A crescente participação no mercado de trabalho não reduziu a vinculação das mulheres em relação aos afazeres domésticos. A situação, que não é nova, foi reafirmada por levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) de 2005. O levantamento comprovou que 90,6% das mulheres se ocupam das tarefas domésticas enquanto a proporção entre os homens é de 50,1%.
Conforme o IBGE, o envolvimento com os afazeres domésticos começa ainda na infância para homens e mulheres. Como na idade adulta, a diferença fica na proporção. Enquanto 82,6% de pessoas do sexo feminino fazem atividades do lar, homens correspondem a 47,4%. Na faixa etária de 25 a 49 anos a proporção de mulheres envolvidas no trabalho doméstico é de 94,5%. No auge da idade produtiva, 54,2% dos homens precisam trabalhar no lar.
O estudo aponta que o grupo etário de maior participação nas atividades domésticas está concentrado entre 50 e 59 anos, com 76,3%. As pessoas dessa faixa etária despendem em média de 24,3 horas por semana nos afazeres do lar. Os homens com 60 anos ou mais de idade que dedicam maior parte do seu tempo a atividades domésticas. São 13 horas por semana. Pela avaliação do IBGE, essa participação acontece por conta da aposentadoria. Entre as mulheres, as que mais atuam no lar estão concentradas na faixa estaria de 50 e 59 anos. Elas despendem 31 horas semanais em trabalhos domésticos.
Ficou comprovado que quanto mais escolarizado, mais ajuda o homem em casa. Essa é a realidade de 54% dos cidadãos do sexo masculino com mais de 12 anos de estudo. Entre as mulheres com essa quantidade de anos de estudo a jornada é 5 horas menor que daquelas com menos escolaridade. As mulheres mais escolarizadas 22,6 horas por semana ao trabalho doméstico.
Na região Centro-Oeste, a participação dos homens nas tarefas domésticas é de 9,9 horas por semana enquanto das mulheres o percentual é mais que o dobro, chega a 23,8 horas. Os homens que menos ajudam no lar são os nordestinos. Somente 46,7% se envolvem nas atividades da casa.
Com maior volume de estudo, ou ano, a jornada dupla feminina é uma realidade. A pesquisa considerou a jornada do trabalho produtivo mais os afazeres domésticos nos cinco dias úteis da semana, e comprovou que as mulheres, em média, trabalham 11,5 horas por dia contra 10,6 horas para os homens. Já as mulheres casadas gastam mais horas com atividades do lar e trabalham até o triplo dos homens. São até 31,1 horas, enquanto os homens do mesmo estado civil chegam a 10,9 horas.
Por conta da jornada dupla, as trabalhadoras optam por morar perto do trabalho. Mesmo mais perto do trabalho, pouco tempo sobra para a dedicação pessoal. Conforme o IBGE, somado o tempo destinado aos afazeres domésticos à jornada no mercado de trabalho, o tempo de deslocamento e, considerando a necessidade de 8 horas diárias de sono, restariam 4 horas para lazer estudos, cuidados pessoais, etc. O tempo livre para os homens chega a 5 horas.
Fonte: Campo Grande News
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