Já se foi o tempo em que só adolescentes e estudantes faziam intercâmbio. Hoje, executivos e profissionais, de todas as idades, estão em busca de aprimorar suas habilidades no exterior, tanto com olhos na carreira, quanto na vida pessoal.
Por: Isabela Pimentel
Na hora de definir o roteiro da viagem, não são mais apenas os preços e a as belas paisagens que influenciam a escolha. Com a customização dos planos de estudo feita pelas agências de viagem, é possível identificar opções de férias diferentes e fazer cursos ligados ao próprio hobby ou à profissão.
Felipe Quintino, gerente regional do Student Travel Bureau (STB), no Rio de Janeiro, indica que as recentes exigências do mercado provocaram essa mudança no perfil dos viajantes, que incluem desde jovens executivos a profissionais que ocupam cargos de gerência. "A demanda é crescente, pois estes projetos proporcionam um diferencial no currículo, ao trabalhar com a criatividade e oferecer novas experiências e atividades de lazer", relata.
Entre as opções mais procuradas, segundo Quintino, está o Gap Year - pessoas que sentem necessidade de atualização ou pensam em mudar de área e reservam um ano para fazer programas de estudo em diferentes habilitações. "Essa pausa é cada vez mais valorizada pelo mercado, pois mostra a capacidade de adaptação da pessoa e a busca constante por se atualizar", indica.
Imagem: Shutterstock |
Os destinos mais frequentes para profissionais na faixa dos 26 aos 40 anos, que buscam atividades complementares como culinária, business, idioma e pós-graduação, são as rotas que levam aos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França e Itália. Além deles, Japão, Austrália e até a América Latina são roteiros diferentes que vêm ganhando força na hora de aliar passeio com aprendizado.
Rumo ao conhecimento
Fabiana Forastiere, gerente de Marketing da Siemens, é uma que se encaixa nesse perfil "executiva viajante". Ela fez um curso intensivo de inglês integrado a Business em abril de 2010, em Londres, pela EF Corporate Language Training. Fabiana conta que a necessidade profissional motivou sua escolha e que, além do aperfeiçoamento da língua, o curso contribuiu para seu crescimento pessoal.
"Meu programa de estudos incluía opções de lazer e cultura, como passeios, visitas e festas. Tive a oportunidade de conviver com pessoas de todo o mundo, como da Arábia Saudita, América Latina e Europa, o que me permitiu adquirir conhecimentos sobre outras culturas", relata.
O analista de sistemas Eduardo Lembruger também encarou esse tipo de intercâmbio. Ele queria aprimorar o inglês, já que trabalha no segmento de turismo e na ambientação de congressos, por isso, passou quatro semanas estudando na London English School, pela STB. "Após a experiência, me senti muito mais seguro quanto à minha profissão, pois o curso ofereceu uma real imersão no idioma", revela, afirmando que faria tudo outra vez.
Carla Dolezel, diretora do Instituto Brasileiro de Estudos Avançados (IBEA), indica que a realização de cursos no exterior que agregam programações de lazer e turismo às atividades propostas em sala de aula são fundamentais para levar ao aluno uma relação mais profunda com outra cultura. Dolezel revela que o público e as opções de cursos de formação no exterior estão bem segmentados.
Entre as opções mais procuradas está o MBA. Marcelo Ramos, professor e sócio da escola MBA House, afirma que essa pós-graduação fora do país se tornou um dos elementos-chaves para a formação do profissional do futuro, que precisa adquirir um forte senso de internacionalização. Ele aponta que o índice de satisfação dos alunos que cursaram MBAs top 20 no mundo é de 97%, e que muitos descrevem a oportunidade como "uma mudança de vida".
Carla Dolezel aponta que não há limite de idade para uma formação internacional. "Atualmente, o IBEA tem alunos de 28 a 84 anos fazendo doutorado na mesma turma. O que vale é o desejo de enriquecer a cultura e trocar experiências", indica o professor.
Fonte: Revista Administradores
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