Planejamento de carreira deve somar desenvolvimento de competência e vida pessoal.
Se você imagina ser gerente antes do 30 anos, diretor antes dos 40 e CEO antes dos 50, e acha que isso é um planejamento de carreira, cuidado. Segundo especialistas ouvidos pelo iG, mais do que vislumbrar os cargos que se pretende atingir, é importante que o profissional saiba desenvolver as competências necessárias para ter a capacidade e a responsabilidade requeridas para assumir as posições almejadas.
De acordo com a coach e mentora Rosa Bernholft, presidente da Alba consultoria, antes de olhar para o cargo deve-se perseguir a “excelência de si mesmo”. Segundo ela “é um equívoco o profissional pensar em uma posição que quer atingir sem ponderar se tem as competências desenvolvidas e qual é o momento de sua vida pessoal”, explica.
“Antes de pensar em ser CEO, você deve responder como vai suprir o que está precisando, hoje. A carreira tem de ter um sentido. Se não, corre-se um risco sério de que quando chegar lá, quando conseguir sentar na tão sonhada cadeira, perguntar-se: ‘e agora?’ E o pior é não ter a resposta.”
Planejamento
Elaine Saad, diretora da Right Management, afirma que pensar no futuro é mais do que importante: é fundamental. “Tudo em nossa vida exige um planejamento mínimo e a carreira não é diferente. Apesar de o mundo em que vivemos estar em constante transformação, dificultando o planejamento de longo prazo, todo e qualquer profissional deveria ter, no mínimo, uma visão de para onde está caminhando sua carreira a curto e médio prazos.”
Quando o profissional não faz esse planejamento, diz Elaine, ele automaticamente delega essa tarefa à empresa ou ao chefe. “Delegar seu destino profissional pode fazer com que ele perca a rédea e o comando do que traz felicidade, realização e plenitude. Mesmo em ambientes turvos, temos de ter na cabeça um plano mínimo de trajetória.”
Por si mesmo
A executiva de compras J. K, de 36 anos, que preferiu não se identificar, afirma que se prepara constantemente para galgar postos cada vez mais altos na companhia. “Quando era gerente de uma empresa nacional, fiz um pós-MBA internacional por minha própria conta, porque já estava me preparando para assumir uma posição mais alta. Um ano depois, recebi uma proposta para ser gerente-geral de uma multinacional e senti que estava pronta para o cargo.”
A profissional diz que apesar de acreditar que a posição ocupada na empresa não é o parâmetro mais importante, e sim a competência que se tem, ela é um balizador de onde você está. “É natural, por exemplo, um diretor acreditar que tem as habilidades necessárias para a função. O cargo está, na verdade, dentro de uma reta infinita, porque ser CEO não significa o fim”, afirma.
Para a diretora da Right Management, o mais importante é buscar desenvolvimento contínuo, seja em capacitação técnica – quando pretende ser um expert em sua área – seja construindo competências como liderança – quando quer ocupar um cargo de chefia.
“Quando o profissional opta por gerir pessoas, tem de voltar seu desenvolvimento para aspectos técnicos e comportamentais da liderança, que precisam de tempo, prática e dedicação para serem desenvolvidos. Quando ele opta pela área técnica, sua missão passa ser mais voltada à liderança de si mesmo e ao crescimento pessoal nas habilidades que tem voltadas à carreira que escolheu”, explica Elaine.
Fonte: IG Carreiras
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