Crise, Dívidas, sobrecarga de trabalho, compras de Natal, trânsito e festas fazem do final de ano um período agitado para todo trabalhador brasileiro. Em função da relevância do tema para a saúde do trabalhador, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) conta com um grupo de especialistas voltados para a discussão do assunto. Trata-se da Comissão Técnica Saúde Mental no Trabalho, que tem como coordenador o psiquiatra e médico do trabalho Dr. Duílio Camargo.
De acordo com o Dr. Duílio, inúmeras publicações científicas já comprovaram que o estresse ocupacional pode abalar a saúde física e mental do trabalhador. “Os grupos que sofrem muita pressão de desempenho e que precisam cumprir altas metas de produtividade são os que mais estão em risco”, alertou o médico.
Segundo uma pesquisa realizada em São Paulo e Porto Alegre com 678 homens e mulheres de 25 a 55 anos, o nível de estresse do brasileiro aumenta 75% no mês de dezembro. O estudo foi coordenado pela psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR (International Stress Management Association – Brasil), associação voltada para o estudo do estresse.
Os resultados da pesquisa mostraram que para 60% dos entrevistados o estresse é causado pelo excesso de trabalho. Já para 25%, os gastos adicionais com presentes e festas são os fatores responsáveis pela tensão elevada. “O final do ano é uma época mais emocional. No período de Natal, as pessoas contabilizam suas perdas, angústias e culpas. Já o ano novo é uma fase mais positiva, mas, em contrapartida, coloca muitas pessoas em situação de cobrança, pressionadas a terminar projetos assumidos durante o ano inteiro. “Nem todo mundo reage de uma forma negativa, mas com certeza é o período mais difícil do ano, explicou a Dra. Ana Maria. A psicóloga disse ainda que o estresse pode se manifestar com sintomas físicos (dores musculares, alterações gastrintestinais e aumento da pressão arterial), emocionais (ansiedade, angústia e preocupação) e comportamentais (uso excessivo de álcool, tabaco e ataques à geladeira).
Aliado a todos esses fatores, o final do ano de 2008 também contou com outro grande problema: a crise econômica internacional. A falta de controle sobre o futuro fez crescer a epidemia de estresse que normalmente se abate sobre os profissionais neste período. Os trabalhadores estão sofrendo um impacto psicológico e emocional muito grande, exacerbado pela crise financeira e todas as demissões, desemprego e fechamento de empresas que contribuem para isso.
Mas o Dr. Duílio lembra que é possível prevenir essa doença e revela seus conselhos para reverter o cenário de estresse e ansiedade. Ele diz que, no caso das empresas, elas podem adotar programas de prevenção do estresse ocupacional. Já o trabalhador deve melhorar sua qualidade de vida através de práticas saudáveis no seu dia-a-dia, como praticar esporte e reservar algumas horas para o lazer.
Fonte: Cajá
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