O jaleco - indicado pela Organização Mundial de Saúde como equipamento de proteção individual (EPI) para os profissionais da saúde - pode ser fonte de contaminação. É o que constatou o estudo feito por alunas Pontifícia Universidade Católica, câmpus de Sorocaba. Das amostras analisadas, 95,83% estavam contaminadas.
O principal micro-organismo encontrado foi o Staphlococcus aureus, bactéria considerada um dos principais agentes de infecção hospitalar. Mangas e bolsos foram as áreas mais contaminadas.
"Essa elevada taxa de contaminação pode estar relacionada ao contato direto com os pacientes, aliada ao fato dos micro-organismos poderem permanecer até 98 dias em tecidos encontrados em hospitais, como algodão e poliéster", explicam as alunas Fernanda Dias e Débora Jukemura, autoras da pesquisa.
A proposta do estudo surgiu depois da constatação de que alunos e residentes de um hospital universitário de Sorocaba entravam em restaurantes para almoçar sem tirar o jaleco.
O objetivo da pesquisa foi comparar o conjunto de micro-organismos presente na pele e nos jalecos de estudantes de Medicina do hospital com a encontrada em não usuários de jaleco. Foram avaliados 96 estudantes que atuam na enfermaria de clínica médica após o contato com pacientes.
A pesquisa mostrou que a pele do punho dos usuários de jaleco e também dos que não usavam o casaco tinha altos índices de contaminação. "A contaminação não difere significativamente entre quem usa e quem não usa o acessório", ressalta a professora Maria Elisa Zuliani Maluf, orientadora da pesquisa.
"A função do jaleco como EPI é questionável. Ele pode representar um veículo de transmissão de micro-organismos associado à infecção hospitalar se seu uso não for aliado a cuidados adequados", avalia.
Fonte: odiario.com
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