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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Exaustão mecânica

A fumaça é composta basicamente por gases, vapores e partículas sólidas, com tem­peratura em geral acima da temperatura do am­biente, formando uma mistura química complexa. Sua expansão está diretamente ligada ao fenômeno da convexão. Durante a combustão, os gases aquecidos sofrem uma expansão que os tornam menos densos que os gases frios. Como resultado, eles são projetados para cima em forma de cone até que atingem o teto e se espalham para as laterais, ocupando o es­paço que antes estava preenchido pelos gases frios e os empurrando em direção ao chão. A fu­maça, o calor e os gases tóxicos, vão continuar se espalhando horizontalmente, pelo teto, até que encontrem uma abertura para atingir um nível mais elevado.

Além de ser a maior responsável pelas mortes durante incêndios em todo o mundo, tomando para si a responsabilidade de aproximadamente 70% delas durante este tipo de sinistro, a temperatura da fumaça no foco do incêndio po­de chegar a 600°C. Nos ambientes com fuma­ça aquecida que não dispõem da quantidade mínima necessária de oxigênio para dar suporte à combustão, a união entre a fumaça, o calor e os gases frutos de uma combustão incompleta, quando misturados ao ar fresco, cria uma situação perfeita para o rápido surgimento do fogo ou uma possível explosão.

Podemos considerar cinco atributos importantes para a análise da fumaça, são eles: Volume, fluxo, densidade, cor e toxidade. Neste texto, apenas os dois primeiros são relevantes.

O volume da fumaça é um dos atributos mais preocupantes durante uma evacuação. Em ­geral, ele é considerado para o cálculo prévio da quanti­dade de material interagindo na combustão. Em­bora este indicador careça de precisão, as tec­nologias atuais de exaustão mecânica de ­fumaça utilizam este atributo como elemento chave de seu dimensionamento.

O fluxo da fumaça que sai de uma edificação é um indicador importante da pressão gerada pela ex­pansão dos produtos da combustão. A análise deste fluxo pode fornecer dados importantes como a fase a qual o incêndio se encontra ou mesmo a localização do foco do incêndio. Fluxo ex­tremo com expansão turbulenta denota ­altas temperaturas no foco do sinistro, assim como uma progressão rápida do incêndio. Analogamente, baixas velocidades indicam baixas temperaturas.
Fonte: Revista Emergência

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As lições de um maestro.

"Uma empresa tem que ser dirigida não só com a razão, mas também com o coração. Tudo funciona se ambos estiverem juntos na hora de traçar objetivos".

Grandes homens se fazem com grandes histórias. Prova disso é o maestro João Carlos Martins. Pianista desde os oito anos de idade, começou sua carreira nacional aos treze e, aos dezoito, já fazia apresentações internacionais. Aclamado como um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach, ganhou fama pela destreza no piano, chegando a tocar 21 notas por segundo. Hoje ele é regente e dirige concertos no mundo todo, com sua Orquestra Bachiana Filarmônica e a Bachiana Jovem do SESI/SP, projeto de inclusão social que une, nos palcos, jovens de comunidades carentes a músicos profissionais.

Lendo assim, chegar ao sucesso parece ter sido simples. Entretanto, por trás das conquistas e da genialidade há uma grande história de superação. Ainda jovem, o maestro perdeu temporariamente os movimentos da mão direita, depois de uma queda em um jogo de futebol. Mais tarde, sofreu com uma síndrome causada pela repetição de movimentos. Como se não bastasse, uma agressão sofrida durante um assalto lhe comprometeu os movimentos de todo seu lado direito. Pouco depois de se recuperar e voltar a tocar, João Carlos recebeu dos médicos a notícia de que teria de passar por uma cirurgia que o impediria de tocar para o resto da vida. Sem se dar por vencido, o maestro passou a usar a mão esquerda para tocar. Mas, com algum tempo, esta também ficou comprometida por conta de outra doença.

Em conversa com a equipe da revista Administradores, o maestro João Carlos conta como superou tantas adversidades e se tornou um dos músicos mais respeitados do mundo. Ele fala ainda da inspiração em Bach, que teve uma história de superação parecida com a sua, e aborda temas importantes para a área de Administração, como liderança, trabalho em equipe e valorização de talentos.

Administradores - A sua vida foi marcada por diversos percalços, que sempre colocaram sua força de vontade à prova. Hoje, podemos ver que nenhuma palavra pode definir melhor sua trajetória do que superação. O que o senhor acredita ter sido fundamental para sempre dar a volta por cima?

João Carlos Martins - Eu acho que, de cada adversidade - pode ser a que atinge o físico ou a que atinge a alma - você tem que fazer uma plataforma para mostrar que na vida existe esperança. No momento em que você faz da adversidade essa plataforma, você está dando um exemplo para você e para uma multidão de pessoas que consideram a palavra adversidade como um fim de linha. Para mim, a adversidade é como o começo de uma jornada.

Adm - O compositor clássico Johann Sebastian Bach, que, desde cedo, aparece como a grande referência da sua carreira na música, assim como o senhor, precisou superar muitos desafios para chegar a seus objetivos. A história dele foi inspiração para a sua postura ao longo da vida? E o que Bach tem a nos ensinar?

JCM - Sem dúvidas. Aos onze anos de idade, Bach tinha que acender uma vela para ler partituras à noite, praticamente escondido do irmão mais velho, que foi quem passou a criá-lo (após a morte dos pais). Ele começou sua trajetória por volta dos doze, treze anos, indo para as cortes alemãs, para conseguir seu primeiro emprego. E foi aí, a partir dessas diversas cidades que percorreu, que ele fez toda a profecia da história da música dos dias de hoje. Bach foi uma pessoa que tinha humildade pra entender como a corte funcionava, mas, ao mesmo tempo, ele tinha certeza de que deixaria um legado para a humanidade. Tenha certeza de que, daqui a mil anos, a música de Bach ainda vai ser o centro do universo de toda música no mundo, porque ele foi a origem. Se você pegar o jazz ou a música dodecafônica de hoje, você vê o dedo de Bach. Baseado na humildade e na genialidade que Deus lhe deu, ele mudou toda a história da música do Ocidente.

Adm - Como maestro, o senhor garante a harmonia do trabalho conjunto de dezenas de músicos. O que um líder da música tem a ensinar a um líder da Administração de Empresas?

