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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Médico do Trabalho expõe sobre a introdução da SST no serviço público.


Foto: Valdir Lopes
ENTREVISTA: SÉRGIO ANTÔNIO CARNEIRO
Entrevista concedida à jornalista Daniela Bossle
O médico do Trabalho e sanitarista Sérgio Antônio Carneiro está à frente de um grande desafio: implementar a saúde e segurança no Serviço Público Federal. Abrangendo mais de 250 órgãos e cerca de 540 mil servidores em todo o País, a iniciativa procura fazer aquilo que ainda não foi cumprido por nenhum governo: garantir condições adequadas de saúde e segurança aos seus empregados. O projeto quer colocar um ponto final na contradição existente até hoje em que o governo cobra das empresas privadas o cumprimento das normas de SST e a melhoria dos seus ambientes de trabalho e não dá o exemplo dentro de casa.

O médico Sérgio Antônio foi convidado para abraçar a causa que está sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento. Atuando desde 1990 na implantação dos centros de referência em saúde do trabalhador, no Município e no Estado de São Paulo, e, depois, dirigindo o Departamento de Saúde do Servidor da Prefeitura de São Paulo, o especialista e mestre em Saúde Pública, deixa claro que "foi criada uma sustentação legal e uma estrutura, mas, o que pode garantir realmente a iniciativa enquanto política de Estado é o envolvimento dos servidores e dos órgãos com a questão".

Sérgio tem 51 anos, é natural do Rio de Janeiro, mora com sua família atualmente em Brasília onde é diretor do Departamento de Saúde, Previdência e Benefícios do Servidor, órgão da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

PROTEÇÃO - O senhor teve longa experiência na coordenação do Programa de Saúde do Trabalhador do Município de São Paulo e também do Estado de São Paulo. Por quanto tempo permaneceu nestes cargos e que contribuições estas experiências lhe trouxeram?
SERGIO -
Iniciei a minha carreira profissional como médico do Trabalho em São Paulo quando fui convidado em 1990 para ser Coordenador do Programa de Saúde do Trabalhador que estava iniciando na Prefeitura de São Paulo. Foi um momento importante aquele quando criamos uma rede de seis Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, os chamados CRSTs, responsáveis por ações de vigilância aos ambientes de trabalho, diagnóstico de doenças relacionadas ao trabalho e apoio assistencial. Já em 1994 fui para a Coordenação do Programa de Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo e em 1995 fui nomeado Diretor Técnico da Divisão de Vigilância Sanitária do Trabalho da Secretaria de Estado da Saúde - CVS/SP. Foi nesta condição que durante três anos, de junho de 1994 a maio de 1997, como representante da parte brasileira, coordenei o Projeto de Cooperação Técnica Brasil - Itália, denominado "Proteção à Saúde nos Ambientes de Trabalho". O projeto, financiado pelo governo italiano, implantou uma rede de 11 serviços de referência em saúde do trabalhador no Estado de São Paulo. Para isso, foi executado um projeto de formação e capacitação em saúde do trabalhador, aquisição de equipamentos, implantação de sistemas de informação e um Centro de Documentação e Informação, que atualmente funciona no CVS. Aprendi com os italianos a planejar ações em saúde do trabalhador e a dar a devida importância para a articulação entre as áreas de formação, informação e comunicação em saúde.

PROTEÇÃO -  E com relação a sua atuação junto ao servidores públicos da Prefeitura de São Paulo? Como isso aconteceu e de que forma esta experiência lhe ajudou a atuar hoje na implantação de uma política de SST para os servidores públicos federais?
SÉRGIO -
Em janeiro de 2001 fui convidado para assumir o cargo de Diretor do Departamento de Saúde do Servidor da Prefeitura de São Paulo, onde permaneci até junho de 2005. Foi a minha primeira experiência de trabalhar especificamente com a área de saúde do servidor, pois antes, a minha atuação era com a área de saúde do trabalhador em geral. Neste período conseguimos unificar o Departamento Médico Pericial com a Divisão de Engenharia e Segurança do Trabalho possibilitando a relação entre perícia médica, vigilância e promoção à saúde. Implantamos naquela gestão medidas de humanização, agilização, transparência e descentralização da atividade pericial, de promoção à saúde do servidor e de capacitação em saúde do servidor.
Fonte: Revista Proteção

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