Mais de 36 mil pessoas morreram, em 2006, vítimas de acidentes de trânsito no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead), em 61% dos acidentes o condutor havia ingerido bebida alcoólica. Entre os casos fatais, o índice sobe para 75%. Os números de 2007 não estão fechados, mas a expectativa é que repitam os de 2006.
O levantamento do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) sempre difere das estatísticas do Ministério da Saúde. Isso ocorre porque a polícia só costuma computar a morte provocada por acidente de trânsito quando ela acontece no local. Daí os números do ministério serem sempre maiores.
Seqüelas
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), todos os anos, cerca de 500 mil pessoas ficam feridas em acidentes de trânsito no Brasil. Aproximadamente cem mil ficam com seqüelas permanente. De três a quatro mil pessoas ficam paraplégicas ou tetraplegicas.
No Rio, os números de acidentes de trânsito cresceram consideravelmente nos últimos seis anos. Em 2001, foram 2.190 óbitos. Em 2006 o número subiu para 2.667. Nesse mesmo ano, o Estado registrou 35.347 vítimas não fatais.
Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o hospital Miguel Couto, mostra que 30% da vítimas de acidentes de carro que deram entrada no hospital tinham bebido ou se drogado. A mesma pequisa revelou que 55% dos acidentes aconteceram nas noites de sexta-feira, sábado ou domingo.
O médico especializado em acidentes de trânsito e autor do livro A Vacina contra a violência no trânsito, Fernando Moreira, defende o uso cotidiano do bafômetro na prevenção dos acidentes. "As pessoas precisam sair de casa sabendo que, há qualquer momento, poderão fazer um teste", argumenta.
A legislação brasileira permite que a pessoa apresente até 0,6 mg de álcool por litro de sangue. Isso equivale a uma pessoa de 70 kg consumir duas doses de qualquer bebida alcoólica. O problema, segundo Moreira, é que muitos acidentes são causados por um consumo etílico que é legal. "Com uma taxa menor que 0,6 já perdemos funções importantes, como a capacidade de gerenciar riscos", explica.
Fonte: JB Online
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