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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pesquisa diz que más condições de trabalho afetam saúde mental.

Cansaço, nervosismo e insatisfação no trabalho podem ser sintomas do que os especialistas chamam de "Distúrbios Psiquiátricos Menores", as DPM, como ansiedade, depressão ou estresse.

Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da UFMG constatou que entre os trabalhadores do setor de serviços o problema é maior do que se podia prever.

Foram analisados cerca de 2,5 mil trabalhadores de um banco brasileiro de grande porte, sorteados aleatoriamente em todas as capitais brasileiras. Dentre os participantes, 43% apresentaram algum tipo de DPM, associadas principalmente às más condições de trabalho.

O levantamento foi feito por meio de questionários autoavaliativos. Para avaliar a autopercepção dos trabalhadores foi perguntado a eles: "em geral, você diria que a sua saúde é", com cinco opções de resposta, variando de excelente a muito ruim.

Dez por cento dos entrevistados avaliaram sua saúde como "ruim" ou "muito ruim". "E essa percepção é confirmada nos demais resultados da pesquisa", destaca o autor e médico Luiz Sérgio Silva (foto ao lado/Lattes).

As causas dos distúrbios são variadas, mas as mais comuns são falta de controle sobre as próprias funções, pressão da chefia, imposição de decisões de forma vertical e falta de apoio dos colegas.

Dentre trabalhadores expostos a altas demandas psicológicas e com baixo controle sobre o trabalho, a prevalência de DPM foi três vezes maior. O mesmo ocorreu com aqueles que trabalham sob condições de muito esforço e baixa recompensa.

"Estamos falando de pessoas jovens, ativas e que vivem no meio urbano. Mesmo assim, sua autoavaliação das condições de saúde foi muito ruim", analisa a epidemiologista Sandhi Maria Barreto, orientadora do estudo e professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG (+).

"A autoavaliação da saúde é uma das formas mais eficientes de prever futuras internações e problemas mais sérios", analisa a orientadora. "Há possibilidade de que esses dados sejam ainda mais alarmantes, porque esses distúrbios podem se intensificar e agravar", pondera.

Falta reconhecimento

"O trabalhador ainda sofre com as consequências do movimento de automação das empresas", pondera Luiz Sérgio, para quem o aumento da velocidade do processo produtivo a partir das novas tecnologias também levou o trabalhador a desempenhar várias funções simultâneas e concentradas em poucos indivíduos.

O reconhecimento da qualidade do trabalho, a gestão horizontalizada e o rodízio de funções são algumas das medidas sugeridas pela médica como formas de melhorar o ambiente de trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores. "Essas recomendações podem ser extrapoladas para todas as empresas do setor de serviços".

Mais do que um problema de trabalho, os altos índices de Distúrbios Psiquiátricos Menores são uma questão de saúde pública. "E não há outra forma de diminuir os altos índices de incidência de distúrbios, senão revendo as condições de trabalho dentro das empresas", garante a professora, que recomenda que empresas da área adotem formas de gestão mais humanizadas.

As DPM pioram a qualidade de vida dessas pessoas, diminuem sua produtividade e podem levá-las ao afastamento temporário. Por isso, a longo prazo também constituem um problema econômico.
Fonte: Faculdade de Medicina da UFMG

2 comentários:

HepatitesMS disse...

Olá,

A Hepatite B é uma doença silenciosa que, em sua forma crônica, atinge mais de dois milhões de brasileiros. Apesar de ser uma doença comum, nem todos conhecem as formas de transmissão ou prevenção, como a vacina, que está disponível nos postos de saúde. Para diminuir os riscos e consequências da Hepatite B, precisamos reforçar a divulgação das informações básicas. Por isso, contamos com sua ajuda. Entre em contato para receber todo o material da campanha!
Ministério da Saúde.
comunicacao@saude.gov.br
hepatitesms@gmail.com

Rivaldo R. Ribeiro disse...

Gostei do post, eu sou funcionário de um Ambulatório Municipal, sofremos pressão política e dos pacientes, diga-se de passagem, bastante justa diante de tantos problemas que a Saúde Publica enfrenta.

Mas que culpa temos nós? Que alem dos baixos salários que são municipais, não temos recursos adequados para atendimento da população.

A maioria dos colegas usa calmantes e antidepressivos. Cada dia é um pesadelo. No final do expediente agradeço a Deus, quando não há por parte de algum paciente atos violentos e agressivos contra as recepcionistas que funcionam como uma frente de para choque.

Ali é filtrada a maioria dos problemas e negativas do que não pode ser feito conforme normas da prefeitura e do SUS.

Alem disso enfrentamos as queixas diárias dos pacientes, alguns apenas psicossomáticos outros verdadeiros. Enfermidades graves, dores angustiantes, um drama que cada um de nós se envolve emocionalmente.

Um problema nos municípios pequenos é que a maioria dos funcionários não é treinada para trabalhar na Saúde, são escriturários designados para funções como recepção, encaminhamentos médicos. Usam até estagiários (as) para algumas funções que apenas enfermeiras (os) poderiam desempenhar.

Eu já há 10 anos na Saúde sou obrigado a usar o antidepressivo Rivotril vou tocando a vida e apreendendo no dia a dia como tratar meus irmãos que sofrem.

Aprendi a amar a Saúde, é onde está a massa humana excluída de um mundo que não dá mínima aos doentes reais ou psicológicos.

Grato.