JCM - Eu digo sempre que a música é a régua do mundo. Se um governo vai bem, se uma empresa vai bem, se uma federação vai bem, todo mundo fala que funciona como uma orquestra. Se um presidente, um governador acha que existe uma campanha contra ele, ele fala que há uma orquestração. Se um time de futebol joga bem, todo mundo fala que está jogando com música. E isso não é uma terminologia que se usa somente no Brasil. Então, se numa empresa você vê que todos os departamentos estão se ajudando, você diz que é uma empresa que trabalha com harmonia. Você tem na orquestra o exemplo de uma empresa que, se todos não funcionarem em razão de um ideia, em razão de um objetivo, se todos eles não tiverem uma meta objetiva, a empresa acaba, aos poucos, perdendo a sua razão de ser. Você não pode ter um departamento de marketing que, por exemplo, fica jogando contra o financeiro, ou um presidente que não é um maestro capaz de criar harmonia entre os departamentos. Não adianta um querer se destacar por vaidade pessoal, se todos não trabalharem em conjunto. Isso você pode entender por um time de futebol. Se um jogador só pensar individualmente no seu ego e quiser fazer tudo sozinho, ele pode ser o maior craque do mundo, mas não vai funcionar. Ele, mesmo sendo uma pessoa genial, tem que trabalhar harmonicamente com o resto do time. Por isso eu digo que uma orquestra é um exemplo para uma empresa, para um governo, para uma federação, para uma delegação esportiva, para tudo. Porque uma orquestra é símbolo de harmonia.

Adm - O senhor ministra em todo o país a palestra "Tocando uma Empresa", voltada tanto para líderes quanto para colaboradores. Qual a sua principal mensagem?

JCM - Eu procuro fazer a palestra mostrando, exatamente, que uma empresa tem que ser dirigida não só racionalmente, mas também com o coração. Porque se você pensa só pelo lado racional em uma empresa, você perde o lado humano. E se você só tem o lado humano, você perde o lado racional. Os dois têm que estar juntos. Isso acontece na música. Se você toca simplesmente de uma forma cerebral e racional, você não consegue chegar ao coração das pessoas. E se você só toca na base da emoção, você pode pecar pelo perfeccionismo. Então, no fundo, tudo funciona se a razão e o coração estiverem juntos na hora de traçar objetivos.

Adm - Atualmente, o senhor realiza um importante trabalho de inclusão social com a Bachiana Jovem do SESI/SP, unindo músicos profissionais a jovens iniciantes de comunidades carentes. Qual o segredo para extrair das "pedras brutas" o talento necessário para formar um grupo admirado?

JCM - A minha frase é a seguinte: é preciso ter a alma de um poeta e a disciplina de um atleta. Tendo esse pensamento, aquele jovem vai, antes de tudo, ter a sensação de que nada vai acontecer no seu futuro se a disciplina e a emoção não estiverem presentes. E, dessa forma, o jovem não está se tornando, simplesmente, um músico. Ele está, também, se tornando um cidadão. Não adianta você ser um músico genial e, como cidadão, não ter a sua responsabilidade social com o país. Nós estamos hoje já com cerca de 1.500 crianças, em treze núcleos, nos estados de Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. E formei também uma orquestra com quarenta e cinco jovens e vinte profissionais, sendo que esses quarenta e cinco jovens estão comigo a cerca de quatro ou cinco anos. Então, eu acredito que a música – que hoje já é o principal instrumento de inclusão social nos países asiáticos – vai alcançar essa mesma posição na América do Sul e no Brasil.
Fonte: Portal Administradores

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Eletricista ganha 550 mil por danos morais e estéticos.

Um eletricista que perdeu os dois braços em virtude de acidente de trabalho conseguiu indenização de R$ 550 mil. A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso de revista da Companhia Paranaense de Energia (Copel), mantendo-se, na prática, acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) que condenou a empresa a pagar indenização por danos morais e estéticos ao trabalhador.

Segundo a petição inicial, o eletricista trabalhava na manutenção de linhas de alta tensão da empresa. Em 12 de junho de 2003, o empregado foi acionado pela equipe de plantão para vistoriar uma linha elétrica rompida pela queda de uma árvore. Segundo o planejamento de trabalho entregue ao trabalhador, constava a informação de que a rede de energia local estava desligada. Mesmo assim, o eletricista checou isso por rádio, sendo confirmado que a rede estava desativada. O eletricista, então, ao se posicionar com as ferramentas e o detector de tensão para começar o trabalho, encostou seu braço em um cabo energizado, sofrendo forte choque elétrico, o que levou à amputação dos braços.

Diante disso, o trabalhador propôs ação trabalhista contra a Copel requerendo uma reparação por danos materiais equivalente a uma pensão mensal no valor de seu salário até completar 65 anos de idade e o pagamento de indenização por danos morais e estéticos.

Ao analisar o pedido do trabalhador, o Juízo de Primeiro Grau condenou a empresa a pagar uma pensão mensal de 50% sobre a maior remuneração recebida pelo eletricista a partir da rescisão contratual até os 65 anos de idade. Quanto aos outros prejuízos, o juiz determinou que a empresa pagasse R$ 300 mil por danos morais e R$ 250 mil por danos estéticos. O juiz conclui que, tanto pela responsabilidade objetiva (que não depende de prova, mas somente da relação entre a atividade de risco e o dano), quanto pela responsabilidade subjetiva (a qual depende de prova de culpa ou dolo do empregador) a empresa deveria ser responsabilizada.

Para o juiz, a Copel teve culpa no evento. A empresa descumpriu as suas próprias normas ao enviar uma equipe incompleta, sem a presença obrigatória de um encarregado; não fiscalizou o uso pelo eletricista de equipamentos de proteção, bem como induziu a equipe ao erro ao informar que a linha estava desligada.

Inconformada, a empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), alegando culpa exclusiva do trabalhador no acidente. O TRT, entretanto, manteve a sentença. Segundo o acórdão Regional, o eletricista exercia atividade perigosa, o que atrai a incidência da responsabilidade objetiva do empregador, sendo desnecessária qualquer comprovação quanto à culpa ou dolo por parte da empresa.

Com isso, a Copel interpôs recurso de revista ao TST, sob o argumento de que somente poderia indenizar o eletricista se tivesse agido com culpa ou dolo, o que, segundo a empresa, não ocorreu. Para a empresa, esse não era o caso de se aplicar a responsabilidade objetiva, ainda que a atividade fosse de risco.

O relator do recurso de revista na Primeira Turma, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, não deu razão à empresa. Para o ministro, nesse caso, em que o eletricista esteve sujeito a riscos superiores aos inerentes à prestação subordinada de serviços dos demais trabalhadores do país, deve incidir o artigo 927, parágrafo único do Código Civil de 2002.

