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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Servir é a Chave da Verdadeira Liderança...

Por: Prof. Menegatti *

Os líderes verdadeiros não são o centro das atenções: na verdade, sendo possível eles evitam isso. Infelizmente, muitos líderes de hoje começam como servos, mas terminam como celebridades. Eles se tornam viciados em atenção, sem tomar consciência de que estar sempre sob os olofotes, acaba por deixar a pessoa cega.

A auto promoção e a atividade de servir não se misturam: os verdadeiros líderes não agem pela aprovação e pelo aplauso dos outros. Você sabia que existe mais de 750 halls da fama nos Estados Unidos e mais de 450 publicações do tipo "quem é quem", porém você não irá encontrar muitos líderes verdadeiros nesses lugares. A notoriedade não significa nada para os líderes verdadeiros, porque eles sabem a diferença entre ser proeminente e ser importante. Existem vários atributos proeminentes nos eu corpo, sem os quais você não poderia viver. As partes escondidas de seu corpo é que são indispensáveis.
Partilhe suas fraquezas: em algum ponto da vida você terá de decidir se quer impressionar ou influenciar as pessoas. Você pode impressionar as pessoas de longe, mas tem de chegar perto para influenciá-las; e, quando você fizer isso, elas poderão ver suas imperfeições. Não há nenhum problema nisso. Aqualidade essencial do líder não é a perfeição, mas a credibilidade. As pessoas devem ser capazes de confiar em você, caso contrário não o seguirão.
Como você constrói credibilidade? Não fingindo ser perfeito, mas sendo sincero.
* Prof. Menegatti é conferencista em Vendas, Motivação e Liderança. Entre seus produtos estão: o Livro "Desperte seu Potencial Emocional", CD Motivacional "Marcado para Vencer", DVD "Campeão de Vendas".

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

No setor elétrico, terceirizados sofrem quatro vezes mais acidentes fatais do que empregados das concessionárias.

Nos últimos dez anos o Brasil sofreu, pelo menos, quatro blecautes com dimensões nacionais. O mais recente, em novembro do ano passado, atingiu 18 estados e mais de 80 milhões de consumidores. Em busca das causas desses "apagões", pouco (ou nada) se discute sobre as privati­za­ções, as terceirizações e a consequente preca­rização das condições de trabalho, que vêm atingindo as três áreas que compõem o setor: geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

O fenômeno da terceirização de serviços no Sistema Elétrico Brasileiro ganhou força a partir da década de 90, em especial em 1998, quando se consolidou o processo de pri­vatização do setor. Na época, as privatizações atingiram 80% da atividade de distribuição e 20% da geração de energia, sendo encabeçadas por empresas ou consórcios internacionais. "Esse fenômeno promoveu a introdução de novas tecnologias, materiais e trouxe mudanças significativas aos processos e à organização do trabalho. Em especial, trouxe-nos a terceirização, que deveria ser aplicada como uma espécie de parceria empresarial, em que o objetivo maior seria a especialização dos serviços, com a consequente melhoria da qualidade e da produtividade. Entretanto, o que se verificou foi a redução dos custos empresariais, com decréscimo no padrão salarial e a precarização das condições de Saúde e Segurança no Trabalho", avalia o auditor fiscal do trabalho Joaquim Gomes Pereira, da SRTE/SP, en­genheiro eletricista e de Segurança do Trabalho.
Fonte: Revista Proteção

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Brasil é emergente que mais produz lixo eletrônico, diz ONU

O Brasil é o mercado emergente que produz o maior volume de lixo eletrônico por pessoa a cada ano. O alerta é da Organização das Nações Unidas (ONU), que ontem lançou seu primeiro relatório sobre o tema. O estudo advertiu que o Brasil não tem estratégia para lidar com o fenômeno e que o tema sequer é prioridade para a indústria. O País é também a nação emergente que mais toneladas de geladeiras abandona a cada ano por pessoa e um dos líderes em descarte de celulares, TVs e impressoras.
O estudo foi realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) após a constatação de que o crescimento econômico dos países emergentes levou a um maior consumo doméstico, com uma classe média cada vez mais forte e estabilidade econômica para garantir empréstimos para a compra de eletroeletrônicos. Mas, junto com isso, veio a produção sem precedentes de lixo.
A estimativa é de que, no mundo, 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas por ano. Grande parte certamente ocorre nos países ricos. Só a Europa seria responsável por um quarto desse lixo. Mas a ONU alerta agora para a explosão do fenômeno nos emergentes e a falta de capacidade para lidar com esse material, muitas vezes perigoso.
Por ano, o Brasil abandona 96,8 mil toneladas de computadores. O volume só é inferior ao da China, com 300 mil toneladas. Mas, per capita, o Brasil é o líder. Por ano, cada brasileiro joga fora o equivalente a 0,5 quilo desse lixo eletrônico. Na China, com uma população bem maior, a taxa per capita é de 0,23 quilo, contra 0,1 quilo na Índia.
Fonte: Agencia Estado

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Tecnólogos de segurança entram para a Classificação Brasileira de Ocupações.

