Motorista, sem qualquer experiência, trabalhou como agente de captura de anofelinos.
Após ser motorista por alguns meses em 2003, o agente Marcílio Ferreira passou a trabalhar no Setor de Entomologia, no Bairro Remanso, onde coletava lâminas de pacientes com malária. Em seguida passou dois meses na lavagem de lâminas, colocando cerca de quatro a cinco mil em cada bacia ou balde com água sanitária e sabão em pó.
Submersas por dois dias, eram depois lavadas uma a uma e estendidas sobre um muro e em cima de um barco da própria secretaria. Secas, eram embaladas em volumes de 20 unidades e encaminhadas aos laboratórios para novas coletas. Mesmo usando luvas cirúrgicas na lavagem, sem qualquer treinamento para desempenhar a função, Ferreira não escapou de sofrer cortes.
Ele confirmou que, à exceção de duas calças de brim e duas camisas recebidas durante os cinco anos de serviço na Entomologia, nunca lhe repassaram máscaras, luvas e lâminas reutilizáveis. A captura durava das 18h às 24h, totalizando seis horas.
Ferreira vestia meias pretas até a metade das canelas, deixando os joelhos expostos para atraí-los pelo cheiro. O método utilizava um capturador com sucção - peça feita com uma borracha e uma mangueira comum. Os próprios agentes fabricavam os copos para armazenar mosquitos e eram obrigados a permanecer imóveis, no local de captura, por cerca de duas horas. Trabalhavam de três a cinco noites por semana na captura. Certa vez, na região de São Brás, em uma hora de sucessivas picadas, Ferreira atraiu 260 mosquitos. Teve malária 12 vezes.
Fonte: Amazonia de Noticias
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