Este dispositivo estabeleceu que aquele que, por ato ilícito, causar dano a alguém deverá repará-lo, independentemente de culpa, quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem (teoria do risco da atividade, que não depende de prova de culpa de quem deu causa ao evento ilícito).

Vieira de Mello ressaltou que o legislador ordinário, ao instituir a responsabilidade civil objetiva no novo Código Civil, estabeleceu uma regra geral apta a suprir a carência do sistema de responsabilidade civil subjetiva, quando ela for ineficaz à defesa dos direitos e garantias previstos na Constituição Federal.

Assim, a Primeira Turma, ao seguir o voto do relator, decidiu, por unanimidade, não conhecer do recurso de revista da Copel, mantendo-se o acórdão do TRT que condenou a empresa a pagar R$ 550 mil por danos morais e estéticos ao eletricista.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ministério da Saúde alerta para acidentes com animais peçonhentos nas enchentes.

Saiba como agir e se prevenir em caso de acidentes com serpentes, aranhas, lagartas e escorpiões.

As enchentes nesta época do ano são comuns e responsáveis por inúmeros problemas ligados a saúde pública. Com os alagamentos, os animais peçonhentos são obrigados a sair dos seus esconderijos naturais, procurando abrigo dentro das casas. Com isso, aumentam o número de acidentes com esses animais. Para se prevenir, o Ministério da Saúde divulga orientações para impedir o contato ou acidentes com animais peçonhentos.

Durante as atividades em locais afetados pelo desastre natural, recomenda-se utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas, botas, calçados fechados e de estrutura rígida. Além disso, é preciso cuidado na limpeza da casa, como o deslocamento de móveis e outros objetos, pois pode haver serpentes, escorpiões e aranhas nas frestas, superfícies ou cantos.

Caso encontre um animal peçonhento em qualquer situação, afaste-se com cuidado. Evite assustar ou tocar os animais, mesmo que pareçam mortos, e procure a Vigilância Ambiental para providências. Os animais peçonhentos são aqueles que possuem veneno e são capazes de injetá-lo por meio de dentes ou ferrões. Dependendo da espécie do animal, os acidentes podem até levar a morte, caso a pessoa não seja socorrida e tratada adequadamente com soro específico. Conheça as principais recomendações em caso de acidente:

• Procurar atendimento médico imediatamente;

• Lavar o local da picada com água e sabão, e manter a vítima em repouso até a chegada ao socorro, se possível;

• Não amarrar a parte do corpo acidentada, e não sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada;

• Informar ao profissional de saúde o máximo possível de características sobre o animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras.
Fonte: Segs

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Agrotóxicos comercializados no país são perigosos para o meio ambiente.

A maioria dos agrotóxicos comercializados no Brasil são classificados como perigosos ou muito perigosos para o meio ambiente, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os agrotóxicos são classificados pelo Ibama em quatro níveis de “potencial de periculosidade ambiental”. Os da classe 1 são considerados altamente perigosos, os da classe 2, muito perigosos, os da classe 3, perigosos e os da classe 4, pouco perigosos.

Em 2009, 88% dos defensivos agrícolas comercializados no país pertenciam às classes 1, 2 e 3: 1% são da classe 1, 38% da classe 2, e quase metade, 49%, da classe 3. Na avaliação por estados, o panorama é parecido com o nacional, com exceção do Amazonas, onde a maioria dos agrotóxicos comercializados foram do tipo pouco perigoso para o meio ambiente.

Entre os riscos dos agrotóxicos para a natureza estão interferências nos processos de respiração do solo e distribuição de nutrientes, além da mortandade de espécies de aves e peixes.

O insumo agrotóxico mais comercializado no país em 2009 foi o herbicida glifosato, utilizado em lavouras de 26 culturas diferentes, entre elas arroz, café, milho, trigo e soja. Avaliado na classe 3, de produtos perigosos, o agrotóxico teve 90,5 mil toneladas comercializadas no período.

Entre os dez produtos agrotóxicos mais comercializados está o metamidofós, banido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana pelos altos riscos à saúde. A proibição será gradual e o produto poderá ser comercializado até 2012.

Também estão na lista dos mais vendidos os produtos à base de cipermetrina, óleo mineral, óleo vegetal, óleo mineral, enxofre, ácido 2,4-Diclorofenoxiacético, atrazina, acefato e carbendazim. Segundo o Ibama, o acefato está passando por processo de reavaliação e pode ser banido das lavouras brasileiras.

Os dados para o levantamento do Ibama são enviados por empresas, seguindo determinação legal. As informações poderão subsidiar a fiscalização e a concessão de autorizações de estudos para buscar produtos menos nocivos ao ambiente.
Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Jornada que ultrapassa seis horas deve ter intervalo mínimo de uma hora.

A 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT-RS) condenou a Atento Brasil S/A e Telefônica Data S/A a pagar horas extras a um ex-operador de telemarketing. Conforme os autos, o reclamante tinha intervalo intrajornada de 40 minutos. Mas, na opinião dos desembargadores, que reformaram a sentença do primeiro grau, este tempo deveria ser de, pelo menos, uma hora. Assim, as reclamadas devem pagar horas extras referentes a 20 minutos por dia, com adicional de 50% e reflexos em férias com 1/3, repousos, 13º salário, FGTS com 40% e aviso prévio.

De acordo com o processo, a jornada de trabalho contratada entre as partes era de seis horas diárias, o que, conforme o artigo 71 da CLT, dá ao empregado o direito de intervalo mínimo de 15 minutos. Porém, como ficou comprovado, a jornada do autor habitualmente ultrapassava o limite combinado. Neste caso, para a relatora do acórdão, Desembargadora Beatriz Zoratto Sanvicente, o intervalo deveria ter sido ampliado para uma hora, o mínimo estipulado pelo mesmo artigo para jornadas superiores a seis horas. A Magistrada ainda citou Orientação Jurisprudencial 380 da SDI-I do TST: "Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, "caput" e § 4, da CLT"
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho – 4ª Região

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Paulistanos ainda estão insatisfeitos com as perspectivas de carreira.

Em 2010, 30% dos paulistanos entrevistados estavam totalmente insatisfeitos com as perspectivas que têm com o trabalho.

A satisfação dos paulistanos com o futuro e o crescimento da carreira manteve-se estável entre 2009 e 2010, como revelam os dados do IrBem (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município), compilados pelo Ibope Inteligência, a pedido da Rede Nossa São Paulo, e divulgados nesta quinta-feira (20).

A pesquisa mostra que, em 2010, 30% dos paulistanos entrevistados estavam totalmente insatisfeitos com as perspectivas que têm com o trabalho – o mesmo percentual verificado em 2009. Contudo, no ano passado, 24% afirmaram estar totalmente satisfeitos. Na comparação com 2009, houve uma leve queda, uma vez que naquele ano 23% se diziam totalmente satisfeitos com o futuro da carreira.