A luta dos tecnólogos de Segurança do Trabalho pelo reconhecimento de sua profissão obteve uma vitória relevante para a classe. No dia 6 de janeiro, o Ministério do Trabalho e Emprego oficializou a entra­da da categoria na CBO (Classificação ­Brasileira de Ocupação), tornando a presença dos tec­nólogos de Segurança no meio pre­vencionista mais forte e importante. "Essa conquista marca o início de uma nova fase. Será o caminho para a obtenção da regula­mentação da profissão. Não será `do dia para a noite’ que mudaremos tudo, mas percebo que aos poucos estamos conseguindo conquistar o nosso espaço", avalia o professor e coordenador do curso su­perior de Tecnologia em Segurança no Trabalho da Ulbra de Canoas/RS, Marino José Grecco.
Registrado na CBO com o número 2149-35, o tecnólogo de Segurança foi carac­terizado como o profissional responsável por controlar perdas de processos, produ­tos e serviços ao identificar, determinar e analisar causas de perdas e estabelecer pla­no de ações preventivas e corretivas. Tam­bém compete a ele desenvolver, testar e supervisionar sistemas, processos e mé­todos produtivos, gerenciar atividades de Segurança do Trabalho e de Meio Ambiente, planejar ativi­dades produtivas e coordenar equipes e treinamentos.

No entanto, mesmo com essa conquista, ainda há muitas batalhas a serem ven­cidas. A principal delas é a inclusão da categoria no SESMT, caso contrário, o espa­ço no mercado continuará restrito. "Infelizmente as empresas só contratam quando são obrigadas, principalmente na área de Segurança. Ou seja, enquanto não houver uma adequação da NR 4, as mudanças serão mínimas", analisa Luísa Tânia Elesbão Rodrigues, engenheira de Se­gurança, auditora fiscal e professora do cur­so Técnico em Segurança do Trabalho da UFRGS.

Para o consultor e técnico de Segurança Cosmo Palásio de Moraes Júnior, a entrada do tecnólogo no mercado de SST se­rá uma barreira a mais a ser vencida. "Não é ruim para a área ter seu tecnólogo es­pecializado, mas é preciso ter consciên­cia de que, mesmo depois de décadas, os en­genheiros e os técnicos só conseguiram fa­zer com que 1% das organizações de nos­so País instituísse o SESMT em seu qua­dro de trabalho. De um lado há a questão da valorização do conhecimento, mas do outro há uma questão política e social mais complexa", explica Cosmo.

Na opinião de Grecco, a inserção do tec­nólogo na regulamentação do SESMT é importante, mas não uma condição de­ter­mi­­nante para sua presença no mercado. "Muitas empresas que não contemplam o direcionamento da NR precisam de um profissional que as ajude a cumprir a legis­lação. O tecnólogo tem capacitação neces­sária para preencher esse papel", sintetiza.
Fonte: Revista Proteção

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Família recebe indenização pela morte por intoxicação de ex-agente da Funasa

A 5ª Turma especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) condenou a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) a pagar indenização por danos materiais para a família de ex-empregado da extinta Sucam (Superintendência de Campanhas). De acordo com os autos, o ex-agente de saúde pública, que morreu em agosto de 1989 em decorrência de intoxicação, manipulava substâncias tóxicas e voláteis para combater insetos causadores de febre amarela, malária e dengue, sem que o órgão público fornecesse o EPI (Equipamento de Proteção Individual), responsável por garantir sua segurança.
Segundo a sentença, a partir de agora a Funasa deverá pagar pensão mensal no valor de dois terços dos vencimentos recebidos pelo ex-funcionário, a ser paga desde a data de sua morte até a data em que completaria 65 anos de idade, dividida entre a viúva e seus dois filhos, até que os menores completem 24 anos. A partir daí, a pensão deverá ser totalmente revertida à viúva.
A decisão do TRF-2 se deu em resposta à apelação cível apresentada pelos familiares da vítima contra a sentença da 6ª Vara Federal Cível de Vitória/ES, que havia negado o pagamento de indenização.
O relator do caso no tribunal, juiz federal convocado Luiz Paulo da Silva Araújo Filho, iniciou seu voto explicando que, administrativamente, a Funasa reconheceu que a morte do funcionário se deu por acidente de trabalho. Conforme informações do relatório feito pela Sucam, a causa do acidente, cujo dia coincide com a data do óbito da vítima, foi "por uso de DDT 80% durante o trabalho".
Portanto, ressaltou o magistrado, "como a manipulação de agentes configura atividade de risco, razão pela qual a vítima percebia o Adicional de Insalubridade no percentual de 20%, resta assentada a responsabilidade objetiva do empregador".
Luiz Paulo da Silva Araújo Filho também lembrou que o empregador deve comprovar que fornecia ao trabalhador o equipamento: "Cabe ao empregador o ônus de cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho", acrescentou.
O laudo elaborado pelo Departamento Médico-Legal da Polícia Civil do Espírito Santo aponta, como causa da morte, "Intoxicação Exógena por substância inalante do tipo veneno fixo de natureza neutra", devido "ao uso crônico e permanente de veneno como Instrumento Profissional". O juiz lembrou que a junta médica constituída pela Funasa "ratificou o referido Laudo, solicitando, inclusive, providências no sentido de evitar que outros fatos similares possam ocorrer".
Fonte: TRF- 2a Região

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Operador de telemarketing tem jornada de trabalho diferente de telefonista.

O operador de telemarketing não tem direito à jornada de trabalho diferenciada como prevista para a categoria de telefonista. Essa é a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, consolidada na Orientação Jurisprudencial nº 273 da Seção I Especializada em Dissídios Individuais. O entendimento foi aplicado em julgamento recente de recurso de revista da Eletrolux do Brasil contra ex-empregada do setor de telemarketing da empresa.

Como explicou o relator, ministro Vieira de Mello Filho, o artigo 227 da CLT, que estabelece jornada de seis horas diárias ou trinta e seis semanais para telefonista, não pode ser estendido, por analogia, ao operador de telemarketing.

