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quarta-feira, 9 de abril de 2008

Uma batalha para não perder a voz

Nas salas de aula, o principal instrumento de trabalho dos professores corre perigo a todo instante. Todos os dias, trava-se uma batalha entre o ruído dos alunos e a voz do mestre. Mas algumas escolas parecem ter encontrado a solução.
Foram três anos e meio longe da sala de aula. “Tinha que competir com o barulho de dentro da sala de aula com o barulho de fora da sala de aula, os carros passando na rua. Então tudo isso foi me levando a um quadro de total falta de voz“, contou a professora Eliane Ferreira de Souza.
Eliane voltou a dar aula de História, mas agora não dispensa a companhia de uns equipamentos: caixa de som e microfone, um peso para carregar, mas um alívio para a voz.
A fonoaudióloga da Fiocruz, Márcia Soalheiro, que pesquisa a saúde do trabalhador condena a condições da maioria dos colégios públicos. “Nós hoje temos escolas com níveis de ruído que beiram o ruído industrial, por exemplo”.
Nas escolas municipais de Niterói, região metropolitana do Rio, a alternativa também foi o microfone, assessório que já é usado por 100 professores. Gilmara Ribeiro foi a primeira a experimentar a novidade. “Está bem melhor de trabalhar, não tem mais preocupação de gritar, chamar a atenção de aluno”.
Competir com o barulho de 30 crianças numa sala de aula é difícil. Quando o professor se dá conta já está gritando. Mas numa turma, desde que o microfone entrou em cena, até o comportamento dos alunos mudou. Eles tiveram que abaixar o volume e agora conversam menos e prestam mais atenção.
Maria Fernanda fez uma descoberta. O que parecia tão difícil de aprender era, na verdade, só falta de ouvir melhor o professor. “Presto mais atenção principalmente na aula de matemática”.
Mas os professores sabem que não basta aumentar o volume. Para a saúde da voz é preciso diminuir os ruídos. “Menos alunos em sala de aula, salas aclimatadas para que as aulas aconteçam bem, sem barulho lá fora. Essas seriam as condições ideais, enquanto isso o microfone vai dando uma ajuda”, finaliza Eliane.
Fonte: Jornal Nacional

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