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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Trabalhadores brasileiros têm medo de tirar férias.

Pesquisa mostra que muitos funcionários não conseguem relaxar e acabam desenvolvendo uma fobia por férias. Confira algumas dicas para aproveitar melhor seu período de folga.
Depois da mala pronta e com a viagem marcada, é preciso uns dez dias para conseguir relaxar de verdade. Uma pesquisa feita com trabalhadores de São Paulo e Porto Alegre chegou a essa média e mostrou que tem muita gente com medo de tirar férias. Isso tem nome: é o que os pesquisadores chamam de fobia de tirar férias.
Parece até brincadeira, mas não é. Dos entrevistados, 38% falaram que as férias são encaradas como um período estressante. As principais razões são: ninguém notar a falta deles durante as férias, receio que possa acontecer mudanças de cargos ou de responsabilidades, cortes de pessoal na empresa e até porque decisões importantes podem ser tomadas sem eles estarem na equipe.
“A pessoa que não consegue relaxar nas férias é aquela que, quando vai à praia, está com o celular e o notebook conectado na internet. Essa pessoa que esta de fato muito estressada, sofrendo com essa epidemia do milênio que é o estresse.


A identidade dela esta diretamente atribuída à sua função profissional. Esse é o tipo de sofre mais para parar nas férias”, diz Marta Sconhorst, gestora de pessoas.
Em empresas de pequeno porte, você pode até planejar as suas férias uns dois, três meses antes. Em empresas maiores, o ideal é com um ano de antecedência. Porém, de nada vai adiantar se organizar se o que você tem é um outro tipo de medo: o medo de ficar sem fazer nada.
“Essas pessoas precisam, de fato, procurar ajuda, procurar uma atividade que dê prazer, procurar ajuda médica, muitas vezes. Para se livrar dessa tendência que a gente vive hoje de estressar-se”, diz Marta.
Quem tem negócio próprio, não depende de ninguém para planejar as férias, mas, às vezes, esse período de descanso vira uma dor de cabeça. O comerciante Eugênio Martini acha isso. Ele tem uma loja onde vende aparelhos telefônicos, no centro de Vitória. Ele trabalha lá há 18 anos e não se lembra quando foi a última vez que tirou férias.
“Quem me dera, não tiro férias não. Nunca tirei, infelizmente, não tem como. A gente tem um comércio pequeno e a gente fica com a preocupação de dar errado e acabar fechando as portas. Então a gente tem que trabalhar muito, às vezes até no final de semana.

A gente se sente cansado, gostaria de tirar férias, porque a família exige isso, mas não tem como. Hoje, o mercado está muito competitivo, muita concorrência e a gente tem outros problemas. Um dia um assalto, um dia um prejuízo e a gente tem que correr atrás”, diz.
Algumas dicas, seja qual for a sua posição na empresa:
Veja qual é o melhor período para sair de férias;
Organize-se com antecedência;
Se for viajar, tente voltar para casa alguns dias antes do retorno ao trabalho;
Não deixe nenhuma situação pendente;
Nada de ficar abrindo a caixa de e-mails do trabalho na folga;
Nem pense em telefonar para saber se está tudo bem;
Lembre-se: você merece sair de férias. É um direito seu!

Confira a pesquisa sobre 'fobia nas férias'

Do prazer de tirar férias ao medo de tirá-las, muitos profissionais têm vivido o que os pesquisadores têm chamado de “fobia de tirar férias” (vacation phobia). Recentes estudos indicam que as férias, tradicionalmente associadas ao relaxamento e ao descanso, têm sido apontadas como um período estressante.
Pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), com 678 homens e mulheres profissionais, de 25 a 55 anos, em São Paulo e em Porto Alegre, identificou as principais causas da fobia de tirar férias e a probabilidade dos profissionais manterem os benefícios ganhos durante as férias quando retornam à sua rotina.
Média:
10 dias para entrar em ritmo de férias,
10 dias usufruindo plenamente as férias,
10 dias antecipando o retorno às atividades;
Por isso, vantagem de tirar férias mais curtas e mais freqüentes.
Dos 678 profissionais entrevistados, 38% indicaram medo de tirar férias.
Razões:
46% decisões importantes podem ser tomadas na empresa durante suas férias;
32% possibilidade de mudanças de cargo ou responsabilidades devido às fusões e aos enxugamentos;
19% enxugamento na empresa;
3% ninguém sentir a falta do profissional em férias.
Manutenção dos benefícios das férias após retorno à rotina pelos 678 profissionais:
76% perdem os benefícios em uma semana;
16% integram os benefícios adquiridos à sua rotina;
6% retornam no mesmo nível de stress pré-férias
2% dos profissionais retornam mais estressados.
Fonte: Jornal Hoje

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