Segundo o ministro, os operadores de telemarketing não exercem suas atividades exclusivamente como telefonistas nem operam mesa de transmissão. Além do mais, usam apenas telefones comuns para atender e fazer ligações por exigência da função.

Na Justiça do Trabalho, a operadora de telemarketing pediu a aplicação analógica do comando celetista ao caso e a empresa insistiu na incompatibilidade da norma com as funções da trabalhadora. O Tribunal do Trabalho da 9ª Região (PR) manteve a sentença de primeiro grau que reconhecera o direito da empregada às horas extraordinárias.

O Regional concluiu que a jornada especial era devida à trabalhadora porque ela se utilizava do telefone para a realização das tarefas em 90% do tempo de serviço – fato admitido pelo representante da empresa.

Entretanto, a Primeira Turma reformou essa decisão com base na jurisprudência do TST. Por unanimidade, os ministros excluíram da condenação o pagamento das horas extraordinárias que tinham sido deferidas a partir do reconhecimento do direito da trabalhadora à jornada especial.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Como usar salto alto no trabalho sem prejudicar a saúde

Muitas profissionais trabalham diariamente com sapatos de salto alto. Apesar de serem considerados itens elegantes e necessários para compôr o visual, eles podem prejudicar a saúde. Com o tempo, alguns desconfortos podem surgir, como problemas do quadril, na coluna, artrose nos ossos, descontrole postural, além do desequilíbrio, que pode causar quedas. Para o ortopedista do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, Marcos Kardequi Silva Raquel, a solução para evitar que isso ocorra é variar a altura dos sapatos.
"O importante é alterar o uso dos sapatos com saltos mais altos e mais baixos para não acostumar a musculatura. É importante saber que são considerados altos os saltos acima de 15 centímetros, os de 5 a 10 centímetros são medianos e abaixo disso, são considerados baixos", explicou o ortopedista.
Sapatos mais recomendados
Para as mulheres que não conseguem descer do salto, os sapatos mais recomendados são os de plataforma, pois possuem a mesma extensão em sola e permitem que o peso do corpo tenha melhor distribuição.
"O sapato ideal está longe de ser bonito. Ele deveria ter no máximo quatro centímetros de altura, com formato largo nos dedos e de preferência com o bico quadrado. E, para completar, o salto deveria ser quadrado também, pois garante mais estabilidade", afirmou o médico.
Não são somente os sapatos de salto que prejudicam os pés, as sandálias rasteiras não suportam impacto, além do pé ficar solto e o peso corporal ficar localizado no calcanhar.
Dicas
Para evitar as dores dos pés, depois de um dia de trabalho, o médico recomenda que as mulheres façam exercícios e alongamentos. A prática duas vezes por semana ajuda na prevenção de câimbras e inchaços. Além disso, um escalda pé com água morna ajuda a eliminar as dores. Outra dica é colocar proteção nas áreas de atrito, como protetores de gel e orteses para distribuição das pressões nas saliências ósseas, que ajudam para alívio de calos e joanetes.
No momento da compra
Na hora de comprar um sapato, não se deixe levar apenas pela estética do produto. Avalie se ele é confortável para ficar calçada durante 8 horas diariamente. O ortopedista explica que o sapato deve ser correspondente ao formato do pé, nem largo nem apertado.
O melhor horário para realizar a compra é no final da tarde ou começo da noite, quando os pés estão mais largos. O ideal é que sobre de 0,5 a 1,3 centímetro entre o dedo maior e o final do sapato, que não deve ser feito de um material duro.
"Não acredite que o sapato vai lacear e calce sempre os dois pés no calçado, pois normalmente temos um pé maior que o outro", concluiu o especialista.
Fonte: Administradores

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pesquisa mostra vulnerabilidade da saúde de catadores de material reciclável.

Uma jornada de trabalho que se estende por, pelo menos, dez horas diárias somada a condições precárias, além de baixa remuneração é o dia a dia de aproximadamente 230 mil homens e mulheres que trabalham como catadores de materiais recicláveis no país. A combinação torna a saúde dessa parcela da população vulnerável a diversos riscos.

A constatação faz parte de um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A autora da pesquisa, a bióloga Jandira Aureliano de Araújo, ex-aluna do mestrado em saúde pública da Fiocruz Pernambuco, afirma que a "invisibilidade pública" a que são submetidos esses trabalhadores tem como consequência uma autoestima prejudicada e o descuido com a saúde.

Para realizar a pesquisa, ela acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem cerca de 1,8 mil pessoas. Segundo ela, essas pessoas reclamam que ficam à margem da sociedade, que muita gente até se assusta quando os vê revirando latas de lixo próximas a pontos de ônibus, por exemplo, procurando alguma coisa que possa ser reciclada. "Por isso, embora percebam os riscos aos quais estão expostos por conta do seu trabalho, eles quase não tomam atitudes preventivas, como o uso de equipamento de proteção".

De acordo com a bióloga, entre as explicações citadas estão a falta de dinheiro para comprar luvas, botas e máscaras e o desconforto que o uso desse tipo de equipamento causa. "A preocupação maior é trabalhar, é ter aquele dinheirinho garantido, porque para eles o risco de morrer de fome é maior". Jandira alerta que esses profissionais enfrentam riscos sérios, já que é comum encontrar entre os entulhos objetos cortantes ou contaminados, como lixo hospitalar.
Na comunidade observada, os catadores ganham de R$ 30 a R$ 50 por semana com a venda do material coletado. Por um quilo de papelão, eles recebem de R$ 0,10 a R$ 0,15.
Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Membro de Cipa pode perder estabilidade com fechamento da empresa.

