Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Chicago (EUA) vem dando o que falar desde que foi publicada pela revista Forbes durante o último mês de dezembro. Tudo porque ela relacionou as dez profissões tidas como as que mais favorecem a felicidade dos seus ocupantes, após entrevistar 27 mil trabalhadores norte-americanos.
Pela ordem, os profissionais mais satisfeitos são: 1º – Clérigos, 2º – Bombeiros, 3º – Fisioterapeutas, 4º – Escritores, 5º – Professores de educação especial, 6º – Professores, 7º – Artistas, 8º – Psicólogos, 9º – Vendedores de serviços financeiros e 10º – Engenheiros de operação.
O interessante é que nesta relação das mais felizes estão incluídos, sobretudo, postos nos quais a remuneração não é das mais atraentes mesmo nos EUA, mas que são muito gratificantes porque possibilitam ajuda ao próximo ou estão ligadas às dimensões espirituais e humanas, como é do caso do trabalho dos clérigos (independente da religião), bombeiros, fisioterapeutas e professores de educação especial.
Já o trabalho dos escritores e artistas – como pintores, escultores e atores – permite autonomia e liberdade de expressão, fatores muito valorizados nos dias atuais e que ajudam as pessoas a se realizarem profissionalmente, a mais perfeita tradução para a felicidade no trabalho.
Por sua vez, os vendedores de serviços financeiros estão satisfeitos especialmente com a remuneração variável que a profissão lhes permite obter e as possibilidades de ascensão, enquanto que os engenheiros de operação disseram se divertir com o fato de trabalharem em grandes obras operando máquinas gigantes, como tratores, retroescavadeiras, motoniveladoras, pás e guindastes.
É claro que estudos como este não devem ser avaliados com o propósito de polemizar ou gerar concordância, especialmente porque os motivos que suscitam felicidade no trabalhador norte-americano são diferentes daqueles que impactam o profissional brasileiro, húngaro ou australiano, mas pelo menos serve para refletir se faz algum sentido em sua profissão.
A mesma pesquisa também divulgou a lista dos dez cargos reconhecidos como os mais infelizes: 1º – Diretor de tecnologia da informação, 2º – Diretor de vendas e marketing, 3º – Gerente de produto, 4º – Desenvolvedor web sênior, 5º – Especialista técnico, 6º – Técnico em eletrônica, 7º – Secretário judicial, 8º – Analista de suporte técnico, 9º – Operador de CNC (Controle Numérico Computadorizado) e 10º – Gerente de marketing.
Alguns aspectos chamam a atenção. Em primeiro lugar, todas estas ocupações são eminentemente técnicas, foram reconhecidas como estressantes e exigem muitas horas de trabalho fora do expediente. Além disto, seis delas estão ligadas à área de tecnologia, o que por si só já demonstra que vale a pena as pessoas que atuam nestas atividades reavaliarem a forma com que conduzem seu trabalho atual.
Conforme os resultados do estudo, mesmo pagando geralmente muitíssimo bem, são posições tidas como indesejáveis por desfavorecerem o engajamento pessoal, ou seja, os entrevistados não conseguem perceber grande significância naquilo que fazem em seu dia a dia. O que parece ser incoerente, já que muitas pessoas planejam suas carreiras com o propósito de serem futuros diretores de TI ou Marketing, por exemplo.
Seria muito interessante poder analisar os resultados de uma pesquisa da mesma natureza realizada no Brasil, mas por ora é animador perceber que nos EUA, berço das práticas de gestão difundidas mundo afora, cada vez mais as pessoas realmente estão buscando satisfação em seu trabalho e avaliando que uma alta remuneração e/ou posições hierárquicas de prestígio já não suficientes para que alguém possa se sentir feliz com o seu trabalho.
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