A pesquisa ainda mostra que os profissionais que trabalham na cidade de São Paulo não estão contentes com o salário. No ano passado, 48% se diziam insatisfeitos, contra 43% verificados um ano antes. Entre os satisfeitos, o percentual ficou estável em 10%.

Qualidade e oportunidadesOs profissionais da capital paulista também não estão contentes com o equilíbrio que têm entre o trabalho e a vida pessoal. A satisfação nesse quesito caiu de 17% para 16%, ao passo que a insatisfação subiu de 30% para 32%.

As condições no trabalho também não estão agradando os profissionais paulistanos: a insatisfação com esse quesito subiu de 31% para 33%. E a satisfação caiu de 19% para 17% entre 2009 e 2010.

A pesquisa ainda revelou que os profissionais de São Paulo também estão descontentes com as oportunidades de formação profissional. Em um ano, o grau de satisfação subiu de 13% para 14%. Porém, o de insatisfação subiu de 41% para 43%.

Qualidade de vida

Apesar do aumento do grau de insatisfação dos paulistanos com relação à carreira, de maneira geral, o item trabalho recebeu nota 6,1 dos paulistanos, em uma escala de 1 a 10, ficando acima da média, de 5,5 pontos.

O item foi o terceiro relacionado à qualidade de vida mais bem avaliado dentre outros, perdendo apenas para as áreas relações humanas (6,9) e religião e espiritualidade (6,5).

Para a pesquisa, foram entrevistados 1.512 moradores da cidade, com idade acima de 16 anos, entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro do ano passado.
Fonte: Portal Administradores

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A farra dos sacos plásticos.

Por: André Trigueiro *

O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha, que quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.

Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico. Outro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa. A caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez. Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.

A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resina sintética originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.

No Complexo do Alemão, plásticos não biodegradáveis se juntam ao lixo nas ruas.

No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água - retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis - e dificultam a compactação dos detritos.

Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania. Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.

A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de anti-ecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.

Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e mochilas. Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartados. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Mau exemplo: lixão em SP recebe 250 toneladas por dia.

Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular.

(...)

É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos. Há muitos interesses em jogo. Qual é o seu?

* O jornalista André Trigueiro é redator e apresentador do Jornal das Dez, da Globonews, desde 1996. Na Rádio Viva Rio AM (1180 kwz ), Trigueiro apresenta o programa Conexão Verde, de segunda a sexta. Nele, aborda temas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O jornalista é pós-graduado em Meio Ambiente pela MEB COPPE/UFRJ (2001).
Fonte: AmbienteBrasil

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Padronização de leis elevam a segurança contra incêndio.

Pode um empreendedor, ao instalar um sistema de proteção contra incêndio em uma edificação, ter a sua disposição uma série de regulamentos técnicos e, mesmo assim, enfrentar dúvidas sobre que parâmetros utilizar? No Brasil, pode. Essa é realidade nacional da segurança contra incêndio, estabelecida por uma série de códigos estaduais, regulamentos municipais, normas técnicas, norma regulamentadora e instruções técnicas dos corpos de bombeiros.

Apesar da variedade de legislações, investir em diferentes regiões do Brasil esbarra na falta de padronização dos critérios de dimensionamento e das tabelas de exigências. Os conflitos entre os textos normativos resultam na instalação de sistemas distintos de proteção, como extintores, hidrantes, sinalização e iluminação de emergência, detecção e alarme de incêndio.

Assim, uma construtora poderá implantar projetos de segurança contra incêndio diferentes em edificações similares, apesar de atender a legislações oficiais, o que é visto como inadmissível pelo engenheiro José Carlos Tomina, superintendente do CB-24 (Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio), da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). "O fogo é o mesmo em qualquer localidade", enfatiza. "Por exemplo: se for aceito como correto que os shoppings centers devem ser protegidos por sistemas de chuveiros automáticos, tanto faz se o empreendimento for construído no Sul ou no Norte do País, já que os seus ocupantes estarão expostos aos mesmos riscos", exemplifica.

Thiago Palácio John, capitão do CBMDF (Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal), mestre e doutorando em Gerenciamento de Incêndios e Emergências, reforça que a maioria das normas de proteção contra incêndio é baseada em fatos científicos e em experimentos, os quais devem ser válidos para qualquer estado ou município. "A jurisdição, nesse caso, é irrelevante", salienta.

Segundo o presidente da Ligabom (Liga Nacional dos Corpos de Bombeiros) e comandante do CBMPE (Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco), coronel Carlos Eduardo Poças Amorim Casa Nova, há entraves legais que prejudicam a padronização das exigências. Explica ele que, na área de segurança contra incêndio, os estados, por meio dos corpos de bombeiros, têm autonomia de legislação e um regulamento federal não pode impor o que eles devem seguir. Mesmo assim, um esboço do que pode vir a ser o código nacional de proteção contra incêndio será, enfim, regulamentado. Talvez em 2010, ainda. "Vamos fazer um código com as condições básicas de segurança, mas cada estado terá suas diferenças", adianta.

O código nacional é uma evolução natural de um setor em constante aprimoramento. Na última década, mais estados estabeleceram leis e normas de proteção contra incêndio, enquanto outros revisaram seus regulamentos técnicos. Há quem adote como modelo o regulamento do estado de São Paulo, considerado como um dos mais completos e exigentes do Brasil. O código paulista também utiliza normas técnicas elaboradas pelo CB-24/ABNT. O comitê possui um conjunto de mais de 60 normas que definem critérios de requisitos e dimensionamento de itens de segurança contra incêndio.

Jorge Alexandre Alves, especialista em combate a incêndios e emergências e diretor da Fire & Rescue College Brasil, destaca entre as normas brasileiras a NBR 15219 (Plano de emergência contra incêndio), a NBR 14276 (Brigada de Emergências) e a NBR 14608 (Bombeiro Profissional Civil) como textos referência para o melhor dimensionamento de recursos e preparação para resposta a incêndios.

Historicamente, a evolução dos regulamentos de proteção contra incêndio é motivada por tragédias. De grandes incêndios saíram ideias de aperfeiçoamento dos critérios de segurança e, a partir deles, aumentaram as exigências e reduziram as ocorrências.

