Por: Dr. Luiz Roberto Fava
Se existe algo importantíssimo para a manutenção da Vida, este algo é o ar que respiramos.
Sabe-se que o Ser Humano pode ficar algumas semanas sem comer, alguns dias sem ingerir líquidos, mas é impossível ficar mais do que alguns minutos sem respirar.
O ar é composto basicamente de oxigênio e nitrogênio, sendo que ainda entram em sua composição o vapor d’água, gás carbônico e outros gases nobres.
De todos eles, o oxigênio é o mais importante, pois é empregado pelo organismo para gerar a energia que necessitamos para todas as nossas atividades.
O ar é tão importante para gerar energia que também é empregado, por exemplo, em máquinas que empregam ar comprimido ou nos campos, para gerar energia eólica.
Hipócrates, considerado o pai da Medicina, afirmava que “a respiração é o ritmo básico da Vida”, daí sua importância.
Esta importância está presente nas várias técnicas respiratórias preconizadas por diferentes filosofias, como a yoga, o budismo e o reiki.
É fundamental que o Ser Humano respire bem e que o ar que ele respira seja de boa qualidade.
Respirar bem traz inúmeras vantagens para o organismo, como estimular o apetite, melhorar a digestão, proporcionar um sono com qualidade e acalmar a mente.
Quando expressamos emoções negativas, como raiva, tristeza e preocupações, respiramos mal. Nestes momentos, pratique uma respiração lenta e profunda para se acalmar. Provavelmente você vai se lembrar da frase dita pelos nossos avós para estes casos: “respire fundo e conte até dez”.
Nossos estados mentais também podem se refletir na nossa expressão facial em um dado momento, daí a origem de expressões como estar com um ar abatido ou estar com ar de poucos amigos.
Pessoas que respiram mal ou de forma superficial geralmente são pessoas que se sentem incapazes de enfrentar problemas e obstáculos que a Vida se lhes interpõe. São, geralmente, pessoas ansiosas e estressadas e que acabam ficando dentro de sua zona de conforto.
Por outro lado, respirar de forma lenta e profunda combate a ansiedade e o estresse devido à elevação do nível de oxigênio no organismo. Devido à ela, tais pessoas, por possuírem uma mente mais arejada e mais “vitaminada”, detestam ficar fora de suas zonas de conforto.
Para a Psicologia, a zona de conforto é uma fronteira mental, uma região onde a pessoa não se sente nem ameaçada e nem incomodada e livre de riscos e perigos. Ela se constitui no conjunto de pensamentos, ações e comportamentos que a pessoa está acostumada a ter.
Para alguns, a zona de conforto é semelhante a uma gaiola: calma e segura, mas também chata e monótona. Para outros, a zona de conforto é um obstáculo à criatividade, à coragem, à audácia e à confiança.
Pessoas que vivem em suas zonas de conforto apresentam um desempenho constante, limitado, previsível, são acomodadas, preguiçosas e que se conformam em viver uma vida de rotinas, sejam elas no trabalho, na sociedade ou na família. São pessoas que não notam e nem percebem o dinamismo da Vida.
A Vida apresenta mudanças constantes e rápidas. Vida é sinônimo de impermanência. Nada é permanente. Como afirmava Lavoisier: “nada se cria, tudo se transforma”.
Dentro desta visão, é fundamental que o Ser Humano tenha esta consciência, preparando-se para vencer os desafios e obstáculos que estão sempre presentes no nosso cotidiano. Se a Vida é transformação permanente, e dela fazemos parte, também estamos nos transformando constantemente.
Concordo que sair da zona de conforto, daquela estagnação medíocre que muitas pessoas vivem, pode não ser muito fácil. Correr riscos gera insegurança e medo na maioria das pessoas, mas o risco faz parte daquelas pessoas que optam em buscar crescimento e progresso em todas as áreas das suas vidas.
Pessoas que optam em sair da zona de conforto, simplesmente vivem de forma mais diferente e mais interessante. São realistas, mas fazem da imprevisibilidade um elemento para não deixar que sua vida seja levada de uma forma cheia de monotonia, chatices e mesmices.
Sair da zona de conforto significa aprender coisas novas, experimentar, tentar, ir adiante. E isto implica em correr riscos.
Todos nós sabemos ou temos vontade de nos melhorarmos durante o nosso viver. Tornarmo-nos pessoas melhores. Mas, para isso, iremos nos deparar com dificuldades e obstáculos durante esta trajetória. O importante é não nos deixarmos levar por pré-ocupações e atitudes derrotistas, mas nos arriscarmos de forma positiva, pois estaremos diante de novos aprendizados que nos fará crescer, desenvolver e melhorar.
Para sair da zona de conforto você vai necessitar optar em querer, ter vontade e não se deixar esmorecer. Muitos chamam isso de motivação. E esta motivação está dentro de você, única e exclusivamente.
Para assim nos mantermos, volto a repetir, temos que ter a consciência que Vida é movimento constante, á ação constante. E para isso temos que nos manter energizados, energia esta que vem do ar, particularmente do oxigênio nele presente.
Em resumo: o ar (oxigênio) lhe tira da zona de conforto, se você assim o desejar. Por isto este texto se chama ar e zona.
A propósito, você notou a semelhança com Arizona, o estado americano? Você sabe o que significa Arizona?
O nome deste estado americano deriva do nome espanhol de uma cidade, Arizonac, derivada de ali zon, que significa “pequena primavera”. E primavera é a estação onde “ocorre o florescimento de várias espécies de plantas. Portanto, é um período em que a natureza fica bela, presenteando o ser humano com flores coloridas e perfumadas. A função deste florescimento é o início da época de reprodução de muitas espécies de árvores e plantas”. É o estágio onde a semente saiu da sua “zona de conforto” para mostrar toda a sua transformação.
E, se você quiser seguir este mesmo caminho, usando as palavras ar e zona, só posso lhe desejar, não pequenas, mas “grandes primaveras”.
Fonte: Fava Consulting
Nenhum comentário:
Postar um comentário