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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Você sabe? S.E.I.!

Por: Dr. Luiz Roberto Fava
Fava Consulting

Nos dias de hoje, eu, você e qualquer Ser Humano, sofre com uma enxurrada de informações vindas através de livros, jornais, revistas, sites de busca, telefones celulares, e-mails, canais de televisão, etc. Aos fatores citados somam-se as redes sociais (facebook, linkedin) e o twitter.

Para se ter uma idéia, o Dr. Ryon Braga, chega a afirmar que toda esta quantidade de informação à qual somos submetidos, está se tornando a neurose do século XXI.

Vejam os dados relatados por Luciano Pires no seu texto Geração T: “nos 40 mil anos que se passaram desde o momento em que o homem desceu das árvores até inventar a internet, a humanidade produziu 12 bilhões de gigabytes de informação, algo como 54 trilhões de livros com 200 páginas cada. Agora veja esta: somente no ano de 2002 produzimos os mesmos 12 bilhões de gigas! Geramos num ano o mesmo que em 40 mil anos… Em 2007 foram mais de 100 bilhões de gigas! E em 2012 serão alguns trilhões! Produzimos informação numa velocidade cada vez maior enquanto inventamos traquitanas que tornam cada vez mais fácil acessar essas informações”.

Com tudo isso, a pessoa acaba olhando para si mesma e começa a fazer comparações e começa a achar que as outras pessoas é que sabem mais, tem desempenho melhor, são mais produtivas e reconhecidas, fatores que contribuem para aumentar sua angústia e ansiedade.

Todo este excesso de informações, aliado a análises, opiniões, críticas, interpretações, relatórios, vem dando origem a uma séria de alterações, principalmente para o nível mental e que poderá trazer conseqüências para os aspectos físicos e comportamentais.

A Dra. Susan Andrewa relata um estudo realizado pela Britain’s Benchmark Research com 1300 executivos onde 4 entre 10 deles sofriam da S.E.I. – síndrome do excesso de informação; 49% não davam conta do volume de informação recebido; 65% achavam que o excesso de informação prejudicava sua vida familiar; e, 94% acreditavam que esta situação não iria melhorar.

O medo de ficar desatualizado e a falta de tempo para se atualizar acabam fazendo as pessoas desenvolverem sentimentos de ansiedade e frustração. E isto pode ocorrer tanto pela falta como pelo excesso de informação.

Este tipo de ansiedade, vindo do sempre buscar mais informações e nunca se sentir satisfeito, acaba se constituindo em um ciclo vicioso, gerando mais ansiedade e causando um sentimento de impotência na pessoa.

Tudo isso diminui a capacidade de concentração e foco, prejudica a fixação e apreensão das informações e, por conseqüência, o seu aprendizado.

Se a pessoa não tem conhecimento destes fatos, certamente seu nível de ansiedade vai aumentar e o estresse negativo (distress) vai começar a se instalar, gerando conseqüências ruins como insônia, indecisão, humor alterado, irritabilidade, podendo até chegar a distúrbios e comportamentos neuróticos.

Para piorar, esta pessoa acaba se sentindo obsoleta e ultrapassada, sentimentos que poderão levá-la à depressão.

O excesso de informação também interfere diretamente na tomada de decisões. Quanto mais informações disponíveis, mais insegurança para tomar uma decisão definitiva. E, com isso, mais o tempo passa, a decisão é adiada para mais adiante, e, quando nos damos conta, o prazo está acabando e… somos submetidos a mais estresse ruim (distress).

Agora responda: isto está acontecendo comigo?

Se a resposta for SIM, que tal pensar mais seriamente sobre este assunto?

Para começar, faça uma reflexão sobre estas frases:

“É tanta informação ao mesmo tempo que a pessoa não consegue selecionar o que realmente importa.” (Zigmundo Salomão)

“Noventa por cento da informação que você colhe hoje é inútil.” (José Luciano Dias)

“Eu mesmo já passei noites inteiras na internet procurando informação. A gente sempre acha que vai encontrar alguma coisa”. (Newton Vargas)

A neurociência afirma que o cérebro necessita de tempo para “digerir” e armazenar as informações.

Talvez o nosso grande erro não esteja no excesso da informação que nos chega diariamente, mas no significado que ela tem para a nossa Vida, e isto se traduz em transformar a informação em conhecimento, e o conhecimento em sabedoria, isto é, torná-lo viável para ser aplicado.

Para transformar informação em conhecimento e conhecimento em sabedoria (aplicabilidade prática do conhecimento), comece por estabelecer um objetivo. Analise para que servirão as informações, como associá-las e compreendê-las, e como impactarão sua Vida quando aplicadas ao seu dia-a-dia.

E como “trabalhar” este excesso de informação? Veja algumas dicas:

entenda que estamos aprendendo sempre; ninguém sabe de tudo o tempo todo;

a informação deve ser transformada em algo aplicável à sua Vida. Ex.: se falar inglês é fundamental para o desenvolvimento da sua carreira, aplique esta informação à sua Vida e matricule-se em uma escola de idiomas;

organize as informações específicas em um único local (arquivo, pasta, estante, pasta no computador, etc.);

seja seletivo na sua busca e imponha limites. Busque qualidade em vez de ficar perdendo tempo lendo tudo que aparece;

mantenha a informação viva em sua mente buscando associá-la a fatos, notícias, casos, etc.;

sempre que necessário, peça ajuda a alguém e converse, troque idéias e experiências. Isto pode ajudá-lo (a) a reter, melhorar e, quem sabe, decidir e transformar a informação em algo positivo para a sua Vida.

Todo este processo, informação – conhecimento – sabedoria, tem dado origem a diferentes eras: era da informação, era do conhecimento (talvez a mais atual) e, quem sabe, logo, logo, estaremos vivendo a era da sabedoria.

Finaliza, lembrando as palavras do filósofo e professor de Teologia (PUC-SP), Mario Sergio Cortella: informação é algo quantitativo, conhecimento é algo seletivo.

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