Veja os slogans, jingles e frases que se espalharam pelo Brasil e marcaram a época em que foram veiculados.
Por: Renato Rogenski
Geralmente a propaganda se apropria da cultura popular para desenvolver suas
peças e campanhas, o que é algo bem comum. Washington Olivetto, um dos maiores
publicitários brasileiros, sempre foi um grande mestre nesse recurso. Agora, na
era das redes sociais, as marcas, agências e profissionais de social media
monitoram os assuntos mais discutidos no Twitter para bolar posts de
oportunidade que gerem os famosos “likes” e compartilhamentos.
Mas o interessante é também analisar o outro lado da história, já que a
propaganda também é um agente influenciador de culturas e tendências. Dessa
maneira, comerciais históricos, jingles inesquecíveis e slogans marcantes também
tem alta capacidade de “grudar” na mente das pessoas e aumentar o tal “share of
mind” da marca ou dos produtos. Ou ainda melhor para elas, virar um meme
replicado por todo o País via internet.
“A carne é Friboi?”
A Friboi está vivenciando isso na pele com a sua mais nova campanha, criada
pela Lew Lara\ TBWA, estrelada pelo experiente ator global Tony Ramos. Nela,
para destacar a importância de comprar carnes de qualidade no açougue, o ator
pergunta ao atendente se a Carne é Friboi. Agora, toda vez que alguém fala em
carne, sempre surge alguém que pergunta: mas a carne é Friboi?
Veja outras expressões que saíram da propaganda e chegaram à boca do
povo.
“Bonita camisa Fernandinho”
Trata-se de um case
interessante criado pela Talent, na década de 1980, para a marca de roupas
Ustop, da Alpargatas. O bordão se popularizou e transpôs algumas décadas. Até
hoje tem gente que repete a frase, mesmo sem saber o que ela de fato
significa.
“Amo muito tudo isso”
A força da marca Mc´Donalds é inegável e o slogan, igualmente forte, foi muito bem executado. Isso não impediu que ele também ganhasse algumas brincadeiras irônicas de gente que sempre criticou a empresa. O fato é que ninguém esquece a frase.
“1001 utilidades”
O namoro entre Bombril e a DPZ é um dos cases mais memoráveis da publicidade brasileira. Uma construção de marca histórica, com textos muito ricos, sacadas geniais de Olivetto, o maior garoto-propaganda do mundo e claro, um grande slogan, até hoje utilizado por quem quer definir algo ou alguém como versátil.
“Não é assim uma Brastemp”
Um dos principais desafios das marcas é gerar diferencial competitivo com relação à concorrência. A propaganda é responsável por facilitar essa missão. Depois que as campanhas criadas pela Talent passaram a utilizar essa expressão, a Brastemp começou a se fortalecer como sinônimo de qualidade. E as outras passaram a ser descritas como “não é assim uma Brastemp” na boca do povo.
“Quer pagar quanto?”
Amada ou odiada, a famosa frase dos comerciais, na voz do efusivo Fabiano Augusto, sempre foram repetidas a exaustão pelos quatro cantos do País. De fato, ela guarda muita sinergia com a rede de varejo que construiu sua marca com base na viabilização de meios de pagamentos mais flexíveis para consumidores mais de classe C, D e E.
“Tem coisas na vida que não tem preço... Para todas as outras existe Mastercard”
Está aí outro bordão pegajoso, que mesmo grande, ainda é lembrado sempre que possível pelo público, sobretudo com brincadeiras e ilustrações na internet.
“Tipo Net”
Outra vez a Talent consegue inserir um bordão na conversa popular. Na base do “parecido nunca é igual”, a Net usou a frase em suas campanhas que destacam os diferenciais de seu serviço. Foi outra bela sacada.
“Sorriso saudável, sorriso Colgate”
O slogan foi utilizado durante muito tempo para promover a marca de creme de dental. A expressão “sorriso Colgate” é mais uma que ultrapassou a barreira do tempo e continua na boca da galera.
“Vem pra rua”
A campanha da Fiat “Vem pra Rua”, convoca uma mobilização do público para torcer pela Seleção Brasileira de futebol. Pelo menos este foi o mote criado pela Agência Fiat/ AgênciaClick Isobar e Leo Burnett Tailor Made. Acontece que o refrão da campanha, cantado pela banda Rappa, ganhou um tom militante e virou o hino das manifestações, principalmente em São Paulo, contra o aumento da tarifa do transporte público.
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