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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Qual o rótulo da sua organização?

Por: João Paulino Quartarola *
Sempre que alguém fala em felicidade, ela é relacionada ao sorriso, à alegria, ao bom humor. Assim uma pessoa sorridente e alegre é dada como feliz. E quem aparece de cara amarrada, emburrado, é dado como infeliz. A partir da aparência construímos um estereótipo que classifica as pessoas, rotulando-as fazendo com que vejamos de certo jeito e não de outro. Quando rotulamos alguém de incompetente estamos nos referindo a alguém que não obteve o resultado que esperávamos que conseguisse. A esse rótulo estamos associando uma crença, em julgamento. Muitas vezes mal conhecemos pessoas e de imediato atribuímos rótulos predeterminados, que não deixam de ser “pré-conceitos”. Para se conhecer melhor uma pessoa é preciso tempo, muita conversa e muita interação. Recordo-me de uma situação, quando já estava na organização que trabalho e ocupava pela primeira vez uma função de chefia, quando apresentado para um novo funcionário. Pelos primeiros contatos, tipo de conversa, vestuário, maneira de se comportar, fundamentado nos meus valores, rotulei o colega com poucos, muito poucos dados. Em tão pouco tempo, de forma irresponsável, passei a comentar sobre o colega nomeando alguns desses rótulos: organizado, bonzinho, tímido, abusado, atrevido, simpático, comunicativo, indeciso, arrogante, competente, criativo, esquisito. Quando isso acontece estamos identificando o outro com um rótulo que criamos em nossa mente. E assim, muitas vezes, acabamos nos relacionando não com as pessoas em si, mas com rótulos que foram colocados por outros ou por elas mesmas. Quando rotulamos uma pessoa, estamos limitando-a tão somente no que achamos. E vemos a pessoa com os limites que colocamos nela. O problema é que você diz a uma pessoa que ela é aquilo e desiste dela, e pior ainda é quando a própria pessoa desiste dela mesma. Aí a pessoa se acomoda, aniquila o seu potencial. Nós não temos o direito de limitar a infinita capacidade humana a um simples rótulo. Assim como fiz com o novo colega, os outros também fazem conosco. Vamos refletir! Considerando o seu desempenho, suas atitudes, seus resultados, como você tem em sua organização? Dependendo do seu comportamento, do que faz, como faz ou senão faz, você pode ter os rótulos de competente, empreendedor, assertivo, decidido, pontual, etc... Mas pode também ser rotulado como atrasado, incompetente, indeciso, acomodado, desinteressado, lento. Nossas atitudes podem confirmar ou não os rótulos que assumimos consciente ou inconscientemente. Se entendermos que o rótulo não é verdadeiro – que ótimo! – podemos demonstrar através de ações que o mesmo não corresponde à realidade, e assim vamos nos libertando dos rótulos auto-impostos ou colocados por interpretações e juízos equivocados de outros. É maravilhoso saber que somos competentes, capazes, habilidosos e também responsáveis para mudar. Não somos alguma coisa, apenas estamos dessa ou daquela maneira. A escolha é nossa! A grande virada está em assumir como estratégia novos procedimentos, nova forma de comportamento, apresentar resultados diferentes que permitam interpretações diferentes. Mudar paradigmas e buscar o que nos leva a ser reconhecidos e rotulados como competentes, criativos, habilidosos, pró-ativos. Esses são os rótulos que as organizações buscam quando selecionam os colaboradores de hoje para serem parceiros nos desafios que o mundo moderno nos convida a encarar a todo instante. Tais rótulos são exigidos não só dos novos colaboradores, mas também daqueles que já fazem parte da organização. Pois, o mercado torna-se exigente a cada momento e para sobreviver na “selva executiva” é preciso contar com profissionais competentes e destemidos, focados no sucesso pessoal e no da organização. Que consigamos ver o outro e nós mesmos como seres humanos plenos, com potencial ilimitado, com possibilidades de conseguir o que desejamos ser, com muita determinação, com foco definido, com vontade de recomeçar quantas vezes forem necessárias. Que não venhamos limitar nenhuma pessoa por uma qualidade ou falha, e que possamos entender quando não faz o que é esperado dela e ajudá-la a crescer. Bem como não venhamos a nos limitar por algum rótulo que vestimos como verdade. Não há um diagnóstico no mundo que faça com que deixemos de ser o ser humano maravilhoso que somos, com todo nosso potencial para crescer e vencer. Busquemos e pratiquemos as ações pertinentes aos rótulos que nos levam a ser os melhores para nós, para os outros e para o mundo.
Fonte: Revista D Marília
* João Paulino Quartarola é administrador de empresas, economista, contador, pedagogo, matemático, possui formação psicanalítica e em terapia holística. É professor da Universidade de Brasília e do MBA da Fundação Getúlio Vargas. Tire suas dúvidas e fale com ele pelo e-mail: jpquartarola@terra.com.br

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