Você se irrita ao extremo no trabalho e está com a sensação de esgotamento físico e mental? Apresenta falta de concentração e falhas de memória? Fique atento, pois você pode ser mais uma vítima da Síndrome de Burnout, que vem atingindo um número cada vez maior de brasileiros.
De acordo com o psiquiatra e médico do trabalho Duílio Antero de Camargo, presidente da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), o transtorno está vinculado a uma exposição contínua a fatores de estresse crônicos no ambiente profissional e costuma causar inúmeros prejuízos ao trabalhador.
A síndrome, classicamente, resulta em três problemas principais: a exaustão emocional, caracterizada por fadiga, fraqueza, falta de esperança, impaciência, irritabilidade e dificuldade em lidar com as situações estressantes; a diminuição da realização pessoal, caracterizada, por exemplo, pela baixa satisfação com as atividades do trabalho e pela perda da competência; e a despersonalização, ou seja, o distanciamento afetivo e a insensibilidade em relação às demais pessoas. Camargo ressalta que, embora a pessoa afetada possa apresentar alguns sintomas de depressão, a síndrome não se caracteriza como um transtorno depressivo, segundo diversos autores.
- Por ser muito limitante, a síndrome acaba gerando altos índices de absenteísmo (faltas) e incapacidade ocupacional, além de fazer com que a pessoa tenha grandes dificuldades de manter os relacionamentos pessoais - acrescenta o representante da ANAMT.
Uma característica marcante dos trabalhadores que desenvolvem a Síndrome de Burnout é a dedicação exagerada ao trabalho, afirma o médico Clóvis Cechinel, responsável pelo setor de medicina do trabalho da DASA, prestadora de serviços de medicina diagnóstica. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é uma fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a autoestima pelo sucesso profissional.
- O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, o profissional apresenta necessidade de se afirmar e o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão - diz Cechinel.
Vítima da síndrome, a economista Isabela, de 28 anos, que trabalha numa empresa privada de planos de saúde, decidiu procurar ajuda quando seu nível de estresse foi às alturas e ela não conseguia mais se concentrar:
- Eu andava muito irritada, sem paciência, e intolerante com todos os meus colegas de trabalho. Achava que a minha palavra tinha que ser a última, pois não conseguia ouvir ninguém falar. Isso também refletia na minha vida pessoal e eu já não conseguia me relacionar com as pessoas no dia a dia.
Com o tratamento a que se submeteu, Isabela começou a dominar melhor seus impulsos e a perceber que existiam outras pessoas ao seu redor:
- Vi que precisava me controlar para não tratar mal os outros. Passei a reconhecer minhas fraquezas e aprendi a parar, respirar, pensar e meditar para não tomar nenhuma decisão precipitada.
A psicóloga Fátima Bittencourt, diretora do Grupo Sanare, esclarece, por sua vez, que o Burnoutnão acontece do dia para a noite: é um estado de esgotamento emocional e físico causado pelo estresse excessivo e prolongado. A doença afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato intenso e solidário com a causa alheia, como é o caso dos médicos, enfermeiros, psicólogos, professores e policiais. Recentemente, foram detectados muitos casos entre os funcionários das companhias aéreas, por conta dos grandes níveis de estresse no setor nos últimos anos.
- É muito comum confundir o transtorno com o estresse por conta de sintomas parecidos, como dores de cabeça, insônia, gastrite, lapsos de memória, falta de atenção, diarréia, alterações menstruais e de humor. No entanto, é preciso deixar claro que a síndrome está diretamente ligada à tentativa de adaptação a uma situação claramente desconfortável no trabalho - esclarece Fátima.
Pesquisa realizada pela International Stress Management Association do Brasil (ISMA-BR), com mil profissionais de São Paulo e Porto Alegre, com idades entre 25 a 60 anos, revela que no Brasil o problema atinge 30% da população economicamente ativa (PEA). Os dados mostram ainda que, dos 30% dos entrevistados que sofrem de burnout, 94% se sentem incapacitados para trabalhar; 89% praticam presenteísmo - significa que estão presentes no trabalho, mas não conseguem realizar as tarefas propostas -, e 47% sofrem de depressão.
O estudo fez ainda um comparativo do desempenho profissional de um portador de burnout com o dos demais trabalhadores: em média, é de cinco horas a menos. Entre os sintomas do burnout que mais incomodam, 93% alegam a exaustão; 86%, a irritabilidade; 82% a falta de concentração e 74% enfatizam a dificuldade de relacionamento no ambiente profissional.