Marco Aurélio Rocha, técnico em emergência com materiais peigosos, bombeiro profissional civil e especialista em incêndio estrutural e petroquímico, lembra que as primeiras legislações com parâmetros de prevenção de incêndio e de resposta a essas ocorrências foram criadas na década de 70: o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico do Rio de Janeiro, em 1976, e a NR 23 (Norma Regulamentadora de Proteção Contra Incêndio, do Ministério do Trabalho e Emprego), que é de 1978. Segundo ele, os dois regulamentos carecem de atualização, o que também dificulta a aplicabilidade dos códigos. Outro ponto que necessita de reparos, apontam especialistas, é a fiscalização dos regulamentos e a formação dos profissionais que elaboram as normatizações.
Fonte: Revista Emergência

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Obesidade ainda é assunto de difícil abordagem nas empresas.

Dos 91.750 beneficiados corporativos da Omint (planos odontológicos), 28 mil receberam este ano um questionário de percepção sobre a própria saúde. Entre os 12.057 que responderam às perguntas, 18,74% avaliaram que estão com sobrepeso. Uma segunda medição, contudo, constatou que 42% estavam acima do limite de 25 de Índice de Massa Corporal (IMC). "Muitas vezes as pessoas nem percebem que já estão obesas e correndo riscos", alerta Caio Soares, diretor médico da Omint.

A pesquisa é repetida a cada dois anos desde 2004; nem sempre com os mesmos funcionários, mas sempre com base em quatro pilares. Há seis anos 96% dos consultados confessavam ter uma alimentação inadequada; hoje, são 95,83%. Os sedentários eram 41% em 2004; seis anos depois, 43,61%. Tabagistas confessos eram 18%; hoje são 12,8%. E os estressados subiram de 27,5% para 37,7%. Caio Soares reconhece que os resultados não são satisfatórios. "Nem sempre o funcionário percebe que a empresa investe em um programa de saúde porque está preocupada com ele e não apenas com a produtividade", diz. "Mas entre esses números há uma boa notícia: conseguimos influenciar 15% de pessoas que garantem estar comendo de forma mais saudável e fumando menos".

Qualidade de vida

As empresas estão atentas à questão. Na CPFL, onde 7,4 mil colaboradores trabalham na geração e distribuição de energia elétrica para 580 localidades, o Programa de Qualidade de Vida funciona desde 2002. Mais de 35% dos funcionários seguem programas de atividades físicas. Nos últimos três anos, em parceria com os Vigilantes do Peso, cerca de 300 colaboradores aderiram ao programa e eliminaram mais de 2,4 mil quilos. "Na média, é como se cada colaborador tivesse perdido quatro quilos e meio", calcula Luiz Carlos de Miranda, gerente de qualidade de vida da CPFL.

Dos R$ 10 milhões por ano que a CPFL investe na saúde, 90% representam equipamentos de proteção para trabalhadores da área externa. Cerca de R$ 800 mil são gastos nos programas de qualidade de vida responsáveis pela manutenção das academias próprias e terceirizadas, exames médicos, convênios com parceiros. "Esse investimento tem representado ganhos para a organização", diz Miranda. "Quanto mais atuarmos na prevenção de doenças menos gastos desnecessários teremos."

Orientação alimentar

A questão da obesidade preocupa as empresas - particularmente aquelas onde a rotatividade é baixa. "Para cada fator de risco há uma queda de 2% da produtividade", diz o médico Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). "Se um funcionário tiver fatores de risco, como obesidade, tabagismo, sedentarismo, colesterol alto, a produtividade pode cair em até 18%". Segundo Ogata, a obesidade ainda é um assunto de difícil abordagem nas empresas. Metade dos trabalhadores na indústria está com peso acima do desejado; um terço deles menciona chegar ao final da jornada cansado. Ogata cita dados da pesquisa do Sesi feita com trabalhadores do setor. Ali aparecem em destaque uma alimentação rica em carboidratos, pouca atividade física e horas seguidas em frente à TV. "Essa alimentação inadequada e essa falta de atividade combinadas são responsáveis pela obesidade que afeta a produtividade."

Às voltas com essa questão, muitos empresários nem imaginam que podem dispor de programas e cursos, orientação alimentar pela rede, centros esportivos, jogos estruturais e tudo que for necessário para tratar da saúde dos funcionários. "Todo empresário deveria saber que a qualidade de vida dos colaboradores é um assunto que vai afetar os resultados da companhia em algum momento", diz Ogata. "Mas o grande desafio é justamente entrar na agenda do empresário."

Estilo de vida

Muitas vezes o funcionário chega à nutricionista querendo perder peso e descobre em meio aos exames clínicos que é cardiopata, hipertenso ou diabético, diz Elza Maio, coordenadora de responsabilidade social e da área de recursos humanos da Avon. "A obesidade é consequência de um estilo de vida inadequado, com antecedentes e desdobramentos". Os 7,3 mil funcionários das cinco unidades da companhia recebem informações diárias sobre alimentação, estilo de vida e contam com suporte de nutricionistas e médicos. "São cerca de 70 consultas de rotina por mês", diz Elza. "Mensalmente, os casos novos, numa média de 20, têm como principal queixa o excesso de peso." A importância da alimentação adequada é o mote para que os funcionários atendidos se engajem em grupos de ajuda mútua, onde cada um conta sua expe riência e todos se beneficiam. Não faltam opções aos que se convencem a adotar uma alimentação saudável.

Na Serasa Experian, os quase 2 mil funcionários têm a parceria dos Vigilantes do Peso. No Programa de Orientação Nutricional, o colaborador pode gerenciar a própria dieta. Em 2009, segundo Luis Rensi, médico do trabalho e gestor do programa, as nutricionistas fizeram 594 atendimentos. Até agosto, as consultas chegaram a 400. "O programa inclui academia e alimentação adequada, e os funcionários podem optar entre fazer um combinado entre os dois", diz Rensi. Em 2005, 50,4% dos funcionários estavam com peso adequado; em 2010, são 54%.

Na SulAmérica, os segurados passam por avaliações. Dados de 569 empresas, envolvendo 180 mil funcionários, mostram que em 2004, o sedentarismo era a questão básica de 60,5% dos pesquisados; em 2009, de 59,8%. Estresse moderado e alto IMC eram problemas para 36,5%; quatro anos depois, de 37,9%. Sobrepeso atingia 35,4% (2004) e 51,6% (2009). Obesidade: 12,2% em 2004 e 13,8% em 2009.
Fonte: Valor Econômico

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Exposição à queima de canaviais afeta superfície ocular.

Uma tese de doutorado da Faculdade de Medicina da USP revelou que a queima de plantações de cana-de-açúcar prejudica a superfície dos olhos de cortadores. Os primeiros sintomas são de irritação ocular, ocasionando maior propensão a infecções. O estudo avaliou 22 cortadores de cana de Tatuí/SP que trabalhavam em um canavial do noroeste paulista e 19 moradores da cidade.

