Por: Umberto Canônico *
Ao ler o título acima você com certeza pensará que ou é uma piada ou então, o que é mais sério, trata-se de um total insano alguém que escreve algo assim.
Em um primeiro momento, ao ouvir isto de minha chefe, tive a mesma reação que você, caro leitor, principalmente porque veio acompanhado da seguinte proposta: “Seja CHATO que eu te promovo”.
Arregalei os olhos, limpei os ouvidos, pois acreditei que estava com algum problema no martelo, bigorna ou estribo – isso mesmo! Para quem não sabe, esta cadeia de três pequenos ossos (ossículos) transferem as vibrações para o ouvido criando os sons; mas para meu espanto os outros que estavam na sala ouviram a mesma coisa, fazendo com que eu descartasse o problema auditivo.
O mais incrível é que a justificativa foi suficiente para mudar minha fisiologia e me fazer refletir sobre o assunto. Por definição, o CHATO é aquela pessoa que pega no pé, que fica em cima, que cobra insistentemente e, quando o encontramos, lembramos que devemos alguma coisa que ainda não foi feita ou que ficou incompleta, mas – sempre tem esta palavrinha para derrubar a gente – que quase sempre tem impactos nos resultados.
Nas empresas e organizações podemos substituir o CHATO por aquele que faz o follow up (em inglês sempre fica mais importante), ou seja, que zela pelo cumprimento das ações planejadas que levam aos resultados/metas definidas. O processo de gestão das empresas baseia-se em 4 pilares: Planejamento, Execução/Implementação, Monitoramento/Follow up e Correção, e grande parte das falhas na gestão deve-se ao fato do ciclo do monitoramento não ser realizado de forma efetiva.
Em muitos casos, o que falta é a figura do CHATO. O CHATO se torna preponderante não somente para as empresas, mas para as pessoas que fazem parte da organização, pois é muito comum vermos pessoas dando como desculpa pelo não cumprimento de suas atividades/agendas o fato de não serem cobradas e, por isso, acabam não priorizando, esquecendo ou perdendo o foco que as levam a não atingirem suas metas. É para mitigar estes efeitos que o CHATO deve agir como a consciência organizadora das pessoas e, para tanto, deve ser:
◦Disciplinado: Estar atento aos prazos pactuado para a realização das atividades/ações. Isso é bem diferente de ser insuportável e quere cobrar a toda hora e momento coisas irrelevantes;
◦Organizado: Manter seus controles atualizados o que também o ajuda a não ser o insuportável que cobra coisas que já foram feitas ou que ainda estão no prazo;
◦Objetivo: Cobrar apenas aquilo que foi acordado (a preocupação do como será feito não é dele e sim do realizador da atividade/ação). Isso não impede o CHATO de estar atento aos detalhes e ajudar na correção de erros e promover melhorias;
◦Analítico: Deve ter capacidade de analisar os fatos e as diversas situações para poder entender cada caso e seus impactos no processo como um todo.
O CHATO deve lembrar que sua função é cobrar as pessoas e não julgá-las, mantendo uma postura que demonstre que ele é um aliado e que está interessado no sucesso de todos, pois o resultado positivo é o mais importante combustível da motivação.
Agora que você conhece melhor o que faz um CHATO, talvez possa observar melhor a sua importância e olhá-lo com outros olhos (quem sabe com algum esforço até agradecer-lhe). Se você é um C.H.A.T.O – C(obrador), H(onesto), A(tencioso), T(otalmente), O(bstinado) – e as pessoas não te aguentam mais por você cumprir bem essa função então “Está na hora de você pedir uma promoção”!
* Umberto Canônico
Consultor da Triunfo Consultoria e Treinamento.
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