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sexta-feira, 13 de junho de 2008

USP desenvolve medicamento para controlar vírus da dengue

Uma pesquisa do Laboratório de Virologia, da Faculdade de Medicina (FM), da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, traz perspectivas para a criação de um medicamento capaz de controlar a infecção pelo vírus da dengue. O estudo foi iniciado há quatro anos e conseguiu inibir a replicação do vírus, protegendo as células contra a infecção, com a aplicação do RNA de Interferência (RNAi).
O estudo já foi realizado com o sorotipo 2 da doença, que ainda não tem vacina nem droga antiviral - a meta é chegar a uma droga antiviral que poderá impedir a progressão da doença para as formas mais graves. Nos próximos passos, a pesquisa será feita com os sorotipos 1, 3 e 4 do vírus e, possivelmente até o final deste ano, iniciar a experiência com macacos.
A bióloga Alessandra Cristina Gomes Ruiz, responsável pela pesquisa e orientada por Benedito Antônio Lopes da Fonseca, em trabalho de doutorado, acredita que agora as pesquisas serão mais rápidas, pois já tem a molécula "desenhada" (sintetizada) quimicamente em laboratório. "Demoramos quatro anos para construir esse mecanismo, e isso torna a seqüência do estudo mais rápida", comenta Alessandra. Essa molécula interferente foi desenhada para três diferentes regiões do genoma viral e clonadas num vetor, para que pudessem ser expressas dentro das células.
Na pesquisa, as células usadas foram as hepáticas (devido à importância do fígado na patogênese da doença) e as monocíticas (alvos da infecção pelo vírus da dengue).
Os resultados com as células estudadas com as diferentes moléculas interferentes desenhadas e testadas mostraram a capacidade de inibição da replicação do vírus, protegendo as células contra a infecção. Ou seja, a metodologia usada não previne a doença, mas poderá ser usada para controlar a dengue, impedindo a sua progressão para as formas mais graves, como o tipo hemorrágico, que pode levar a pessoa à morte. Hoje, para tentar amenizar os sintomas da dengue são usados antitérmicos para diminuir a febre e analgésicos, além da hidratação com soro.
Mas, para a aplicação em humanos, ainda são necessários muitos estudos. Alessandra diz que, em 2004, houve um primeiro estudo com essa metodologia em humanos para uma doença chamada degeneração macular relacionada à idade (AMD), com resultados promissores. "Para doenças virais, alguns estudos estão sendo realizados em pacientes com hepatite aguda e também em pacientes com HIV, e para os vírus da dengue existem pouquíssimos estudos ainda, sendo que na maioria foi com uso de mosquitos", diz a bióloga. "Assim, nossos resultados são bastante promissores e inéditos no Brasil", comemora ela.
Fonte: Estadão Online

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