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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Saiba se seu condomínio está preparado para um incêndio.

Moradores podem ajudar a verificar instalações de prédios.
Brigadas de incêndio ajudam a distribuir conhecimento.
O prédio em que você mora segue normas essenciais para combate a incêndio? Como a maioria das pessoas, a dona de casa Paula Meira, de Campinas (SP), não tinha pensado nesta questão até encarar uma situação de emergência. “Uma tomada explodiu e começou a pegar fogo em um pedaço do carpete. Eu sabia que não podia jogar água, mas não tinha idéia do que deveria fazer”, diz ela.
Paula chamou um vizinho, que usou o extintor de incêndio do edifício e o fogo foi logo controlado. A existência de extintores adequados é uma das regras essenciais para a segurança dos prédios residenciais. “Há vários tipos, mas ninguém precisa ficar decorando nada. Está tudo escrito no cilindro e o uso é muito simples”, diz Marcos das Neves Palumbo, tenente do Corpo de Bombeiros de São Paulo. “O importante é que o extintor esteja acessível e carregado. E isso qualquer um pode ver – é só olhar se o manômetro, que é o ‘reloginho’, está no nível verde”, orienta Palumbo.
Há outros itens que também podem ser checados por qualquer morador. Para o caso de um evento mais grave, é essencial que as saídas de emergência, que em geral, nos prédios residenciais, são as escadas, estejam bem sinalizadas e com portas corta-fogo desobstruídas. “Não adianta apenas uma placa indicando a porta. É preciso que a rota de fuga esteja sinalizada, para que as pessoas saibam por onde devem ir”, diz o tenente. O corrimão é importante para que a pessoa que deixa o prédio consiga acompanhar, mesmo sem visibilidade, o caminho correto até o andar térreo.
Luzes de emergência precisam estar bem distribuídas e funcionar mesmo com o sistema elétrico do prédio desligado. As lâmpadas precisam estar em ordem – por garantia, os bombeiros orientam que sejam realizados testes periódicos.
Pode parecer estranho, mas o alarme de incêndio, item obrigatório em edifícios comerciais, não é exigido para prédios residenciais. “O interfone é o alarme do morador. Por isso que, quando se tira o interfone do gancho, a ligação é feita diretamente com uma central, em geral na portaria. Dali pode partir o alerta”, explica o tenente.
Palumbo enfatiza que, qualquer que seja o caso, os moradores devem manter a calma. “Se acontecer alguma coisa, a pessoa precisa analisar a situação, verificar se precisa ou não tirar todo mundo de casa, por exemplo”, diz ele. Para fazer esta avaliação corretamente, o tenente destaca o papel das brigadas de incêndio – que são constituídas por funcionários e moradores do condomínio que são treinados pelos bombeiros. “Saber estas informações é importante não só para o prédio, mas para a vida da pessoa. Para ela saber como agir se acontece algo no trabalho, num shopping, em qualquer situação”, defende.
No estado de São Paulo, as regras de segurança contra incêndio determinam que condomínios residenciais com mais de três andares devem ter uma brigada. Mas esta e outras normas não abrangem todo o país. No Brasil, a legislação de segurança anti-fogo varia de estado para estado, e, hoje, as normas paulistas são consideradas as mais abrangentes.
“A legislação atual de São Paulo avançou bastante na parte de controle de materiais, compartimentação e segurança estrutural dos prédios”, diz Antonio Fernando Berto, responsável pelo Laboratório de Segurança ao Fogo da Divisão de Engenharia Civil do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). “Ela considera diversos pontos da segurança contra incêndio, que depende de medidas associadas a aspectos de arquitetura, construção e a instalações triviais de proteção, como hidrantes’, diz ele.
O modelo paulista está sendo seguido por outros estados. “Minas Gerais implantou sua regulamentação com base na de São Paulo”, exemplifica Berto, que, no entanto, aponta que ainda pode haver mais detalhamento.
“O sistema de alarme de incêndio, por exemplo. Hoje, em prédios residenciais, é aceito o uso do interfone. Mas é importante que seja obrigatório o alarme”, diz. “Incêndio depende de tempo. Como você vai depender de uma pessoa que atende o interfone para isso?”, questiona ele, que defende a implantação de sistemas ainda mais confiáveis.
Também por causa do tempo, Berto engrossa o coro dos defensores da informação da população em geral. “O bombeiro não é onipresente. Se as pessoas estiverem preparadas para enfrentar o fogo enquanto ele é pequeno, menor os danos, menor a ameaça. Se o fogo ganha força, depois pode não ter controle”.
Itens de segurança contra incêndios em prédios residenciais:
Saídas
* dimensionadas de acordo com o tamanho do andar e o número de pessoas;
* as escadas devem ter corrimão;
* devem estar sempre desobstruídas;
* devem ter porta corta-fogo que bloqueia a fumaça em caso incêndio.
Sinalização
* precisa indicar as saídas de emergência e as rotas de fuga;
* deve mostrar onde estão itens para combate ao fogo: hidrante, extintores, etc.
Iluminação
* deve funcionar mesmo com o sistema elétrico do prédio desligado;
* todas as lâmpadas devem funcionar - para ter essa garantia, são recomendados testes periódicos.
Extintores
* devem ficar nos corredores ou em locais a que qualquer pessoas no andar chegue sem andar mais de 30m;
* precisam estar a acima do chão e a altura de até 1,60m;
* devem ter indicação de sua utilização e sobre que tipo de material podem ser usados;
* devem estar carregados e dentro do prazo de validade.
Hidrante
* a mangueira precisa estar enrolada;
* a mangueira deve ter 30m de extensão ou ser adequada ao andar (em caso de áreas menores);
* deve haver um ponto de hidrante por andar do prédio.
Alarme de incêndio
* em prédios residenciais, pode ser substituído pelo uso de interfones ligados a uma central (em geral, na portaria do edifício).
Brigada de incêndio
* a brigada é formada por uma equipe de funcionários do prédio e alguns moradores; estas pessoas devem ter noções de combate ao fogo; recomenda-se que, a cada dois anos, a brigada passe por um novo treinamento com os bombeiros.

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