O Instituto Datafolha acaba de fazer uma pesquisa nacional a pedido da Aliança de Controle do Tabagismo – ACT. Entre os dias 26 e 27 de março de 2008, foram entrevistadas 1.992 pessoas acima de 18 anos, sendo 77% não fumantes e 23% fumantes, em 120 municípios nas regiões sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste do país. O objetivo foi conhecer a opinião da população brasileira a respeito da proibição do fumo em ambientes fechados. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
A grande maioria da população brasileira, 88%, é contrária ao fumo em locais fechados, e 82% são totalmente contra. É interessante observar que 80% dos fumantes são contrários ao fumo em locais fechados, sendo que 69% são totalmente contra.
A rejeição ao fumo é mais forte em restaurantes (89%) e lanchonetes (86%). Casas noturnas e bares apresentam um pouco mais de tolerância que os dois primeiros (72% e 71%, respectivamente), mas mesmo assim o índice é alto.
A pesquisa mostra que a população brasileira tem conhecimento sobre os problemas que o fumo causa à saúde, tanto de fumantes quanto de não fumantes. Quase a totalidade dos entrevistados acredita que o fumo em locais fechados causa muitos prejuízos à saúde, mesmo em quem não é fumante (83%).
A pesquisa Datafolha também perguntou sobre a mudança da lei 9294/96, que propõe a proibição total do fumo em ambientes fechados: dois terços (68%) são favoráveis ao projeto de lei..
A indústria do tabaco tenta barrar modificações na lei e dissemina o mito segundo o qual a freqüência a estes locais vai cair e gerar perdas econômicas. Mas esta tese é derrubada pelos dados encontrados na pesquisa. Perguntados sobre a possibilidade de proibição do fumo nos quatro ambientes pesquisados (bares, restaurantes, lanchonetes e casas noturnas), 88,5% dos entrevistados disseram que sua freqüência a estes locais não mudará (63,5%) ou será maior (25%).
“A pesquisa reforça os resultados que já tínhamos encontrado em 2006 e 2007 em São Paulo, também através do Datafolha. Ela só confirma o que estamos vendo no dia a dia: a população brasileira quer ambientes fechados 100% livres de fumo há muito tempo. As autoridades responsáveis pelas políticas públicas devem estar atentas aos anseios da população. O projeto que modifica a lei 9292/96 já foi entregue pelo Ministério da Saúde e aguarda apenas a assinatura do presidente da República para virar lei, não entendemos como isso ainda não aconteceu”, diz Paula Johns, diretora-executiva da ACT, e acrescenta: “Proibir o fumo em ambientes fechados protege a saúde não só dos freqüentadores desses locais, mas especialmente dos que aí trabalham, já que passam mais de oito horas expostos à poluição tabagística ambiental”.
Perfil da população brasileira entrevistada
Distribuído homogeneamente por sexo: 49% são homens e 52% são mulheres.
A maioria:
- tem entre 26 e 40 anos (36%) ou 41 anos ou mais (42%), com média de idade igual a 40 anos;
- possui escolaridade fundamental (50%) ou média (38%);
- é casada (48%) e 36% são solteiros;
- tem filhos (70%), em média 3.
E os dados econômicos apontam que a maior parcela:
Tem renda familiar mensal de até 3 salários mínimos (66%);
Pertence à classe C (53%);
Faz parte da população economicamente ativa (70%), principalmente como assalariado (com registro - 21%, ou sem registro - 10%) e free-lance (16%).
A ACT já sabia do apoio da população paulistana. Em novembro de 2007, o Instituto Datafolha fez uma pesquisa em São Paulo que verificou que 88% dos paulistanos são contrários ao fumo em locais fechados. Entre os próprios fumantes, 85% apóiam ambientes fechados livres de fumo. No que se refere à alteração da lei 9294/96, proibindo totalmente o fumo em ambientes fechados, o apoio dos entrevistados também se mostrou elevado: 73% deles são favoráveis à eliminação dos fumódromos em locais fechados, o que corresponde a sete em cada dez paulistanos.
Estratégias da indústria do tabaco
- tem entre 26 e 40 anos (36%) ou 41 anos ou mais (42%), com média de idade igual a 40 anos;
- possui escolaridade fundamental (50%) ou média (38%);
- é casada (48%) e 36% são solteiros;
- tem filhos (70%), em média 3.
E os dados econômicos apontam que a maior parcela:
Tem renda familiar mensal de até 3 salários mínimos (66%);
Pertence à classe C (53%);
Faz parte da população economicamente ativa (70%), principalmente como assalariado (com registro - 21%, ou sem registro - 10%) e free-lance (16%).
A ACT já sabia do apoio da população paulistana. Em novembro de 2007, o Instituto Datafolha fez uma pesquisa em São Paulo que verificou que 88% dos paulistanos são contrários ao fumo em locais fechados. Entre os próprios fumantes, 85% apóiam ambientes fechados livres de fumo. No que se refere à alteração da lei 9294/96, proibindo totalmente o fumo em ambientes fechados, o apoio dos entrevistados também se mostrou elevado: 73% deles são favoráveis à eliminação dos fumódromos em locais fechados, o que corresponde a sete em cada dez paulistanos.
Estratégias da indústria do tabaco
As empresas de tabaco têm desenvolvido uma variedade de estratégias para impedir ou atrasar políticas de controle do tabagismo. Elas contestam provas científicas dos perigos do fumo, promovem a idéia que as políticas de controle teriam conseqüências econômicas negativas, promovem programas de “acomodação” entre fumantes e não fumantes, etc.
Aqui no Brasil, um dos exemplos dessas táticas é o programa Convivência em Harmonia – desenvolvido pela Souza Cruz, empresa líder no mercado brasileiro de cigarros –, que consiste em um trabalho de assessoria técnica para elaboração de projetos de separação de ambiente e ventilação , envolvimento e treinamento do pessoal dos estabelecimentos. O programa prega uma separação idealizada do local de acordo com a pressão: área para fumantes na zona de baixa pressão, área para não-fumantes na zona de alta pressão. Estabelecimentos de entretenimento, como bares e boates, porém, têm grande interação entre os clientes e a separação não é respeitada.
A ventilação não elimina os componentes tóxicos
Embora contribua para reduzir a toxicidade da fumaça, a ventilação não elimina os diversos componentes tóxicos da poluição tabagística ambiental (PTA). É bom ressaltar que a fumaça ambiental do tabaco possui 60 substâncias cancerígenas e seis substâncias capazes de provocar mutação genética, sendo por isso classificada como carcinógeno humano do grupo 1, não havendo, portanto níveis seguros de exposição.
A ventilação não elimina os componentes tóxicos
Embora contribua para reduzir a toxicidade da fumaça, a ventilação não elimina os diversos componentes tóxicos da poluição tabagística ambiental (PTA). É bom ressaltar que a fumaça ambiental do tabaco possui 60 substâncias cancerígenas e seis substâncias capazes de provocar mutação genética, sendo por isso classificada como carcinógeno humano do grupo 1, não havendo, portanto níveis seguros de exposição.
As implicações da PTA para com a saúde costumam ser subestimadas e a ventilação é vendida como a solução para o problema.
Segundo a Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Condicionamento de Ar (ASHRAE), o órgão de referência dessa área da engenharia nos Estados Unidos, “nenhuma tecnologia de engenharia de ventilação atual demonstrou controlar os riscos impostos pela exposição à PTA, apenas reduzi-los e controlar questões de conforto relacionadas ao odor e à irritação sensorial”.
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