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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Reparação e manutenção de veículos são atividades carentes de prevenção.

O mecânico automotivo é um profissional exposto a diversos riscos no trabalho. Entre eles es­tão os riscos ergonômicos, os quais se mostram acentuados no aspec­to físico, mais precisamente na questão postural, quando induzido a trabalhar com as mãos acima do ombro, com as costas flexionadas ou torcidas. São diversas as posturas que esses profissionais adotam para exercer sua profissão, podendo causar-lhes fadiga, dores ou até mesmo afastamento do trabalho por doença ocupacio­nal.

As atividades que esse trabalhador pode realizar no seu ambiente laboral são várias. Entre elas encontra-se a troca de ­peças do sistema de escapamento, sendo semelhante às demais em relação aos riscos pos­turais que apresenta.

Com o intuito de avaliar as pos­turas adotadas pelo mecânico automotivo na troca de escapamentos, é necessário identificar as tarefas e ações, bem como o am­biente laboral desse profissional, aplicando o método de análise postural OWAS (Ovako Working Posture Analyzing Sys­tem), de modo a identificar possíveis trans­­tornos ou desvios posturais ao ­longo da atividade.

O trabalhador analisado está inserido em um setor classificado pela CNAE (Clas­sificação Nacional de Atividades E­co­nômicas) como de Comércio e Reparação de Peças para Veículos. Esse setor pos­­sui em sua maioria enquadramento de risco 2, em uma escala que varia de 1 a 4. A maioria desses empreendimentos estão enquadrados como Micro e Pequenas Em­presas.

São escassos os estudos e pesquisas direcionadas às MPEs (Micro e Pequenas Em­presas), principalmente no setor de reparação automotiva. Entre os motivos está o número reduzido de empregados por estabelecimento, o que faz com que não haja necessidade de constituição de um SESMT (Serviço Especializado em En­genharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e de uma CIPA (Comissão Inter­na de Prevenção de Acidentes). Isso ocorre principalmente pela falta de uma política de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) para as MPEs que tratem da questão com a devida importância.

As Micro e Pequenas Empresas constituem cerca de 98% dos estabelecimentos no Brasil e empregam mais de 50% dos empregados registrados. Na verdade, o elevado número de estabelecimentos enquadrados como MPE é um fator preponderante para a ineficiência da fiscalização ou mesmo a falta dela.

As Micro e Pequenas Empresas precisam ser abordadas de uma forma totalmente diferente da atual legislação que praticamente direciona os esforços para as grandes e médias empresas.

Nesse sentido, Sesi (Serviço Social da Indústria), Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Fundacen­tro (Fundação Jorge Duprat Fi­guei­redo de Segurança e Medicina do Trabalho) têm unido esforços para levar a SST para as MPEs, por meio de estudos, pu­bli­ca­ções, modelos de gestão específicos e, mais recentemente, por ­intermédio de uma proposta de política nacional de SST para as MPEs.

O comércio ainda carece de trabalhos e pesquisas na área de Saúde e Segurança do Trabalho. O enfoque nesse setor é de extrema importância por constituir cerca de 45% dos estabelecimentos do País, empregando por volta de 14% dos trabalhadores formais.

Dimensão

As Micro e Pequenas Empresas são definidas, na maioria das vezes, pela receita bruta anual ou pelo número de empregados. As definições variam de acordo com o intuito da caracterização. Por vezes, o ob­jetivo é meramente estatístico, em outras, para definição do enquadramento tributário da empresa.

A lei protege igualmente qualquer trabalhador e, ao contrário do que se imagina, as MPEs carecem de um maior cuida­do quanto à Saúde e Segurança do Trabalho por diversos fatores como o espaço de trabalho reduzido, a falta de conhecimento quanto à prevenção de riscos labo­rais, os recursos diminuídos devido à alta tri­butação incidente, a utilização de mão de obra nem sempre especializada, entre outros. Ou seja, as Micro e Pequenas Empresas merecem, no momento atual, uma maior a­tenção por par­te das autoridades quanto à ­segurança e saúde nos ambientes de trabalho.
Fonte: Revista Proteção

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