Segundo um estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgado em 31 de maio, por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, as doenças respiratórias crônicas são a terceira causa de mortalidade por doenças no Brasil, atrás apenas de problemas cardíacos e câncer.
O levantamento aponta que oito em cada 10 homens e seis em cada 10 mulheres que morrem por doenças respiratórias crônicas no Brasil são fumantes. Essa média é maior do que a média mundial, que é de cinco óbitos em cada 10 entre os homens, e dois em cada 10 entre as mulheres.
Mas não são só os fumantes que sofrem com os malefícios do tabaco; os fumantes passivos também são atingidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 7,5 mil brasileiros morrem todos os anos devido à exposição ao cigarro.
Fumo passivo no ambiente de trabalho - Os trabalhadores do setor de serviços de alimentação, como garçons e atendentes de bares e restaurantes, estão sujeitos a um risco maior de morte por câncer de pulmão do que o restante da população. O fumo passivo no local de trabalho tem parte de responsabilidade nisso, pois os trabalhadores ficam expostos à fumaça do cigarro cerca de oito a 12 horas por dia.
As "leis antifumo" surgiram com o objetivo de tentar minimizar os efeitos do fumo passivo em não fumantes, mas mesmo assim muitas pessoas ainda sofrem com o problema. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que, por ano, cerca de 200 mil trabalhadores morram em decorrência da exposição à fumaça do cigarro no ambiente de trabalho.
Consequências para os trabalhadores nas lavouras - Os malefícios não estão apenas no consumo direto ou indireto do cigarro. Aqueles que trabalham na plantação e colheita do tabaco também estão sujeitos aos problemas causados por ele.
Durante a colheita, a pele do trabalhador entra em contato com a folha do tabaco e absorve uma grande quantidade de nicotina, o que pode causar a chamada "doença da folha verde do tabaco". Os sintomas vão desde tonturas e náuseas até perda de apetite e sono.
Os agrotóxicos utilizados nas plantações de tabaco também podem trazer sérias complicações. Muito comum nas lavouras, a intoxicação por defensivos agrícolas pode causar sequelas como perda de movimentos nas pernas.
Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco - O Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), lançou no dia 31 de maio o Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco, que está disponível em: www.inca.gov.br/observatoriotabaco.
O objetivo é reunir, organizar e disponibilizar informações e conhecimentos atualizados sobre a implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco no Brasil. A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco é o primeiro tratado internacional de saúde pública da história e visa conter a epidemia do tabagismo em todo o mundo.
Com a ratificação desse tratado pelo Brasil em 2005, sua implementação nacional ganhou o status de Política de Estado e o cumprimento de suas medidas e diretrizes tornou-se uma obrigação legal do governo brasileiro.
O Observatório permite que gestores, profissionais, estudiosos e toda a sociedade acompanhem a adoção das políticas governamentais voltadas para o cumprimento do tratado e tenham acesso a pesquisas, publicações, legislação e outras informações sobre o controle do tabagismo.
Fonte: Revista Proteção
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