaurantes, além de parentes que, atraídos por este estilo de vida acabam participando dessas orgias do consumo bancado pelo filho ou filha que de repente ficou rico(a). Tudo isso fomentado por excessivo tempo assistindo TV ou internet, onde todos são alimentados e bombardeados pelos estímulos da propaganda. 

Este problema não é privilégio dos ricos. Como disse, é um estilo de vida que se manifesta em todas as camadas da sociedade. Nas classes mais baixas, os cheques pré-datados, promoções relâmpagos, representam "oportunidades" imperdíveis que fazem com que o indivíduo mergulhe na escravidão do cartão de crédito, cheque especial e dos empréstimos extorsivos de instituições financeiras e até de agiotas. Como consequência, passará toda a vida pagando contas sem evoluir. Sempre terá pose de bacana com a sua TV LCD, TV a cabo com per per view, e o seu carro financiado em 80 prestações, mas terá a sua caixa de correio sempre lotada de cartas de cobrança.

Como posso evitar?

Eu poderia me alongar muito neste tema, mas vou resumir. O segredo básico para construir uma vida próspera é simples: gastar menos do que ganha. Um sintoma muito comum do início da dependência da droga do consumismo pode ser observado em frases do tipo: "Mas é impossível viver gastando menos do que eu gasto. Eu ganho muito pouco". Outra muito comum, dita por aqueles que já estão num estágio mais avançado é: "Pra que vou guardar dinheiro? Eu não sei nem se vou tá vivo amanhã…" ou para justificar o seu estilo de vida, tentam desqualificar o conselho de gastar menos do que ganha, argumentando de forma apelativa assim: " Diz isso pra quem ganha um salário mínimo"... Os sintomas psíquicos do consumismo são muito sutis e são sempre acompanhados desses argumentos auto-convincentes, muito parecidos com a forma que também se observa no comportamento de indivíduos com alguma dependência química.

Pra você prosperar, poder ajudar outras pessoas e acumular capital para poder investir numa real oportunidade de negócios, é necessário estar livre do consumismo, livre desta escravidão psíquica, com a sua família saudável e pronta para construir um futuro promissor. Isso porque o consumismo visa sempre o imediato em detrimento do futuro, mas para construir um projeto promissor, o foco deve estar no futuro, investindo o seu presente para construí-lo. Consumismo e prosperidade são inimigos, percebeu?

Para finalizar, e o que vai acontecer com o João? Bem, infelizmente ele e toda sua família vão arcar com as consequências do estilo de vida em que viveram até hoje. Eu estou o ajudando a fazer um plano de longo prazo para sair dessa, além de recomendá-lo um tratamento psicológico com toda família. Se ele tiver disciplina e humildade, com muito trabalho, tenho a certeza que vai virar o jogo. Do contrário, o buraco só vai aumentar, transformando-se num poço sem fundo. As consequências neste caso seriam incalculáveis.

Para os que esperavam um final feliz, desculpe-me desapontá-lo. Fica aqui o exemplo do quão grave e o quanto o consumismo pode fazer uma família sofrer.

Se você se identificou com alguma parte desta história, não pague pra ver e peça ajuda imediatamente para um amigo, pessoas de confiança ou até ajuda profissional. Do contrário, tenha a certeza de que você poderá pagar muito caro.
Fonte: administradores.com.br