Avaliação

O trabalho foi realizado durante o período de entressafra e safra (de maio a novembro, quando ocorrem as queimadas), baseando-se em questionários, exames clínicos e avaliação histológica (dos tecidos biológicos). Durante o período de queima, observou-se a diminuição do muco ocular dos cortadores. A complicação interfere na estabilidade do filme lacrimal, importante por promover a nutrição, oxigenação, proteção e lubrificação dos olhos. "As células produtoras de muco são importantes porque promovem a limpeza e participam da lubrificação ocular, por reter a água para que o olho não fique ressecado", comenta a pesquisadora Monique Matsuda, em entrevista à Agência USP. Com menos muco e o filme lacrimal instável, os olhos dos trabalhadores ficam mais expostos a agentes externos, como poluentes atmosféricos por exemplo.

Riscos ampliados

Além dos efeitos a curto prazo, existe a possibilidade de que a exposição prolongada contribua para o surgimento de doenças oculares. Estudos realizados em outros países já associam a exposição à queima da biomassa ao aumento na prevalência de cataratas e tumores oculares, de acordo com Monique. Além disso, o material particulado proveniente da queima continua por meses no local e pode ser transportado por quilômetros, afetando a população que reside nas proximidades dos canaviais. "Durante as queimadas, registros apontam um aumento no número de pessoas que moram perto das plantações que procuram atendimento ambulatorial por causa de complicações respiratórias", afirma a pesquisadora.

Pesquisa

A pesquisa foi realizada em conjunto com o Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Departamento de Patologia da FMUSP, sob a orientação do professor Paulo Hilário Nascimento Saldiva, e foi parte de um projeto central coordenado pelo professor Ubiratan de Paula Santos, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP. O próximo passo do grupo de pesquisa agora é analisar as alterações encontradas nos mecanismos oculares dos cortadores de cana, possibilitando a sugestão de medidas de proteção aos trabalhadores.
Fonte: Revista Proteção

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quem vem depois da Geração Y? Novo perfil de profissional já sonda o mercado.

Eles ainda não entraram no mercado de trabalho. Mas comportamento da Geração "Z" mudará a dinâmica nas empresas.

A Geração “Y” mudou o mercado de trabalho. Ansiosos por um crescimento rápido na carreira, os profissionais dessa geração alteraram a dinâmica e a hierarquia das empresas. E essas alterações foram tão profundas que pareciam ser as únicas sofridas pelo mercado. Contudo, mal a “Y” se estabeleceu e uma nova geração já promete mudar, de novo, a dinâmica do mercado.

Eles nem entraram no mercado de trabalho e já dão sinais de que vieram para causar mudanças tão intensas quanto as provocadas pela Geração “Y”. Para a gerente-geral da Right Management, Eliane Saad, ainda pairam dúvidas no ar sobre as exatas características da chamada Geração “Z”, até com relação ao seu início. Muitos afirmam que fazem parte dessa geração aqueles que nasceram em 1990. Há quem diga que somente aqueles que nasceram a partir de 1994 são considerados “Zs”. Para Eliane, essa nova leva de profissionais nasceu a partir do ano 2000.

Como a Geração “Y”, os profissionais da Geração “Z” têm ânsia por crescer. Diferentemente da geração atual, contudo, os novos profissionais que começarão a entrar no mercado daqui há alguns anos estão preocupados com outras questões para além do sucesso dentro da empresa. “Eles não querem crescer a qualquer preço”, ressalta Eliane.

“O que já podemos observar e que vem dos jovens do final da Geração Y é uma certa irreverência em relação ao trabalho”, diz Eliane. “São muito preocupados com a vida, com o planeta e com sua própria evolução em termos de bem-estar. Querem poder equilibrar trabalho e lazer melhor do que estão vendo seus pais fazerem”, diz.

O que vem depois da Y

Intensidade é a palavra usada pela professora de Gestão de Pessoas da Trevisan Escola de Negócios Juliana Dutra para definir essa nova geração de profissionais que estão se formando agora.

Para ela, a nova geração tem tudo o que a atual tem, só que de uma maneira mais intensa, porém, mais planejada. “Para eles, o crescimento profissional é visto de uma maneira diferente”, afirma. “Eles acreditam que o aprendizado vem com a prática”, ressalta a professora.

De acordo com Juliana, que também atua na preparação de educadores para lidar com a nova geração de profissionais, esses jovens querem crescer tanto quanto a Geração “Y”, por isso, se arriscam mais. O risco, na avaliação da professora, é um dos pontos que mais diferencia a Geração “Y” da “Z”.

“É aí que os líderes devem dosar a coragem e o preparo desses jovens, pois correr riscos demais pode não ser vantajoso”, avalia Juliana. “Os líderes atuais terão de compreender como lidar com esses novos profissionais e como motivá-los e satisfazê-los num mundo que não estará totalmente pronto para eles”, ressalta Eliane.

Tecnologia

O risco também é a palavra-chave encontrada pela gerente de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Melina Graf, para diferenciar a nova geração de profissionais, que ainda sonda o mercado, da geração que já está se preparando para liderar.

Contudo, como essa nova geração é nascida no berço da tecnologia, a agilidade deve ser a característica mais marcante dela. “A Geração Z está ligada à tecnologia desde o nascimento. São pessoas que são mais antenadas, mais ligadas a esse meio”, ressalta.

“Provavelmente será uma geração que usará a tecnologia de uma forma um pouco diferente”, completa Eliane. “Observando-os, percebemos que lidam com seus compromissos e tarefas de maneira imediata e prontamente”, diz. Para eles, diz a gerente, a tecnologia serve para comunicá-los de maneira imediata.

“Também serão profissionais que usarão a tecnologia para construir e customizar seus próprios equipamentos”.

Diante disso, a nova geração de profissionais não quer saber de esperar. Dentre as características da geração que vem depois da Geração “Z”, Melina identifica outra que diferenciará ainda mais esse novo perfil de profissional: a criatividade. Empresas de tecnologia, que permitam um trabalho criativo e com horário flexível, serão as mais requisitadas pela nova geração.

E elas vão corresponder aos anseios da Geralção “Z”? “As empresas terão de se adaptar”, ressalta Melina.

Eliane também acredita que as empresas passarão, de novo, por mais uma fase de adaptação.
Fonte: InfoMoney

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Incêndios - 90% do comércio de Campo Grande funcionam sem certificado de segurança.

