Para combater o uso inadequado de remédios, o Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (24) uma campanha para conscientizar a população sobre o problema. Em 2006, 30% dos 107 mil casos de intoxicação humana registrados no país foram por medicamentos. Segundo o ministro José Gomes Temporão, a prática da auto-medicação é um hábito entre os brasileiros.
"Nós temos que levar informações para as pessoas, para as famílias. E, na outra ponta, a farmácia tem que garantir a prescrição adequada, evitando a auto-medicação e garantindo o uso seguro. Todo medicamento, potencialmente, pode trazer riscos à saúde", alertou.
A campanha A informação é o melhor remédio contará com cartilhas informativas, cartazes, spots e vídeos para serem veiculados em rádio e TV.
Também foi lançado nesta quarta-feira (24) o Formulário Terapêutico Nacional de 2008 (FTN). A publicação contém informações sobre contra-indicações, composição e efeitos colaterais dos remédios que compõem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). A lista foi atualizada com a inclusão de 13 medicamentos. O material será distribuído para equipes do Saúde na Família, profissionais de saúde, farmácias populares e outros pontos estratégicos.
Temporão destacou que a aprovação do projeto de lei que permite a venda de medicamentos fracionados, atualmente tramitando na Câmara dos Deputados, também ajudaria a diminuir os casos de intoxicação. "O projeto tramita no Congresso Nacional com dificuldade, mas a colocação de remédios fracionados na farmácia é extremamente importante não só como economia de recursos, mas também como utilização segura dos medicamentos", avaliou.
O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo, afirmou que muitas vezes as campanhas publicitárias dos produtos medicamentosos induzem à auto-medicação e ao uso inadequado dos remédios. O órgão está estudando a criação de uma resolução para regular a publicidade desses produtos.
"A propaganda sempre mostra os benefícios do produto. O medicamento não pode ser visto como um produto comum, ele tem uma finalidade específica. Por isso é preciso rever as regras e restringir alguns abusos que são perniciosos para população no sentido de promover o uso irracional", defendeu Raposo.
Uma das propostas é que as campanhas destaquem também os efeitos colaterais dos remédios. O FTN e o material da campanha estarão disponíveis no site do Ministério da Saúde.
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