Com cerca de 17 milhões de óbitos/ano, as doenças cardiovasculares causam um terço das mortes em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 400 mil vítimas fatais anualmente, uma das principais causas de mortalidade da população. Grande parte é vitimada pela parada súbita do coração, quando a pessoa está caminhando nas ruas, falando ao telefone, assistindo à televisão ou simplesmente trabalhando e subitamente colapsa. Especialistas defendem que a vida de parte destas vítimas poderia ser salva com procedimentos de RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar) e o uso do desfibrilador, equipamento capaz de reverter a parada cardíaca.
Para popularizar os procedimentos e fazer de um cidadão comum um socorrista em potencial, as diretrizes de RCP do ILCOR (International Liaison Committee On Resuscitation - Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação) estão cada vez mais simplificadas para os leigos. Já para os profissionais da saúde, há uma riqueza de detalhes que requer atenção, maior exigência técnica, incremento no ensino e reforço sobre o trabalho em equipe. O ILCOR reúne entidades de cardiologia, como o CNR (Conselho Nacional de Ressuscitação), do Brasil, e a AHA (American Heart Association), dos Estados Unidos, líder mundial e principal referência no segmento.
Recomendadas a partir de um consenso médico-científico sobre as manobras e técnicas mais apropriadas para a ressuscitação, desde 2000 as diretrizes são publicadas em âmbito internacional e permitem melhorar as chances de sobrevivência das vítimas de parada súbita do coração.
“As diretrizes têm sido extremamente importantes para homogeneizar universalmente os conceitos em Suporte Básico e Suporte Avançado de Vida para que, com isso, se consiga simplificar o atendimento de emergência, tanto para o leigo quanto para o profissional de saúde”, define o médico Sergio Timerman, doutor em Cardiologia, membro do ILCOR e da AHA, diretor-científico da Fundação Interamericana do Coração e diretor do LTSEC-INCOR (Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergência Cardiovascular do Instituto do Coração).
No entanto, as diretrizes não são definitivas e estão sempre em evolução em face das novas tecnologias e técnicas para RCP. Ou seja, como se tratam de recomendações, as diretrizes que até bem pouco tempo estavam vigentes, hoje já não são mais adotadas. Da mesma forma, as atuais práticas podem cair em desuso assim que novas recomendações venham a ser publicadas.
“Para seguirmos algum consenso, é necessário bom senso do profissional, pois os trabalhos científicos, muitas vezes, não se adaptam à realidade individual de cada paciente e a diretriz nos orienta no caminho a seguir”, afirma o médico e doutor em Cardiologia, Manoel Fernandes Canesin, diretor do Centro de Treinamento em Emergências da UEL (Universidade Estadual de Londrina), coordenador do Grupo de Estudos em Ressuscitação e Emergência Cardiovascular da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) e consultor técnico do Ministério da Saúde.
Para o primeiro semestre de 2009, está previsto o início de um fórum aberto aos profissionais de saúde que não participam da definição das diretrizes, para que opinem sobre os novos consensos, que serão publicados em outubro de 2010 . Segundo o doutor em Cardiologia Sergio Timerman, a sugestão é acompanhar estes movimentos pelos sites www.americanheart.org ou www.erc.edu. Também estão disponíveis na internet as principais modificações introduzidas nas Diretrizes 2005 para RCP (em português).
Fonte: Revista Emergência
Um comentário:
Muitas pessoas sofrem de doenças cardiovasculares e tem que ir a um centro de cardiologia que seja bom, porque 1/3 das mortes do país tem que ver com doenças que afeitam o coração.
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