Anvisa já recebeu mais de 160 notificações de pessoas contaminadas com a KPC.
Para evitar a proliferação da KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemases), a bactéria resistente a diversos tipos de antibióticos, médicos recomendam algumas ações que podem impedir o contágio de novas pessoas pela "superbactéria".
Lavar as mãos antes e depois de ter contato com pacientes infectados, esterilização adequada de instrumentos usados em procedimentos médicos e o uso de equipamentos de proteção individual, como toucas, luvas e máscaras, são algumas das formas de evitar a contaminação.
O médico paulista Artur Timerman, clínico geral e um dos infectologistas mais respeitados do país, considera que autoridades e profissionais de saúde devem atuar em duas frentes para impedir a proliferação das bactérias multirresistentes.
- No caso da KPC, a vigilância sanitária precisa ser pró-ativa e eficaz na contenção da bactéria no ambiente hospitalar, evitando que ela se propague na comunidade. E implantar medidas rigorosas para a prevenção da infecção, já que a bactéria é multirresistente e tem contaminado pacientes em estado grave, a maioria deles internados em Unidades de Terapia Intensiva. Por isso, é um agente com alto índice de letalidade.
Timerman recomenda, em primeiro lugar, equipar melhor os laboratórios de microbiologia dos hospitais, de forma que consigam identificar a bactéria em curto espaço de tempo. Além disso, ele sugere a contratação de maior número de profissionais pelos hospitais.
- No país, ainda são poucos os hospitais que contam com laboratórios capazes de isolar e identificar a bactéria em tempo hábil. Por outro lado, falta pessoal para cuidar dos pacientes, o que leva à desatenção com procedimentos básicos como o de lavar as mãos antes e depois do contato com o paciente ou com instrumentos médicos.
O uso criterioso de antibióticos no tratamento das infecções é outra recomendação do médico. Essa cautela evita que a bactéria crie resistência aos medicamentos.
Já o infectologista Unaí Tupinambás lembra a importância da esterilização adequada de instrumentos usados em procedimentos médicos invasivos, como cirurgias. Ele ressalta ainda a importância do uso de equipamentos de proteção individual por profissionais de saúde e outras pessoas que tenham contato com o paciente contaminado ou suspeito de estar com a infecção, como aventais, toucas, máscaras e luvas.
Tupinambás observa ainda que cirurgias desnecessárias devem ser adiadas, principalmente em hospitais onde casos de contaminação já tenham sido registrados.
- Só devem ser feitos os procedimentos urgentes. Os estéticos precisam ser evitados, até que a situação volte à normalidade.
Fonte: R-7
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