Um empregado da empresa Pharmácia Brasil, do Rio de Janeiro, perdeu a estabilidade no emprego, que é garantida aos membros da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidente do Trabalho), porque a filial em que trabalhava foi fechada. Assim, a Seção I Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho considerou o motivo suficiente para autorizar a sua demissão.

A dispensa havia sido rejeitada na 5ª Turma do TST. Para os ministros, o trabalhador deveria ser aproveitado em outro local da empresa. Mas contrariamente a esse entendimento, a ministra Maria Cristina Peduzzi, relatora do recurso da Pharmácia na SDI-1, esclareceu que “a parte final do item II da Súmula 339 do TST” autoriza a demissão do empregado tanto no caso de extinção das atividades da empresa quanto no de fechamento da filial em que ele trabalha.

Todos os ministros da SDI-1 aprovaram o voto da relatora determinando a devolução do processo ao Tribunal Regional do Trabalho, para que o Recurso Ordinário da empresa seja novamente analisado, “partindo da premissa de que a extinção de um dos estabelecimentos é suficiente para afastar o direito à estabilidade do empregado”.
Fonte: Tribunal Superir do Trabalho

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fundacentro lança Livreto do Trabalhador sobre Espaços Confinados

A publicação Espaços Confinados- Livreto do Trabalhador é uma importante ferramenta didática para ser utilizada em treinamentos de trabalhadores autorizados a adentrar e desempenhar trabalhos de forma segura no interior de espaços confinados. Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída e cuja ventilação existente seja insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou o enriquecimento de oxigênio. Nestes espaços, os acidentes costumam ser fatais. O livreto baseado na NR -33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados apresenta definições, aplicações, riscos, medidas de controle, responsabilidades das empresas, direitos e deveres dos trabalhadores. É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho-PET. A prevenção é fundamental.
Download Disponível:

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Auxílio-acidente é devido mesmo se a lesão for reversível.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu, conforme o rito da Lei dos Recursos Repetitivos (Lei n. 11.672/08), que uma pessoa que tenha adquirido lesão caracterizada como causadora de incapacidade parcial e permanente tem direito a receber auxílio-acidente por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mesmo que essa lesão tenha caráter reversível. Com base em tal interpretação, o tribunal rejeitou recurso do INSS e garantiu o direito de uma segurada de São Paulo ao benefício.
A segurada obteve o auxílio, mas, diante da comprovação de que o seu caso poderia vir a retroceder mediante procedimentos médicos, medicamentos e tratamentos específicos, o INSS alegou que "a concessão do auxílio-acidente só é possível quando se tratar de moléstia permanente".
No STJ, o relator do recurso, ministro Arnaldo Esteves Lima, explicou que é ponto pacificado dentro do superior tribunal, que "a possibilidade ou não de irreversibilidade da doença deve ser considerada irrelevante".
Tratamento
O entendimento dos ministros é de que, "estando devidamente comprovado o nexo de causalidade entre a redução parcial da capacidade para o trabalho da pessoa e o exercício de suas funções laborais habituais, não é cabível afastar a concessão do auxílio-acidente somente pela possibilidade de desaparecimento dos sintomas da patologia que acomete o segurado, em virtude de tratamento ambulatorial ou cirúrgico".
E, no caso em questão, a própria argumentação do INSS afirma, textualmente, que o surgimento da doença na segurada é consequência das atividades laborais desenvolvidas por ela.
Conforme o STJ, a Lei nº 8.213/91 - referente à concessão de auxílio-doença acidentário - estabelece, para ser concedido o auxílio-acidente, a necessidade de que o segurado empregado (exceto o doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial) tenha redução permanente da sua capacidade laborativa em função de acidente de qualquer natureza. A mesma lei também considera, em seu artigo 20, como acidente de trabalho "a doença profissional, proveniente do exercício do trabalho peculiar a determinada atividade".
Fonte: Expresso da Noticia

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Indústria de bebidas mira o uso racional da água.

Na região de Bauru, Ambev e Spaipa traçam estratégias de economia.

Hoje a água é um recurso natural disponível, mas há previsões nada otimistas para o futuro que levam a indústria a repensar seus métodos.

A Ambev, que tem uma cervejaria em Agudos (19 km de Bauru), e a Spaipa, que produz refrigerantes da Coca-Cola em Marília (106 Km de Bauru) e tem uma unidade de água mineral aqui, são exemplos.

Maior fabricante de cerveja do país, a AmBev vai traçar este ano sua Water Foot Print, a “pegada de água”. A ideia é monitorar quanto do produto é gasto na cadeia de produção e racionalizar.

Nos últimos seis anos, a Ambev reduziu em 23% o consumo. Em 2008, foram usados 4,11 litros de água para cada litro de bebida contra 4,19 litros de 2007.

A redução no último ano significa volume não captado de 815 milhões de litros, suficiente para abastecer num mês uma cidade de 150 mil habitantes.
Meio ambiente é preocupação
A fábrica da Ambev de Agudos terá um investimento de R$ 184 milhões em 2010. Com isso, a filial terá sua capacidade de produção ampliada em 43%. Além da unidade fabril, a companhia também mantém na cidade um CDD (Centro de Distribuição Direta), que juntos empregam 802 pessoas.

A fábrica tem importância estratégica para os negócios da AmBev e abastece, além da região, os mercados de Paraná, Ribeirão Preto, oeste de Minas Gerais, Mato Grosso, e outras cidades do norte de São Paulo.

