Por: Múcio Morais
Vivemos numa sociedade ávida por descobrir o erro alheio, parece que enxergar o defeito do outro nos ajuda a ter certa complacência com os nossos próprios, hoje pela manhã estava escutando o noticiário nacional, repórteres flagraram uma ministra parando numa vaga de deficientes para descer do carro, imagine isso, o motorista parou, ela desceu e evidentemente o motorista iria para a vaga reservada para autoridades ou coisa parecida, mas lá estavam os repórteres para constranger a pobre da ministra, e na manchete principal "Ministra pára o carro em vaga para deficientes" Uauuuuu, grande furo jornalístico ou absoluta falta de humanidade, de bom senso, de assunto?
Olhar os erros dos outros é uma forma de desviar o foco de si mesmo, uma maneira sutil de dizer "eu não faria isso" uma declaração de arrogância e superioridade diante dos diversos níveis da decadência humana, mas infelizmente estamos numa sociedade que tem se tornado especialista nesse quesito, a mídia em suas diversas formas tem verdadeiros especialistas em observar e criticar comportamentos e acontecimentos da vida alheia, essas pessoas têm ganhado notoriedade e são admirados por colocarem sua "visão conceitual" unilateral e geralmente influenciada pelo seu modelo de mundo e valores distorcidos.
A crítica gratuita e o hábito de julgar comportamentos e características das pessoas é uma manifestação de problemas no caráter, na formação, com perturbações emocionais e elementos de transtornos mentais, se aprofundarmos um pouco mais encontraremos ainda traços de dificuldades espirituais, ou seja, valores distorcidos. Algumas características e manifestações dessas pessoas indicam o nível de problemas a serem tratados;
Baixa autoestima;Egocentrismo; Dificuldade de alegrar-se com o sucesso dos outros; (Inveja)Manifestação de raiva/ira com o sucesso alheio;Incapacidade de identificar qualidades nos outros;Guardar mágoa / rancor;Alto nível de ansiedade;Fracassos pessoais contínuos;Vida desorganizada;Falta de disciplina pessoal;Isolamento X Intervenções desagradáveis; (Comportamento polarizado)Necessidade exagerada de reconhecimento;Ingratidão; Crises freqüentes;Problemas com a sexualidade;
É evidente que não estou dizendo que os repórteres, a mídia e os formadores desse conceito sofrem de todos esses males, mas de certa forma, creio que existe um adoecimento coletivo, uma compra de manifestações e valores por pura inobservância e controle de si mesmo. Queremos tanto "fazer parte" que não nos perguntamos mais "de que"; O negócio é estar dentro, e dentro estamos todos nesse ciclo crítico que tem afundado os processos de relacionamento nas turvas águas da desconfiança.
Gosto muito das palavras de Jesus Cristo: Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro (Cisco) do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Evangelho de Mateus 7:1-5; Pessoas que adotam esse comportamento recebem geralmente a intolerância e indiferença daqueles com quem convive, passam a ser vistos como indesejáveis, desagradáveis e muitas vezes, na tentativa de reconquistar o espaço perdido se entregam a auto-piedade e dramatizações com o fim de atrair a atenção das pessoas;
No ambiente de trabalho a convivência com pessoas que desenvolvem este tipo de personalidade é algo muito difícil, geralmente estas pessoas recebem a indiferença da equipe e somente são suportadas se estão numa posição de liderança (não democrática), possuem um QI elevado (se é que você me entende), mantêm um alto nível de produtividade ou detêm um conhecimento técnico diferenciado, caso contrário não estariam na empresa; Pessoas com este comportamento interferem no ambiente e criam problemas nas relações interpessoais trazendo conseqüências sérias nos processos de trabalho em equipe;
No caso de ter alguém assim na sua equipe, se não for você mesmo esta pessoa, só existe um caminho para buscar solução do problema: "Tratar honestamente da questão" Esta pessoas precisa ouvir sobre ela mesma, precisa saber o que os outros pensam e como se sentem sobre ela, precisa que sejam nominados os seus comportamentos de forma clara, coisas como calúnia, fofoca, maledicência, fuxico, inveja, ciúmes, competitividade inadequada, crítica destrutiva e outros comportamentos devem ser ditos sem rodeios e com equilíbrio, com atitude de ajudar e não de destruir. Esta é a parte importante quando queremos ajudar as pessoas em seu processo de crescimento, o espírito com que falamos.
Se você é esta pessoa, então reflita sobre cada um desses comportamentos e avalie o quanto você tem trazido prejuízos aos outros e especialmente a você, se quer algo prático, em um papel divida três colunas anote cada comportamento na primeira coluna, procure o significado e anote na segunda coluna, e na terceira coluna, o quanto se lembrar das vezes em que você agiu daquela forma e as conseqüências para a sua vida; Pense reflita e tome decisões, possivelmente você verá a necessidade de procurar as pessoas ofendidas e se desculpar, se sentir que deve fazer isso, então faça, o ato de se desculpar quando feito sinceramente serve como bálsamo para nossas dores, traz alívio emocional e espiritual além de nos comprometer com um novo comportamento, afinal você não está disposto a se desculpar toda semana não é? Faça um compromisso consigo, Serei diferente, agirei diferente e colherei frutos diferentes.
Sucesso a todos!
Fonte: admnistradores.com
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