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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Esquizofrenia é doença que mais tira pessoas do trabalho.

Na região de Marília, 112 pessoas foram aposentadas pelo transtorno.

A esquizofrenia lidera a lista das 10 principais doenças que afastam ou aposentam trabalhadores na região. Conforme dados da agência da Previdência Social, que além de Marília abrange outros sete municípios (Pompeia, Vera Cruz, Oriente, Echaporã, Oscar Bressane, Lupércio e Ocauçu), 112 pessoas foram aposentadas por conta da doença e outras três se encontram atualmente recebendo auxílio sem condições de retornar ao trabalho. Atualmente são 5.456 pessoas afastadas.

A esquizofrenia, transtorno psíquico caracterizado por alucinações e alterações do raciocínio lógico, acomete trabalhadores de diversas categorias, entretanto está mais presente em ambientes onde a pressão da chefia é constante e intensa, como nos bancos.

“A Previdência não trabalha com medicina preventiva, entretanto verifica o ambiente onde o trabalhador se encontra”, frisa o gerente executivo do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Jurandir Teixeira de Lemos.

Segundo ele, mais de 200 doenças acometem os beneficiados da regional. Quando funcionário é afastado, pagamento dos 15 primeiros dias são arcados pelo empregador. “A partir do 15º dia, o INSS é acionado para providenciar o benefício”, comenta.

Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Neste caso, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por 12 meses.

“Entretanto, este prazo não será exigido em caso de acidente de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de doença profissional ou do trabalho”, explica. Algumas doenças, como tuberculose, hanseníase, alienação mental, cegueira e cardiopatia, entre outras, dispensam também os 12 meses de carência.

Comerciários lideram afastamento por doença

Nas agências regionais de Marília, Assis e Ourinhos, que envolvem 21 cidades, 10.684 comerciários atualmente estão afastados de suas funções decorrentes de acidentes do trabalho ou doenças. Só em Marília são 3.451 trabalhadores e na avaliação do presidente do Sindicato dos Comerciários, Mário Herrera, nesta classificação não ficam agrupados apenas as categorias abrangidas pela instituição sindical.

“Outras modalidades profissionais, incluindo várias categorias que trabalham em supermercados, também são reconhecidas pela Previdência Social como comerciários”, aponta. Outro fator atribuído por Herrera à liderança da categoria no ranking de afastamento são os acidentes de moto. “Se um comerciário sofre uma queda de moto no trajeto para o trabalho isto é configurado como acidente de trabalho. Atualmente a grande maioria dos comerciários se locomove através de motos”, observa.

Com relação à pressão psicológica, que também acomete os comerciários, Herrera comentou que ela é mais comum em vendedores, incluindo os que trabalham em grandes redes. “As metas exigidas, muitas veze, são superiores à capacidade física do trabalhador”, critica o sindicalista.

Ele informou que todos os casos que envolvem acidentes ou afastamento por saúde são acompanhados pelo sindicato e também cobrou a presença maior de fiscais do Ministério do Trabalho em Marília. “Necessitamos de uma atuação efetiva do Ministério do Trabalho para coibir, principalmente, os exageros”.

Sequela irreversível resulta em aposentadoria

Dos 5.456 afastados na região, 3.971 recebem o auxílio doença por acidente do trabalho. “Conforme for a sequela deste acidente, o trabalhador pode ser reabilitado ou readaptado”, explica o gerente executivo do INSS, Jurandir Teixeira Lemos. Na readaptação, o profissional retorna para a mesma função, enquanto na reabilitação o trabalhador é treinado para exercer outra modalidade empregatícia. Entretanto, quando a sequela é irreversível, o trabalhador acaba aposentado por invalidez.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Marília e Região, Edilson Julian, diz que são muitos os casos de trabalhadores afastados por problemas de saúde. “As metas abusivas das instituições bancárias estão por trás dos casos de afastamento, principalmente com relação às doenças psíquicas”, relata.

“Os gestores cobram de uma maneira que fica insustentável aos trabalhadores”. Além da pressão psicológica, que gera estresse e outros transtornos psíquicos, segundo detalhou Julian, os trabalhadores bancários são acometidos por LER (lesão por esforços repetitivos). “Isso ocorre por conta do elevado nível de automatização das agências. Tudo está informatizado e os bancários digitam de forma intensa diariamente”, comenta.
Fonte: Diário de Marília

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