A água significa 95% da produção da cerveja.
“As unidades da Ambev procuram diminuir a necessidade de captação de água, reduzir o consumo de energia, aumentar o índice de reciclagem dos resíduos e diminuir a emissão de poluentes”, afirma o gerente fabril Fernando Maffessoni. A companhia promove treinamentos sobre o tema.

Spaipa coleta água de chuva
A Spaipa passou por ampliação no ano passado. A filial passou a ter 45 mil metros quadrados em área e capacidade de produção para mais de 156 milhões de caixas de bebidas/ano.
Desde 2007 foi implantado sistema de coleta de água da chuva com previsão de economia de 1% a 2% no consumo mensal.
Hoje, o Sistema Coca-Cola Brasil utiliza 2,08 litros de água para cada litro de bebida produzido, incluindo o litro que vai dentro da embalagem, um dos melhores índices da indústria do mundo.
Há 12 anos esse índice girava em torno de cinco litros. O sistema segue política mundial para recursos hídricos baseada em três “Rs”: reduzir a água; reciclar e reabastecer as comunidades e a natureza.

Programa objetiva a qualidade do produto
Nos 16 fabricantes dos produtos da Coca-Cola no Brasil, além de Del Valle e Leão Junior, o Programa Água Limpa trata, entre outras coisas, da qualidade da água que é devolvida à natureza pelos fabricantes e da economia na utilização do produto.
Hoje, a capacidade de captação da chuva em todas as fábricas, incluindo a sede, é de 89 milhões de litros de água por ano.
Reaproveitamento na hora da limpeza
Na Ambev, toda a água proveniente da produção é reaproveitada em atividades como lavagem de tanques, garrafas e limpeza em geral. A água que enxagua as garrafas é aproveitada, por exemplo, para lavar os engradados. Na pasteurização, a mesma água usada para elevar a temperatura da cerveja é usada para resfriá-la, o que reduz a captação.

A empresa possui 37 estações de tratamento instaladas em suas fábricas nas Américas para devolver água limpa. Juntas, possuem capacidade para tratar 240 mil metros cúbicos de efluentes por dia - índice suficiente para abastecer uma população de 5,6 milhões de habitantes, semelhante a uma cidade que possui quinze vezes a população de Bauru.

No caso de Agudos, além do consumo de água abaixo da média anual da companhia, a unidade é uma das oito plantas de biomassa.
“O investimento da Ambev em energia limpa resultou em uma matriz energética calorífica constituída por 29% de fontes renováveis, o que diminui a emissão de gases causadores do efeito estufa. Nos últimos cinco anos, a redução no índice de emissão de CO2 foi de 35%, o equivalente ao plantio de 1,6 milhão de árvores”, conta o gerente.
Outra preocupação é com resíduos descartados. Em 2008, a companhia reaproveitou 98,2% dos subprodutos.
Fonte: Agência BOM DIA

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Explosão causa mortes em central elétrica nos EUA.

Uma explosão de grandes proporções destruiu parte de uma central elétrica em Connecticut, nos Estados Unidos, neste domingo.

Moradores que viviam a uma distância de até 50 quilômetros da central dizem que sentiram suas casas tremerem com o impacto da explosão na central Kleen Energy, que está sendo construída em um subúrbio de Middletown.

O prefeito de Middletown, Sebastian Giuliano, disse no domingo que a explosão matou pelo menos cinco pessoas e deixou 12 feridas. Ela teria sido causada por gás.

Uma coluna de fumaça preta era visível no local pouco depois da explosão.

Há notícia de que algumas pessoas ficaram presas sob os escombros de parte do prédio. Equipes de emergência trabalham no resgate.

Um representante do corpo de bombeiros da cidade, Al Santostefano, disse que havia cerca de 50 operários no local na hora da explosão.

Segundo Santostefano, a parte de trás de um dos principais prédios do complexo ficou muito danificada.

Pelo menos cem bombeiros trabalharam por uma hora para controlar o incêndio.
A central foi isolada, mas as autoridades dizem que não há mais risco para os moradores da área.
"Realmente sacudiu a casa e todo mundo ficou com medo. As crianças começaram a chorar porque não sabiam se a casa iria pegar fogo", disse uma moradora da área à agência de notícias Associated Press.
Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Falta de treinamento gera indenização.

Acidente de trabalho provocado por falta de treinamento gera direito a indenização.
A Quinta Turma do TRF da 1.ª Região decidiu que a empresa contratante é responsável por indenizar a família do empregado falecido, em caso de acidente de trabalho, com resultado morte, decorrente de imperícia por falta de treinamento para exercer a função. A responsabilidade da empresa empregadora fundamenta-se, segundo o colegiado, no fato de haver-se omitido na prevenção do acidente.
A Turma entendeu, ainda, que o fato de a viúva-autora ter dado como quitados os valores recebidos pelo seguro de vida da vítima não a impede de receber a indenização decorrente do mesmo fato, por terem fundamentos jurídicos distintos.
Segundo a decisão, são distintos os fundamentos que permitem haver cumulação de benefício previdenciário e pensão civil por morte, conforme previsto na Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal (STF). São objetos deste benefício a viúva e seus filhos até a idade de 25 anos.
Por fim, decidiu-se que não estão inclusos na base de cálculo dos honorários os valores futuros devidos (prestações vincendas), de acordo com o entendimento do STJ.
Fonte: IOB News

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Seis ensinamentos para você ser um palestrante vitorioso.

