Parecer técnico da Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) aponta que cerca de 800 famílias do Jardim das Oliveiras, em São Bernardo, devem deixar o local onde moram por estarem em cima de um antigo lixão contaminado por benzeno, substância cancerígena encontrada em quantidade 196 vezes maior do que a permitida. A exposição a que estão sujeitas as famílias faz com que o Ministério Público peça a remoção dos moradores.
A pedido do MP, a avaliação da Cetesb aponta que uma amostra da substância colhida no Jardim das Oliveiras 3 - um dos loteamentos da área - registrou concentração de 353 miligramas por quilo, quando as normas admitem para ambientes abertos a concentração de 1,81 miligramas por quilo.
Uma ação judicial se arrasta desde 1995 sem que haja uma decisão concreta pela remoção das famílias seja da Prefeitura, Cetesb ou MP. A análise elaborada pela Cetesb foi realizada tendo como base relatórios do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), contratado pela Prefeitura. A Cetesb classificou a situação a que estão submetidos os moradores como de risco inaceitável.
O benzeno e outros resíduos prejudiciais estão concentrados em maior parte na quadra C, entre as ruas Porto Seguro e Leonino Pessoa, porém, as cerca de 3.000 pessoas que moram no Jardim das Oliveiras podem estar expostas ao problema. "Esse risco não está só delimitado nesse loteamento porque todos estão encostados uns aos outros. Existe uma séria possibilidade de que outras regiões também estejam contaminadas porque os resíduos atingiram o lençol freático", afirmou a promotora Rosangela Staurenghi.
O diretor do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Hospital das Clínicas, Anthony Wong, vê os valores de contaminação indicados pela Cetesb como preocupantes.
O benzeno é apontado por Wong como substância com enorme restrição no mundo inteiro, pois provoca a diminuição da produção de leucócitos, glóbulos vermelhos e plaquetas, podendo causar aplasia medular. A presença elevada de benzeno no ambiente pode provocar problemas imunológicos graves, falhas na coagulação e até mesmo leucemia.
Fonte: diario do ABC
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