Foto: Projeto Fumexp |
Estudo feito em Portugal alerta sobre o impacto dos incêndios florestais na saúde dos bombeiros. Iniciado em 2008, o projeto FUMEXP termina em dezembro, mas um diagnóstico já é conhecido: eles estão expostos a níveis elevados de alguns poluentes.
Conforme a doutora em Ciências Aplicadas ao Ambiente Ana Isabel Miranda, coordenadora do FUMEXP e professora da Universidade de Aveiro, dez bombeiros foram monitorados quanto à exposição a poluentes presentes na fumaça de incêndios florestais. Os índices foram comparados aos recomendados pela legislação e pela Organização Mundial de Saúde e também foram realizados testes médicos.
A análise revelou uma exposição a níveis preocupantes de dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO) e material particulado fino. Ainda foram registrados valores elevados de compostos orgânicos voláteis.
Com exceção das máscaras autônomas, nenhum equipamento de proteção individual atualmente disponível protege o usuário contra todos componentes tóxicos, alerta Ana. Máscaras de proteção podem empregar filtros combinados: filtros de alta eficiência para particulados suspensos no ar (filtro HEPA ou filtro de classe P3) e filtros contra alguns gases presentes nos incêndios. "Esses equipamentos, no entanto, não protegem do CO e tornam a respiração mais difícil, o que é incômodo para a atividade física intensa dos bombeiros", destaca.
"As máscaras com filtros devem ser utilizadas com um pequeno detector de CO, que avisa quando a concentração do gás atinge valores elevados", diz Ana Isabel. "A proteção dos olhos é igualmente aconselhada, pois a fumaça dos incêndios possui compostos irritantes", completa.
Ao final do projeto, autoridades portuguesas devem divulgar estratégias de mitigação dos potenciais efeitos da fumaça. Ainda será publicado um livro com conclusões do estudo, que pode ser acompanhado no site www.dao.ua.pt/gemac/fumexp .
Fonte: Revista Emergência
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