Por: Reinaldo Polito *


Às vezes vemos um palestrante bem-sucedido e ficamos curiosos para saber como foi sua trajetória para se projetar tanto. A receita é simples, mas exige empenho e muita dedicação. Um dos palestrantes mais famosos e requisitados nos últimos tempos é o Max Gehringer. Dá para aprender muito com ele.

Além da sua larga experiência como presidente de importantes empresas multinacionais, Max se tornou um dos mais brilhantes escritores da história corporativa brasileira. Faz grande sucesso como comentarista sobre carreira na Rádio CBN e no programa Fantástico, da TV Globo.

Acompanho sua trajetória há muitos anos, desde a época em que era dos principais articulistas das revistas "Exame", "Você S.A." e "VIP", antes de se transferir para a revista "Época". Onde põe a mão faz sucesso. Não poderia ser diferente com suas palestras. Conseguiu transferir para os palcos a mesma leveza e bom-humor dos seus textos. Veja seis ensinamentos desse craque da tribuna:

Primeiro ensinamento: escolhendo o tema. Ele escolhe o tema da sua palestra de maneira bastante criteriosa. As organizações que o contratam sabem que ele aplica determinado fio condutor em suas apresentações. A cada evento, entretanto, este sedutor de plateias usa sua larga experiência como principal executivo de grandes organizações e o conhecimento adquirido como estudioso dedicado da vida corporativa para adaptar o conteúdo aos interesses do cliente.
Essa capacidade de estabelecer correlação entre os ensinamentos da sua palestra e a aplicação prática na vida dos ouvintes faz com que todos levem uma mensagem útil para as diversas atividades que desenvolvem, seja no relacionamento social, seja na vida profissional.
Segundo ensinamento: conquistando os ouvintes. Logo nos primeiros momentos Max mede a capacidade de compreensão da plateia. Começa com uma isca sutil que sempre provoca a reação do público. Se as pessoas reagirem rápido e de forma intensa, o caminho será mais leve e tranquilo até o final.
Se, entretanto, a resposta for lenta, sabe que deverá voltar à página dois da cartilha e redobrar seus esforços para explicar melhor os pontos que irá abordar. Esse respeito à capacidade de entendimento do público é um dos motivos que o torna tão admirado.
Terceiro ensinamento: mantendo a atenção. Manter concentração dos ouvintes o tempo todo é uma obstinação para ele. Max é tão preocupado em segurar a plateia ligada do princípio ao fim da palestra que teve o cuidado de gravar a reação de diversos públicos enquanto se apresentava. De posse das gravações analisou criteriosamente cada instante da sua apresentação para identificar quais os momentos em que o público começava a dispersar. Segundo ele, se os ouvintes se levantam muito para ir ao banheiro ou atender às ligações telefônicas tem algo errado com a palestra.

Para esses instantes críticos introduziu histórias interessantes e fatos bem-humorados que funcionam para recuperar e manter a atenção do grupo. Se você ficar do lado de fora da sala onde o Max se apresenta, irá constatar que suas brincadeiras funcionam, pois ouvirá risadas do público no máximo a cada dois minutos.

Quarto ensinamento: recuperando a concentração. Por mais que um palestrante se esforce, não tem jeito, depois de algum tempo alguns ouvintes ficam desatentos. O recurso preferido de Max para “trazer o público de volta à apresentação” é contar histórias pessoais bem-humoradas que estejam ligadas à realidade da assistência.

Esse artifício atinge vários objetivos. Além de mostrar o lado humano do palestrante, relaxa a plateia e mantém a concentração dos ouvintes. Essas histórias ajudam o público a se lembrar dos conceitos que foram discutidos. Passados meses e até anos, os ouvintes ainda se recordam das histórias que ouviram.

Quinto ensinamento: garantindo o resultado. Max se considera sempre mais um dente da engrenagem que movimenta o evento para ser bem-sucedido. Por isso, faz de tudo para que a sua participação ajude no resultado do encontro. Sendo assim, não admite falhas e exige muito profissionalismo do pessoal que dá suporte ao evento.

Procura não conversar com ninguém enquanto cada equipamento, cabo ou aparelho de som não esteja em perfeito funcionamento. Se você contratar o Max, tenha certeza de que ele cumprirá a parte dele, mas esteja certo também de que ele exigirá que você cumpra a sua.

Se, entretanto, algo der errado, não se preocupe, pois ninguém como ele sabe contornar os contratempos. Pouco antes de uma de suas palestras o local ficou sem energia. Enquanto todos se desesperavam por causa do incidente, com toda a tranquilidade ele se apresentou apenas com luz de vela. E, mais uma vez, foi um sucesso.

Sexto ensinamento: encerrando bem. A maior preocupação de Max é deixar uma mensagem que sirva de reflexão para os ouvintes. Ele aproveita o encerramento da palestra para deixar dicas práticas para que as pessoas possam aplicar no dia seguinte. Sua intenção é a de que esses conselhos tenham efeito multiplicador e se espalhem para todos os setores da empresa.

Max Gehringer, como eu disse no início, é, sem dúvida, um dos mais brilhantes palestrantes da história do país. Seu sucesso não chegou de um dia para outro. Construiu sua trajetória com muita disciplina e trabalho. Por que não aproveitar esses ensinamentos que já estão prontos, à nossa disposição?!
* Reinaldo Polito é mestre em ciências da comunicação, palestrante e professor de expressão verbal. Escreveu 19 livros que venderam mais de 1 milhão de exemplares.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Operários mortos soterrados estariam sem condições de segurança.

