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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Você já ouviu falar em "inteligência competitiva" nas empresas?

Em entrevista ao Portal Administradores, especialista indica como funciona e de que forma seria a implementação adequada dessa ferramenta para o desenvolvimento das organizações.

Ter um planejamento adequado, muitas vezes, significa estar um passo a frente da concorrência. Diante disso, muitas empresas estão aderindo a um procedimento chamado "Inteligência Competitiva". Essa ferramenta funciona como um conjunto de metodologias e técnicas para o acompanhamento da concorrência através da captura e da análise de informações críticas para o planejamento.

A Inteligência Competitiva está cada vez mais presente na elaboração de planos estratégicos, planos de marketing, planos de vendas e em planejamentos de desenvolvimento de negócios. Atualmente, cerca de 20% das 500 maiores empresas, possuem uma área ou profissional dedicado a acompanhar, monitorar e apresentar relatórios de "Inteligência Competitiva".

Para enteder melhor como funciona a Inteligência Competitiva, o Portal Administradores conversou com o especialista Fernando de Almeida, partner da ADVS Brasil, empresa voltada à condução de processos de análise estratégica e implantação de dispositivos de Inteligência Estratégica Antecipativa. Veja a entrevista!

1 – O que exatamente seria inteligência competitiva?

Um processo ético que se desenvolve a partir da busca de informações no ambiente competitivo e tem como objetivo entender e antecipar os movimentos do ambiente que possam afetar a organização.

Os processos de Inteligência Competitiva geram análises, percepções, interpretações e perspectivas que ajudem o gestor a tomar melhores decisões. Além disso, busca antecipar oportunidades, ou ameaças, reduzir incerteza e apoiar o desenvolvimento da visão estratégica por parte da empresa.

2 - Mas como implementar esse processo de inteligência antecipativa dentro das empresas?

Primeiro é preciso que a empresa perceba o interesse e utilidade de tal processo. Isto quer dizer que pessoas-chave, líderes na organização devem entender a contribuição que tais processos podem gerar. Devem compreender que um processo de inteligência é um processo de análise estratégica e não uma atividade de pesquisa de mercado, que organiza dados e gera informação sobre o que é o mercado hoje, não conseguindo gerar percepções sobre o que está por vir.

Muitas empresas estão implantando ferramentas de coleta e tratamento de dados. Ajuda a entender onde ela está hoje, onde estão seus concorrentes e o que fizeram ontem e hoje. O que não é de todo mal. Mas não dá uma visão antecipativa dos movimentos do concorrente. E é entendendo esses movimentos futuros que as empresas irão conseguir se diferenciar, continuar a se desenvolver.

3 – Quais os métodos mais utilizados pelas organizações para esse monitoramento estratégico?

Existem muitas ferramentas de tratamento de dados, mas o que se precisa é formação das pessoas para entender o mercado, o ambiente competitivo, aprender a transformar informação em visão estratégica.

A ADVS Brasil e a Academy of CI, por exemplo, estão trazendo para o país conceitos e técnicas para captação e uso de informação com uma visão antecipativa e prospectiva do ambiente competitivo.

Entendemos que o foco deve ser nas pessoas e na maneira como elas lidam com a informação, transformando-a em inteligência, o que permitirá gerar resultados efetivos a partir de melhores decisões.

4 - Você poderia apontar alguns cases corporativos que se beneficiam com a utilização de setores voltados para Inteligência Competitiva e estratégias de antecipação?

Quando olhamos o trabalho que a ADVS na França e a ADVS Brasil tem feito, temos mais de cem casos de aplicação de nossa metodologia L.E.Scanning®, que está sendo desenvolvida há mais de 25 anos. O primeiro livro do prof. Humbert Lesca, fundador da ADVS e líder da equipe, em 1986, trazia o conceito de radar e monitoramento do ambiente competitivo e antecipação a partir de sinais fracos, antecipativos (Système d'information pour le management stratégique de l'entreprise, McGrall-Hill, 1986).

Em 1994 publicamos nosso primeiro artigo em conjunto, "Administração estratégica da informação" (RAUSP), que explorava este tema. São muitos casos, por exemplo, de empresas que conseguiram antecipar a transformação de fornecedores em concorrentes a tempo de não serem surpreendidas.

5 – Como anda esse processo no Brasil? Existe algum dado que aponta a evolução das empresas na utilização desse recurso?

Não tem exatamente dados formais de pesquisa. Ainda é um mercado emergente, com muita incerteza do ponto de vista do que é e do que não é inteligência competitiva. Mas, temos visto um grande número de empresas entrando no mercado e oferecendo produtos e serviços ligados ao tema.

O interesse pelo tema pode ser percebido também no número de cursos e eventos que tem surgido abordando estes temas. Com várias propostas, abordagens e diferentes níveis de profundidade.
Fonte: Administradores.com.br

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