As últimas semanas do ano de 2010 foram marcadas por ocorrências envolvendo fogo em residências ou estabelecimentos comerciais de Mato Grosso do Sul. Só em dezembro aproximadamente dez propriedades, entre residências e comércio, ficaram parcialmente ou totalmente destruídas pelas chamas. Caso mais recente foi um supermercado em Sidrolândia, que chegou a perder parte do teto.

O Departamento de Fiscalização do Corpo de Bombeiros revela uma estimativa alarmante para a população campo-grandense: aproximadamente 90% dos estabelecimentos comerciais da cidade funcionam sem o certificado de segurança da entidade.

O documento, emitido pelos Bombeiros, fiscaliza a segurança oferecida pelas empresas para a população.

Segundo o departamento as maiores falhas são a ausência de saídas e iluminação de emergência, extintores com estado de funcionamento precário, e instalações elétricas também precárias.

O certificado do Bombeiros garante que as chances de acidente diminuam, preservando a integridade física da população.

Despreocupação

Em alguns estabelecimentos visitados pela reportagem na Avenida José Nogueira Vieira, região do bairro Tiradentes em Campo Grande, foi verificado que a ausência do documento é comum. Em nenhum dos locais visitados, uma conveniência, um cyber e uma mercearia, havia certificação de segurança dos bombeiros.

Perguntados os responsáveis pelos estabelecimentos foram quase unânimes, afirmando que o perigo é baixo, por não trabalharem com produtos perigosos.

“Aqui é tranquilo, vendo as coisas pela janela, não trabalho com fogão nem nada desse tipo, não vejo necessidade de pagar esse certificado”, defende-se o dono da conveniência.

Já na mercearia visitada o dono também não mostra preocupação, mesmo o estabelecimento tendo vários equipamentos, comorefrigeradores, e fios a mostra próximo ao teto. "Trabalho aqui há mais de oito anos, nunca tive um problema e acredito que não vou ter não", afirmou o responsável.

Perigo

Ainda segundo o Corpo de Bombeiros as instalações elétricas são os principais problemas nos estabelecimentos. Com o sistema em estado precário, as chances de acidentes aumentam drasticamente, principalmente as possibilidades do início de incêndios.

E sem saída e iluminação de emergência a população pode acabar sendo atingida caso haja algum acidente dentro de uma empresa.

Preparo

Algumas lojas acabam até trabalhando dentro da regularidade apresentando o certificado de vistoria do Corpo de Bombeiros e instalando extintores. O problema, pontua o técnico de segurança do trabalho da empresa Altitude, Anísio Gama, é que os patrões e gerentes acabam não oferecendo cursos para os funcionários para que eles saibam agir em caso de necessidade. A maioria acaba acreditando ser um gasto desnecessário, mas a economia pode acarretar em custos.

"Sei de caso em que aconteceu um princípio de incêndio no disjuntor de uma loja e nenhum funcionário lembrou de utilizar o extintor. Em outro caso, ninguém sabia acionar o equipamento e o prejuízo poderia ter sido menor", relata.

Como tirar a documentação

Quem tem qualquer tipo de empresa e deseja contar com o certificado do Corpo de Bombeiros deve procurar a entidade. Os Bombeiros irão entregar a lista de requisitos para cumprir as normas de segurança.

Depois de realizar as melhorias, o proprietário deve marcar uma fiscalização. Se tudo estiver correto, será emitido o certificado.

Os requisitos mínimos de segurança variam conforme o tamanho da empresa, capacidade de pessoas e serviço prestado.

O custo cobrado pelo Corpo de Bombeiros pela fiscalização, não contando os gastos com melhorias (por conta do proprietário), variam entre R$ 59,84 e R$ 792,88.
Fonte: MidiaMax

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

SANEANTES - Anvisa lança cartilha contra clandestinos.

O guia “Orientações para os Consumidores de Saneantes” tem o objetivo de orientar a população sobre como se prevenir dos produtos de limpeza clandestinos.

De acordo com informações da Anvisa, são alvos do comércio não autorizado os desinfetantes, raticidas, água sanitária, inseticidas, amaciantes e detergentes. A cartilha informa quais os cuidados que a pessoa deve ter ao comprar, usar e armazenar produtos de limpeza. É escrita em linguagem simples e inclui ilustrações que facilitam a compreensão.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária informa que “o consumo de produtos de limpeza fabricados fora dos padrões sanitários pode causar sérios danos à saúde, como queimaduras, problemas respiratórios, irritações e graves intoxicações”. Tamb[em aconselha as pessoas que suspeitarem da venda ilegal desses produtos a acionarem o Disque Saúde do Ministério da Saúde (0800-611997) ou enviar mensagem para saneantes@anvisa.gov.br.

Para obter a cartilha acesse o link abaixo.

Orientações para os consumidores de saneantes

Retrospectiva 2010 – No ano da biodiversidade, boas e más notícias.

A Organização das Nações Unidas, ONU, declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade, para chamar atenção para a perda de espécies animais e vegetais, causada pela ação humana.

Pesquisadores aproveitaram para discutir o risco de extinção de espécies. Estima-se que 150 espécies sejam extintas todos os dias no mundo. “Estamos perdendo essa biodiversidade a uma taxa mil vezes maior do que a taxa normal na história da terra. Então, de acordo com as previsões dos cientistas, até 2030 poderemos estar com 75% das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Hoje esse número é de 36%.”, disse o secretário da Convenção sobre a Diversidade Biológica da ONU, Oliver Hillel, conforme publicado em “Ano Internacional da Biodiversidade vai discutir extinção de espécies”.

Em 2010 cientistas fizeram o 1º mapa completo do funcionamento de um ser vivo, abrindo caminho para a criação de vida artificial.

Pesquisadores e ecologistas mantiveram postura firme em defesa de seus ideais. No início do ano um confronto entre pescadores japoneses e ecologistas australianos, na Antártida, resultou no naufrágio da embarcação do grupo australiano, que combatia a pesca de baleias. Alegando pesquisa científica, pescadores japoneses desrespeitam a moratória internacional sobre a caça das baleias.

Em abril, no Pará, uma tonelada de barbatana de tubarão foi apreendida por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ibama. A carga foi avaliada em cerca de R$ 30 mil e seria exportada para o Japão.

Na Suécia, depois de 45 anos, a caça de lobos foi autorizada. O governo tomou a medida com objetivo de controlar a população desses animais.

No Amazonas, em Tefé, uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Inpa, perdeu parte da perna, ao ser atacada por um jacaré. Com lagartixas na cueca, um alemão foi preso na Nova Zelândia. As espécies, em risco de extinção estavam sendo transportadas em uma pochete com bolsos feitos sob medida.

