Divergências com profissional que se destaca exigem do líder postura conciliadora.
Os desentendimentos entre o jogador de futebol Neymar e o técnico Dorival Júnior, que resultaram na demissão do ex-treinador do Santos, refletem uma situação que não é exclusiva do mundo do esporte. Gerenciar talentos é um desafio que faz parte da rotina de muitos líderes.
Se, em um primeiro momento, ter uma estrela na equipe parece uma dádiva, com o tempo o cenário pode assumir contornos mais complexos caso o profissional comece a questionar de forma incisiva as decisões do chefe e os rumos do trabalho. “O líder deve acompanhar de perto a evolução do profissional e ressaltar constantemente os valores e regras da empresa e do grupo. Para isso, o melhor caminho é o diálogo, a orientação”, afirma Carlos Betinas, sócio da DRH Talent Search.
Na visão do especialista, olhar somente os resultados acreditando que os fins justificam os meios é uma postura perigosa. “Ao mesmo tempo em que incentiva o crescimento, o chefe deve impor limites”, diz. “Cabe ao líder extrair o que há de melhor no funcionário, do ponto de vista técnico e comportamental. Além disso, ele deve agir como conciliador, evitando que comparações e ciúmes que abalem a equipe”, afirma a consultora do BSP Career Sandra Cruz.
Neymar: desentendimentos levaram à demissão do técnico
Expor pontos fortes do profissional que se destaca para motivar os demais pode ser uma forma de minimizar conflitos. “O líder deve saber o momento para se impor e para apoiar o profissional. O apoio deve ser público e a punição, privada”, sugere Alfredo Behrens, professor do Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), com especialização em liderança.
Behrens afirma que a sociedade tende a ser tradicional e exigir obediência, mas o líder deve ser mais compreensivo. “É um trabalho mais parecido com o de um pastor do que com o de um guardião da prisão.”
Gestão de conflitos
O professor fala com a experiência de quem já vivenciou situações de crise. Ao participar de um projeto no exterior, o especialista liderou um grupo de docentes e enfrentou dificuldades na hora de realizar mudanças no direcionamento do projeto. “Quando anunciei, em um restaurante, que havia uma nova orientação para o trabalho, um dos participantes se levantou e começou a gritar e a me xingar.”
Behrens manteve o sangue frio e esperou o participante do grupo se sentar para explicar as razões da mudança. “Depois disso, olhei para ele e disse que, em função de estarmos nos comunicando em inglês, não havia entendido exatamente o que ele tinha dito e perguntei se ele gostaria de repetir. Ele se calou”, afirma.
De acordo com o professor, a mudança foi realizada. Mesmo depois do fim do projeto, o grupo manteve um bom relacionamento. “O líder não pode perder o controle”, diz.
Embate direto
Se, mesmo depois de muito diálogo, o relacionamento continua difícil, o chefe pode levar os problemas a um patamar mais elevado. “A questão só deve ir para outro nível hierárquico quando se esgotarem todas as possibilidades de acordo”, diz Sandra.
Em alguns casos, a situação atinge tais níveis que acaba em demissão. “Às vezes é melhor perder um talento do que correr o risco de criar um ambiente que desmotiva toda uma equipe”, explica Betinas.
Fonte: IG São Paulo
Os desentendimentos entre o jogador de futebol Neymar e o técnico Dorival Júnior, que resultaram na demissão do ex-treinador do Santos, refletem uma situação que não é exclusiva do mundo do esporte. Gerenciar talentos é um desafio que faz parte da rotina de muitos líderes.
Se, em um primeiro momento, ter uma estrela na equipe parece uma dádiva, com o tempo o cenário pode assumir contornos mais complexos caso o profissional comece a questionar de forma incisiva as decisões do chefe e os rumos do trabalho. “O líder deve acompanhar de perto a evolução do profissional e ressaltar constantemente os valores e regras da empresa e do grupo. Para isso, o melhor caminho é o diálogo, a orientação”, afirma Carlos Betinas, sócio da DRH Talent Search.
Na visão do especialista, olhar somente os resultados acreditando que os fins justificam os meios é uma postura perigosa. “Ao mesmo tempo em que incentiva o crescimento, o chefe deve impor limites”, diz. “Cabe ao líder extrair o que há de melhor no funcionário, do ponto de vista técnico e comportamental. Além disso, ele deve agir como conciliador, evitando que comparações e ciúmes que abalem a equipe”, afirma a consultora do BSP Career Sandra Cruz.
Neymar: desentendimentos levaram à demissão do técnico
Expor pontos fortes do profissional que se destaca para motivar os demais pode ser uma forma de minimizar conflitos. “O líder deve saber o momento para se impor e para apoiar o profissional. O apoio deve ser público e a punição, privada”, sugere Alfredo Behrens, professor do Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), com especialização em liderança.
Behrens afirma que a sociedade tende a ser tradicional e exigir obediência, mas o líder deve ser mais compreensivo. “É um trabalho mais parecido com o de um pastor do que com o de um guardião da prisão.”
Gestão de conflitos
O professor fala com a experiência de quem já vivenciou situações de crise. Ao participar de um projeto no exterior, o especialista liderou um grupo de docentes e enfrentou dificuldades na hora de realizar mudanças no direcionamento do projeto. “Quando anunciei, em um restaurante, que havia uma nova orientação para o trabalho, um dos participantes se levantou e começou a gritar e a me xingar.”
Behrens manteve o sangue frio e esperou o participante do grupo se sentar para explicar as razões da mudança. “Depois disso, olhei para ele e disse que, em função de estarmos nos comunicando em inglês, não havia entendido exatamente o que ele tinha dito e perguntei se ele gostaria de repetir. Ele se calou”, afirma.
De acordo com o professor, a mudança foi realizada. Mesmo depois do fim do projeto, o grupo manteve um bom relacionamento. “O líder não pode perder o controle”, diz.
Embate direto
Se, mesmo depois de muito diálogo, o relacionamento continua difícil, o chefe pode levar os problemas a um patamar mais elevado. “A questão só deve ir para outro nível hierárquico quando se esgotarem todas as possibilidades de acordo”, diz Sandra.
Em alguns casos, a situação atinge tais níveis que acaba em demissão. “Às vezes é melhor perder um talento do que correr o risco de criar um ambiente que desmotiva toda uma equipe”, explica Betinas.
Fonte: IG São Paulo
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