No mês junho cresce o número de balões nos céus do Brasil e conseqüentemente, os perigos no ar. São Paulo e Rio de Janeiro são campeãs neste tipo de registro, uma brincadeira inconsequente, que pode gerar acidentes de grandes proporções. Nesse fim de semana, um morador de Jundiaí, gravou imagens de um avião fazendo manobras próximo a um balão em chamas. Nesse caso, além do crime ambiental praticado por quem soltou o balão, houve irresponsabilidade do piloto, que colocou em risco outras vidas, já que estava sobrevoando baixo e em uma área habitada.
Apesar do tempo aberto, uma rajada de vento mais intensa poderia lançar a aeronave contra o balão ou vice-versa, causando a colisão dos mesmos. As consequências de uma colisão entre um balão e uma aeronave podem ser drásticas. De acordo com o gerente do Programa de Perigo Baloeiro do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), Tenente Coronel Aviador Carlos Antônio Motta de Souza, dependendo da velocidade do avião e da massa do balão, o choque pode ocasionar até mesmo a queda do avião.
"Vamos supor que um balão de cerca de 15 kg, que é um balão pequeno, colida com um avião que esteja voando a uma velocidade de 300 km/h. O impacto vai ser da ordem de 3 toneladas e meia", explica. "Mas se esse balão tiver um peso de 50 kg e a colisão ocorrer com um avião a 400 ou 450 km/h, o impacto já sobe para cerca de 100 toneladas. É um impacto muito grande que com certeza vai derrubar essa aeronave e causar um acidente de grande proporções", compara o Tenente Coronel Motta de Souza.
Para ter uma dimensão da preocupação com os riscos da soltura de balões, o Tenente Coronel Motta de Souza afirma que até mesmo pilotos de outros países são alertados quanto a esse tipo de ocorrência quando viajam para o Brasil. "Publicações norte-americanas destinadas a tripulação reforçam sobre os riscos de balões juninos nas terminais de São Paulo e Rio de Janeiro entre os meses de maio a julho", afirma o gerente do Programa de Perigo Baloeiro do CENIPA.
De acordo com dados da Infraero, entre os anos de 1993 a 2004, foram registradas 8 colisões entre aeronaves e balões. "O papel do CENIPA é fazer um trabalho de prevenção com dados colhidos com outros órgãos ligados ao voo para que possamos mensurar o problema e atuar junto com as administrações aeroportuárias, conscientizando a sociedade sobre o risco que isso representa para a aviação", finaliza o Tenente Coronel Motta de Souza.
Fonte: Maxpress
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