Operários morreram soterrados, no dia 8 de janeiro em Porto dos Gaúchos/MT. Ao que tudo indica eles trabalhavam sem as mínimas condições de segurança. Uma vala que já estava com cerca de 5 metros de profundidade era aberta à enxada e picareta para fazer a drenagem de água de um secador.
Pedro Joaquim Batista de 44 anos e Marinaldo Antonio de Araujo de 46 ficaram soterrados por cerca de 30 minutos até serem resgatados por companheiros. No local em que houve o desmoronamento ainda é possível ver rachaduras na parede de terra, o que deve causar novos desmoronamentos. Os dois são da cidade de Juara, para onde foram levados os corpos.
Parentes das vítimas informaram que oito homens trabalhavam na obra por volta das 15 horas, no momento em que houve o desmoronamento de terra na vala que estava sendo cavada e que acabou por soterrar três operários. Gidelson Jerônimo, de 28 anos, teve fratura na perna esquerda.
Policia Militar e Polícia Civil estiveram no local fazendo o levantamento das possíveis causas do acidente.
Fonte: 24 Horas News

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estresse no trabalho interfere no desempenho dos empregados.

O estresse psicológico no ambiente de trabalho pode tornar mais difícel aos trabalhadores depressivos desempenharem suas tarefas e serem produtivos, segundo um estudo publicado pela revista "American Journal of Health Promotion".
"Há um enorme custo econômico e humano", disse a principal autora do estudo, Debra Lerner, diretora do programa sobre saúde, emprego e produtividade no instituto de pesquisa clínica e estudos de políticas de saúde do Centro Médico Tufts.
"Temos de desenvolver e testar programas que enfoquem diretamente a situação no emprego das pessoas com depressão", acrescentou.
Os pesquisadores analisaram os casos de 14.268 adultos empregados e compararam com a situação de 286 trabalhadores deprimidos e 193 não deprimidos. Para o estudo, a equipe recrutou participantes entre 2001 e 2003 em consultórios de médicos.
Em muitos casos, os trabalhadores depressivos tinham problemas no ambiente de trabalho, disse Lerner.
"Frequentemente estavam cansados e tinham problemas de motivação", indicou. "Também podiam ter dificuldades para ajustar-se ao ritmo de trabalho ou a uma rotina, para desempenhar tarefas físicas e ainda para lidar com a carga de trabalho habitual".
As conclusões do estudo indicam que há uma vinculação entre a produtividade de um empregado e sua capacidade para controlar seu trabalho.
"O ambiente de trabalho ocupa uma parte importante", apontou Lerner.
Ronald Kessler, professor do departamento de políticas de saúde na Escola Médica da Universidade de Harvard, assinalou no artigo que as conclusões do estudo "são coerentes com um crescente conjunto de testes que apontam que a depressão tem importantes efeitos adversos no desempenho laboral, tanto nas ausências quanto no comportamento no trabalho".
A depressão tem um efeito maior sobre a assistência e a produtividade que "a grande maioria de outras condições de saúde", acrescentou.
Kessler disse que as conclusões levaram ao desenvolvimento de vários programas para detectar a depressão no ambiente de trabalho e para tratar os trabalhadores doentes.
"As avaliações começam a mostrar que os programas podem ser eficientes em termos de custos se aplicados na redução dos custos indiretos da depressão", acrescentou.
Fonte: Agencia EFE

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Raios de luz podem revelar se indústria está poluindo demais.

Um equipamento portátil posicionado no solo e que emite pulsos de luz pode revolucionar o controle dos poluentes emitidos pelas chaminés das indústrias. É no que trabalham os pesquisadores do Projeto Lidar, do Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio-Ambiente (Cepema) da USP, que fica em Cubatão, na Baixada Santista.

A técnica do lidar (sigla para o termo em inglês light detection and ranging) é similar à do radar. O radar baseia-se na emissão de ondas de rádio e detecção das ondas que retornam de um objeto. Dependendo do comprimento e da intensidade das ondas refletidas - e recebidas por um sensor -, pode-se calcular a distância de um objeto, seu tamanho, velocidade, entre outras variáveis. No lidar, processo semelhante é feito, mas com a emissão de pulsos de luz por laser. Até então, essa técnica, criada há décadas, só era usada para mapear o ar da atmosfera, analisando a concentração de compostos gasosos e partículas. O projeto do Cepema inaugura um novo uso para o lidar, que pode tornar mais fácil e barato o monitoramento das emissões em processos industriais.

Hoje, as indústrias usam sensores caros e específicos para medir a composição dos gases liberados pelas chaminés. Como, muitas vezes, os gases são quentes e as chaminés são altas e de difícil acesso, a instalação e manutenção desses medidores é complicada e onerosa. Com o lidar, não é necessário subir até o topo da chaminé nem fazer a calibração do equipamento, pois ele é instalado em locais de fácil acesso e direcionado ao ponto almejado, o que possibilita o monitoramento a distância. Mesmo em um ambiente úmido e com névoa, como é a região de Cubatão, o lidar consegue obter resultados em tempo real a distâncias de cerca de 500 metros ou mais. A pesquisa do Cepema desenvolve métodos de análises específicos e confiáveis para monitorar gases como CO (monóxido de carbono), hidrocarbonetos, SO2 (dióxido de enxofre) e NOx (óxidos de nitrogênio), além de partículas poluentes. A próxima etapa do estudo visa aplicar a técnica para medir a distribuição de tamanhos do material particulado expelido por chaminés.