Fonte: ABP - Associação Brasileira de Psquiatria
De acordo com o psiquiatra e médico do trabalho Duílio Antero de Camargo, presidente da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), o transtorno está vinculado a uma exposição contínua a fatores de estresse crônicos no ambiente profissional e costuma causar inúmeros prejuízos ao trabalhador.
A síndrome, classicamente, resulta em três problemas principais: a exaustão emocional, caracterizada por fadiga, fraqueza, falta de esperança, impaciência, irritabilidade e dificuldade em lidar com as situações estressantes; a diminuição da realização pessoal, caracterizada, por exemplo, pela baixa satisfação com as atividades do trabalho e pela perda da competência; e a despersonalização, ou seja, o distanciamento afetivo e a insensibilidade em relação às demais pessoas. Camargo ressalta que, embora a pessoa afetada possa apresentar alguns sintomas de depressão, a síndrome não se caracteriza como um transtorno depressivo, segundo diversos autores.
- Por ser muito limitante, a síndrome acaba gerando altos índices de absenteísmo (faltas) e incapacidade ocupacional, além de fazer com que a pessoa tenha grandes dificuldades de manter os relacionamentos pessoais - acrescenta o representante da ANAMT.
Uma característica marcante dos trabalhadores que desenvolvem a Síndrome de Burnout é a dedicação exagerada ao trabalho, afirma o médico Clóvis Cechinel, responsável pelo setor de medicina do trabalho da DASA, prestadora de serviços de medicina diagnóstica. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é uma fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a autoestima pelo sucesso profissional.
- O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, o profissional apresenta necessidade de se afirmar e o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão - diz Cechinel.
Vítima da síndrome, a economista Isabela, de 28 anos, que trabalha numa empresa privada de planos de saúde, decidiu procurar ajuda quando seu nível de estresse foi às alturas e ela não conseguia mais se concentrar:
- Eu andava muito irritada, sem paciência, e intolerante com todos os meus colegas de trabalho. Achava que a minha palavra tinha que ser a última, pois não conseguia ouvir ninguém falar. Isso também refletia na minha vida pessoal e eu já não conseguia me relacionar com as pessoas no dia a dia.
Com o tratamento a que se submeteu, Isabela começou a dominar melhor seus impulsos e a perceber que existiam outras pessoas ao seu redor:
- Vi que precisava me controlar para não tratar mal os outros. Passei a reconhecer minhas fraquezas e aprendi a parar, respirar, pensar e meditar para não tomar nenhuma decisão precipitada.
A psicóloga Fátima Bittencourt, diretora do Grupo Sanare, esclarece, por sua vez, que o Burnoutnão acontece do dia para a noite: é um estado de esgotamento emocional e físico causado pelo estresse excessivo e prolongado. A doença afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato intenso e solidário com a causa alheia, como é o caso dos médicos, enfermeiros, psicólogos, professores e policiais. Recentemente, foram detectados muitos casos entre os funcionários das companhias aéreas, por conta dos grandes níveis de estresse no setor nos últimos anos.
- É muito comum confundir o transtorno com o estresse por conta de sintomas parecidos, como dores de cabeça, insônia, gastrite, lapsos de memória, falta de atenção, diarréia, alterações menstruais e de humor. No entanto, é preciso deixar claro que a síndrome está diretamente ligada à tentativa de adaptação a uma situação claramente desconfortável no trabalho - esclarece Fátima.
Pesquisa realizada pela International Stress Management Association do Brasil (ISMA-BR), com mil profissionais de São Paulo e Porto Alegre, com idades entre 25 a 60 anos, revela que no Brasil o problema atinge 30% da população economicamente ativa (PEA). Os dados mostram ainda que, dos 30% dos entrevistados que sofrem de burnout, 94% se sentem incapacitados para trabalhar; 89% praticam presenteísmo - significa que estão presentes no trabalho, mas não conseguem realizar as tarefas propostas -, e 47% sofrem de depressão.
O estudo fez ainda um comparativo do desempenho profissional de um portador de burnout com o dos demais trabalhadores: em média, é de cinco horas a menos. Entre os sintomas do burnout que mais incomodam, 93% alegam a exaustão; 86%, a irritabilidade; 82% a falta de concentração e 74% enfatizam a dificuldade de relacionamento no ambiente profissional.
Fonte: ABP - Associação Brasileira de Psquiatria
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