Quando uma corrente elétrica passa pelo corpo
humano a pessoa sente o que chamamos de choque elétrico. Esse tipo de acidente
com eletricidade pode causar diversos efeitos na vítima, como danos aos tecidos
nervosos (que comandam outros sistemas, por exemplo o respiratório, ocasionando
uma parada), alterações na frequência cardíaca e no sangue, queimaduras e até a
morte.
Em 2008, a Associação Brasileira de
Conscientização para os Perigos de Eletricidade, Abracopel, fez uma pesquisa
baseada em notícias divulgadas pela imprensa e apontou 218 registros de morte
por eletrocussão, 186 incêndios gerados por curto-circuito, 28 acidentes com
choque elétrico que não acabaram em óbitos e 61 curtos-circuitos sem acidentes
graves.
Para não passar a fazer parte das estatísticas,
você precisa tomar alguns cuidados para evitar problemas com eletricidade em sua
residência e garantir a sua segurança e da sua família. Veja a seguir algumas
dicas:
Tomadas
Evite o uso de benjamins e não ligue vários
aparelhos na mesma tomada. Segundo a DME, distribuidora de energia elétrica em
Minas Gerais, esses
hábitos podem provocar aquecimento nos fios, desperdiçando energia e podendo
causar curtos-circuitos.
Sobrecarregar as tomadas é ainda mais grave em
ambientes molhados como a cozinha e área de serviço, explica Milena Guirão,
gerente de marketing do Programa Casa Segura. "Nestes locais o perigo de
sobrecarga é maior porque os eletrodomésticos têm mais potência e causam um
efeito no fio de eletricidade semelhante ao entupimento de uma artéria do
coração", explica.
Também nunca ligue diretamente um fio sem a
flecha nos plugues da tomada e nunca desligue aparelhos puxando-os pelo fio.
Além disso, coloque protetores nas tomadas para prevenir choques em crianças. Na
próxima página, aprenda como usar aparelhos eletrônicos e fazer reparos na rede
de sua residência sem correr o risco de levar um choque.
Fazendo reparos em casa
Mesmo se for trocar apenas uma lâmpada, desligue
disjuntores e a chave geral. Não se esqueça de alertar os moradores para que
ninguém religue o fornecimento de energia e nunca mexa com eletricidade quando
estiver com as mãos, roupas ou calçados molhados. Ao trocar a lâmpada, não toque
na parte metálica.
Não toque em fios sem saber se estão ligados à
rede elétrica, muito menos se estiverem desencapados. Quando um fusível queima,
não basta substitui-lo, procure identificar a causa e, após solucionar o
problema, substitua-o por outro de igual capacidade ou rearme o disjuntor. Nunca
coloque arames ou moedas no lugar de fusíveis.
Nunca troque disjuntores por outros de maior
capacidade para evitar quedas. Assim como eles, os fios de eletricidade têm
espessuras específicas para suportar determinadas cargas elétricas. Quando você
aumenta a capacidade do disjuntor, ele começa a liberar mais carga para um fio
que vai ficar como uma via congestionada, esquentar e até derreter. "Nesta
situação, a probabilidade de incêndio é grande, por isso dizemos que quedas
frequentes de disjuntores são um sinal para redimensionar a instalação", comenta
Milena Guirão.
Aparelhos eletrônicos
Siga sempre o manual de instruções de seus
aparelhos eletrônicos e aterre
os equipamentos de maior potência, como geladeira, forno micro-ondas e
ar condicionado. O Ministério do Trabalho explica em sua cartilha para trabalhos
domésticos que qualquer defeito no circuito elétrico de eletrodomésticos e
eletrônicos pode conduzir corrente para a carcaça, causando choque.
Nunca posicione qualquer aparelho elétrico ao
alcance de quem estiver imerso em uma banheira, piscina ou tomando banho. Da
mesma forma, mantenha os equipamentos longe de pias, banheiras, superfícies
molhadas e locais úmidos. A DME orienta seus consumidores para, caso um aparelho
caia dentro d'água, desligá-lo da tomada antes de tentar recuperá-lo. Ao sair de
casa verifique se eletrodomésticos estão desligados e nunca coloque facas,
garfos ou qualquer objeto de metal dentro de aparelhos elétricos
ligados.
A
instalação elétrica da residência costuma dar sinais de saturação antes de
ocorrem acidentes. O mais comum deles é o morador
sentir que tem poucas tomadas disponíveis em casa. "Muitas casas mais antigas
não foram projetadas para suportar a quantidade de eletrodomésticos e
eletrônicos que nós temos hoje", comenta Milena Guirão, gerente de marketing do
Programa Casa Segura, que tem como objetivo divulgar a importância de manter a
instalação elétrica em condições adequadas de
segurança.
Ela cita que a vida útil da fiação costuma ser
de 20 anos, mas justamente para evitar sobrecarregar tomadas por causa dos
avanços tecnológicos, a dica é revisar toda a rede a cada cinco anos.
Luzes piscando quando dois equipamentos, como
chuveiro e secador, por exemplo, são ligados ao mesmo tempo é outro sinal de que
os sistemas da instalação elétrica não estão bem divididos ou precisam ser
segmentados ainda mais. Da mesma forma, quando você leva um pequeno choque ao
tocar no registro do chuveiro ou na porta da geladeira é um indicador de que o
aterramento da sua casa está com problemas. Milena explica que, assim como os
eletrodomésticos possuem um fio verde conhecido como fio terra, as residências
devem ter um aterramento que desvia a carga elétrica do corpo da pessoa para o
solo mesmo que o fio terra do equipamento elétrico não esteja conectado. O
dispositivo residual compõe, junto ao fio terra, o conjunto de segurança de uma
casa. Conhecido como DR, ele é um interruptor automático que desliga
automaticamente a corrente elétrica em casos de insegurança.
Se você anda sentindo cheiro de fumaça e de cabo
derretido, procure ajuda imediatamente, pois este é o sinal mais grave que a
rede elétrica pode dar.
Fonte: bbel.uol.com.br
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