De acordo com o professor Roberto Guardani, responsável pela pesquisa, a técnica poderá ser usada tanto pelos órgãos fiscalizadores quanto pelas próprias indústrias. "A indústria pode usar como instrumento de controle de processo", afirma. Ele explica que "todo processo industrial possui parâmetros técnicos que permitem prever a taxa de emissão de poluentes". Por isso, os engenheiros especializados sabem a quantidade regular de componentes emitidos em cada etapa de produção. Com o uso do lidar, será possível detectar e corrigir falhas operacionais antes que isso cause prejuízos ambientais e financeiros. Os pesquisadores pretendem quantificar o que sai das chaminés para que, daqui a algum tempo, o controle de qualidade do ar e da produção sejam mais ágeis. Isso deverá causar menos gastos para a indústria e menos poluição à atmosfera.
Funcionamento
Um equipamento emite um raio de luz pulsado, criado por laser, dirigido para o ambiente que se deseja estudar. O feixe de luz refletido tem características diferentes para cada tipo de partícula ou molécula. A partir da detecção desse feixe refletido e sua análise, é possível identificar os compostos e calcular sua concentração.

As primeiras medições aconteceram entre outubro e dezembro. A cada dois ou três meses, o grupo pretende fazer novos experimentos e ajustes aos programas de leitura dos raios refletidos.
O Projeto Lidar é interdisciplinar, integrando químicos, engenheiros químicos, físicos e meteorologistas, envolvendo, além da USP, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Fonte: USP Online

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Atividade de motoboys é marcada por pressa e risco de morte.

Na cidade de São Paulo, a atividade dos motoboys traduz parte da nova condição da cidade, onde o espaço, a circulação de mercadorias e de pessoas é tida como prioridade. "Eles também traduzem as transformações do mundo do trabalho, especialmente no caso brasileiro, devido a precarização do trabalho", explica o geógrafo Ricardo Barbosa da Silva.
Para o pesquisador, é necessário estudar a dinâmica dos motoboys a partir de dois ângulos: a nova condição da cidade no capitalismo contemporâneo e as transformações no mundo do trabalho. Segundo ele, a profissão de motoboy não é a única que representa a precarização do trabalho no País. "Trata-se de uma atividade que também permite a reflexão da ideia de informalidade, um ponto muito particular dessa profissão. É um trabalho que, a todo o momento, envolve situações de risco e a informalidade deixa os motoboys descobertos da maioria das leis trabalhistas", descreve.
Em seu estudo de mestrado dissertação Os motoboys no Globo da Morte: circulação no espaço e trabalho precário na cidade de São Paulo, orientado pela professora da FFLCH Amalia Inés Geraiges de Lemos, o geógrafo também mostra que, tal qual a atividade dos motoboys, a informalidade foi impulsionada entre o final da década de 1980 e início dos anos 1990 dentro de um contexto chamado "reestruturação produtiva", no qual o Brasil teve que se adaptar às exigências das competições internacionais. Dentro dessa competitividade, grande parte dos trabalhadores da indústria ficaram desempregados e optaram por tentar novas oportunidades com a terceirização e o trabalho temporário.
Alternativa ao desemprego
Uma das possíveis causas observadas pelo pesquisador que levou trabalhadores a optarem pela atividade de motoboys foi esse processo de reestruturação produtiva, além do fato de o Brasil não ter um estado de bem-estar social. "O cidadão fica mais tempo desempregado do que o previsto pelo governo e o seguro-desemprego oferecido tem tempo limitado. Por isso, na década de 1990, muitos dos desempregados decidiram virar motoboys pela possibilidade de conseguir um emprego que pudesse ser passageiro e fosse uma alternativa para sustentar suas famílias", explica o pesquisador.

Em sua pesquisa, Silva dividiu os motoboys em duas gerações: a primeira é produto dos desempregos causados pela reestruturação produtiva e a segunda é a dos jovens que não conseguiram se inserir em uma atividade formal e viram a profissão de motoboy como uma oportunidade de trabalho. Uma característica comum às duas gerações é a lógica do acelerador, da pressa desmedida no espaço voltado às exigências da circulação, os riscos e perigos da profissão e a falta de oportunidades de crescer profissionalmente.

Oportunidades e riscos
Segundo o estudo, há um verdadeiro estoque em potencial de população jovem - entre 15 e 29 anos - com baixa qualificação e concentrada espacialmente nas periferias pobres da cidade de São Paulo para trabalhar como motoboys. Uma das explicações para esse dado pode ser a falta de oportunidades de empregos para grande parte dos jovens que residem na periferia. "A atividade dos motoboys pode ser relacionada ao fator econômico, pois as exigências mínimas para ser inserido na profissão são ter uma motocicleta e uma carteira de motorista. Na maioria das vezes não é pedido que a pessoa tenha experiência, já que muitas empresas querem exatamente o dinamismo dos jovens", ressalta.

Por meio de dados obtidos pelo pesquisador, a frota de motocicletas da cidade de São Paulo em 2008 contava com cerca de 659 mil veículos, atingindo quase 11% de toda a frota de automotores. Apesar da dificuldade em definir o número exato desses profissionais, acredita-se que haja somente na cidade de São Paulo, entre 200 e 250 mil motoboys.

A situação de risco dos motoboys na cidade de São Paulo tem seu reflexo no número de acidentes com vítimas por ano. Segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), em 2007 houve 15 mil acidentes com vítimas e, nesse mesmo ano, foram registrados 466 óbitos com motocicletas. As marginais Tietê e Pinheiros lideram o ranking de rodovias da cidade nas quais mais ocorrem acidentes com motocicletas. Só no ano de 2006 ocorreram 789 acidentes com vítimas, sendo que 37 deles com mortes.
Fonte: Agência USP de Notícias