O proprietário rural Gilberto Andrade terá de pagar R$ 45 mil de indenização a 35 trabalhadores rurais encontrados na semana passada em condições análogas à escravidão na Fazenda Bonsucesso, em Paragominas, no Leste do Pará. Andrade também responderá por danos morais coletivos contra os trabalhadores e poderá ser indiciado, caso fique comprovado o envolvimento dele no episódio de tortura contra um homem que teve o rosto, braços e abdômen queimados com ferro quente para marcar gado.
Entre os libertados pelos fiscais da Delegacia Regional do Trabalho (DRT-PA), havia três adolescentes. Nenhum deles tinha carteira assinada e todos comiam e dormiam em um curral de gado, em meio a fezes de animais, roupas sujas e mau cheiro. Andrade, dono de fazendas também no Maranhão, é velho conhecido da fiscalização do Ministério do Trabalho por sua reincidência em crimes dessa natureza.
Quem provocou a ida dos fiscais à fazenda foi o mesmo trabalhador que denunciou ter sido torturado com ferro quente. Ele conseguiu fugir do local em janeiro passado. "Fui reclamar que não me pagavam o salário atrasado, aí o encarregado me agarrou, chamou dois pistoleiros, que me seguravam enquanto ele colocava no meu corpo o ferro quente usado para marcar o gado", contou a vítima no relatório elaborado pelos fiscais.
O auditor fiscal Raimundo Barbosa da Silva, comandante da operação, disse que as condições do local em que viviam os trabalhadores eram degradantes. Tudo o que a vítima de tortura relatou foi confirmado pela fiscalização.
Fonte: Folhapress
Fonte: Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário