Segundo especialistas, empresas valorizam a gestão de competências nos processos de recrutamento interno.
É muito frequente as pessoas gostarem da empresa em que trabalham, mas não da função que exercem. Ao mesmo tempo, acreditam que desempenhariam bem outras atividades mudando de área. Como descobrir e conversar sobre isso com seu chefe?
Segundo Átila Alexandre Nunes, diretor da Agência Trato, que atua na área de publicidade, a solução é bem mais fácil quando a percepção de mudar de função parte do profissional. “A pessoa percebendo que ficaria melhor em outra área irá se desdobrar para fazer aquilo dar certo. O processo de transição será muito mais simples.”
Muitas vezes, a vontade de mudar de área é demonstrada pelo comportamento do funcionário, até mesmo pelo seu humor. “Uma pessoa que tem dificuldade para trabalhar está sempre reclamando e de mau humor, não gosta do que faz”, afirma o psicólogo Fernando Elias José, especialista em psicoterapia pela WP Centro de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental. Para resolver esse problema só há duas soluções: ser honesto e descobrir o que não está gostando ou o próprio chefe perceber que o profissional está infeliz.
O importante é estimular o funcionário. Com ele satisfeito, a sua produção será muito melhor e, por consequência, o resultado da companhia. “Um profissional estimulado é melhor do que o acomodado. Cada vez mais isso é incentivado”, afirma Nunes. Entretanto, segundo ele, ainda há companhias que estão mais preocupadas com o dia a dia, sem perceberem que o comportamento das pessoas é fundamental para aumentar a produção.
Uma forma que as empresas têm optado para resolver essa questão é trabalhar com o conceito de gestão de competências. “Quando ela deixa claro que habilidades são necessárias para as funções, as pessoas sabem o que precisam e devem desenvolver para atingir aquele cargo”, afirma Iêda Vecchioni, sócia-diretora da IMC Consultoria Empresarial.
Outra prática usada nesses casos é o uso dos processos de recrutamento interno. Segundo Iêda, a pessoa já está acostumada com o funcionamento da empresa. É muito mais fácil colocar alguém de dentro e deixá-la feliz do que encontrar alguém de fora.
Muitas vezes o funcionário até tem um sentimento de que não está bem naquele setor, mas não consegue perceber qual função ficaria melhor. “Se ele não sabe as competências que precisa ter para outras áreas, como ele vai saber se pode se candidatar?”, ressalta Iêda.
Na opinião de Iêda, à medida que os requisitos vão ficando mais claros, o profissional pode identificar que área terá melhor desempenho. “Isso tem ajudado e agilizado o processo de recrutamento interno.” Nem toda a empresa tem esse método, o que faz com que o próprio funcionário tenha que perceber qual função se encaixaria melhor.
Como mudar
O processo de transição tem que ser algo simples. “O funcionário não pode levar um problema para o chefe, mas já pensar na solução. Dessa forma, tudo fica mais fácil, inclusive para ele aceitar fazer sua mudança”, ressalta Nunes. Ele aconselha o funcionário a analisar algumas questões antes de fazer o pedido. Por exemplo, verificar se o departamento para o qual quer ser transferido já está lotado. “Ela vai deixar um ‘buraco’ na sua área e ir para um lugar onde as pessoas vão acabar ficando ociosas. Essa transição tem que ser muito bem pensada.”
Para essa mudança acontecer, é necessário que a empresa tenha certa mobilidade. Se for frequente a companhia fazer esse tipo de recolocação, a questão será apenas de conversar. Se não há essa flexibilidade, o funcionário terá que entrar em uma negociação com seu chefe.
Na opinião de Nunes, a palavra-chave é atitude. Com isso, a pessoa pode ir para qualquer lugar. “É muito mais fácil para a empresa que o funcionário mostre sua vontade de mudar de área.” Mas é importante que o profissional tenha certeza da sua decisão antes de ir conversar com seu superior.
Fonte: IG Carreiras
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