Para se livrar da fiscalização, um suposto traficante de animais atirou espécies do 2º andar de sua residência, no Pará. Pelo menos quatro aves morreram, pois não tinham condições de voar. Foram encontrados 12 periquitos, 4 jabutis e 1 tucano, além de curiós, bicudos, sabiás e azulões.

O combate ao tráfico foi intenso, mas ainda assim, a ação de criminosos fez vítimas em todo o mundo. Na Tailândia, um carregamento ilegal de presas de marfim avaliadas em US$ 1,2 milhão, foi apreendido em julho. A carga correspondia a 117 presas de elefantes, que chegavam a pesar quase 800 quilos.

No Rio Grande do Sul, logo no início do ano, dois homens foram presos por criar ovos de tartarugas clandestinamente, para venda no estado e em países vizinhos. No interior de São Paulo, a atuação da polícia ambiental permitiu o resgate de uma sucuri gigante e 132 pássaros silvestres, durante patrulhamento aquático, nos municípios de Presidente Epitácio e Jaú.

Em março, três cativeiros de aves silvestres foram fechados em Olinda, no Pernambuco. No Piauí, mais de 200 animais silvestres foram encontrados em um uma feira livre.

Na Bahia, em Vitória da Conquista, foram apreendidos 13 canários em uma residência na Cabeceira da Jibóia, distrito de Limeira, zona rural do município de Vitória da Conquista, BA. A ação foi resultado de averiguação de uma denúncia recebida pela Linha Verde. Foi também através de uma denúncia que 157 galos de briga foram apreendidos no mesmo município em agosto.

No Rio de Janeiro, foi implantado o Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres, celebrado no dia 1º de dezembro, com atividades educativas em todo o estado.

Em outubro, uma reportagem do G1 destacou: “Saiba qual é a rota do tráfico de animais silvestres no Brasil”. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ibama, somente até setembro de 2010, mais de 8,8 mil animais silvestres pelo país. Em 2009, o número ultrapassou os 31 mil.

Boas notícias

No dia 14 de janeiro uma boa notícia: “EXCLUSIVO: Filhotes albinos de tartaruga amazônica nasceram em projeto de preservação“. Em doze anos de projeto, no Amazonas, no Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Aquáticos, CPPQA/Balbina-AM, foram os primeiros filhotes.

No Rio Grande do Sul, a soltura de mais de 6 mil filhotes de tartaruga foi destaque em fevereiro. Os ovos foram apreendidos em criatório ilegal e foram monitorados até a soltura. Os animais com 10 a 15 dias, foram liberados às margens do Canal São Gonçalo, em Pelotas.

Poucos dias antes de acabar o ano, o Zoológico do Estado do Rio Grande do Sul comemorou o aniversário do chimpanzé Nilo, nascido no parque. O animal é filho de Muka, que está no parque desde 1993, e Tição, nascido no zoológico em 1981, e irmão de Sudão, de 4 anos. O nome foi escolhido em um concurso entre os visitantes.

Em novembro, outra história teve um final feliz, conforme publicamos em “EXCLUSIVO: Chimpanzé fumante recebe abrigo no Brasil depois de denúncias de maus tratos“. O chimpanzé Omega, que era atração em um restaurante libanês, foi transferido para o Instituto Conservacionista Anami, em São José dos Pinhais, no Paraná.
Fonte: AmbienteBrasil

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cetesb diz que dano ambiental foi de pequena proporção.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) esteve no Horto Aimorés, em Bauru, ontem à tarde para avaliar os danos ambientais causados pelo vazamento do combustível após o descarrilamento do trem. Após uma análise preliminar, foi apontado que realmente houve danos ambientais na região, porém, a proporção parece ter sido menor que o imaginado logo após o acidente.

O agente da companhia ambiental Francisco de Lima, que estava de plantão no momento do acidente, percorreu o trecho do córrego por onde o combustível escoou até explodir. Pelo que viu, disse que aparentemente grande parte do produto derramado acabou sendo consumido pela explosão.

Em relação à contaminação da água do córrego, o agente da Cetesb explica que será preciso verificar de maneira mais complexa os danos causados, entretanto, ele afirma que não encontrou qualquer traço de mortandade de peixes. “O vagão nem foi transportado ainda. Por uma questão de segurança, apenas acompanhei os trabalhos dos bombeiros. Com isso, pude fazer análise inicial. Não vi peixes mortos. Muito do produto também acabou sendo diluído na água pelas chuvas”.

Questionado sobre os danos que o vazamento possa ter causado propriamente ao solo, Lima explica que, aparentemente, esse é um fator menos preocupante. “Em casos assim, o combustível fica sobre a superfície do solo. É feita a remoção dessa parte de cima. Para penetrar em lençol freático, demora mais tempo. Isso é algo que é menos preocupante agora”, aponta.

Ainda ontem, uma equipe da Cetesb de São Paulo veio até o local do acidente para acompanhar a remoção da locomotiva e analisar o restante dos danos causados. “Essa equipe fará uma análise melhor do que eu pude constatar de forma preliminar”.

A proporção do vazamento e dos prejuízos pode resultar em punições para a empresa América Latina Logística (ALL), responsável pela manutenção da malha ferroviária. “A autuação sempre é feita para acompanharmos o processo. A empresa pode ser punida com multas graves ou gravíssimas ou apenas receber uma advertência. O que vai apontar isso são os danos que forem encontrados após a análise oficial e também no modo como a empresa está conduzindo o processo de descontaminação”, conclui o agente da Cetesb Francisco de Lima.

Possíveis causas da explosão

Embora técnicos e engenheiros da América Latina Logística S/A (ALL), Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil ainda não tenham conclusões sobre o que levou o combustível explodir, no local dos fatos, populares e profissionais buscavam a melhor explicação.

Para o tenente da Polícia Militar André Saito Arashiro, um dos primeiros a chegar no lugar, uma fagulha provocada pela ignição de um dos carros que estavam na estrada pode ter sido a causa, já que a região estava encharcada com o combustível. O mesmo diziam os populares e outros profissionais. “Porém, certeza mesmo só teremos depois da perícia detalhada”, explica o tenente.

Já para o consultor automobilístico Marcos Camerini, dificilmente esta foi a razão da explosão. “Acredito que o carro precisa estar banhado com gasolina para isso acontecer. Mas algumas hipóteses podem ser levantadas. Uma delas é a possibilidade de um dos veículos ter se chocado em algum lugar ou mesmo derrapado e provocado uma faísca. Isso também pode acontecer se o combustível cair sobre o escapamento quente”, comenta.

Feridos foram levados à ala de queimados do HE

As quatro pessoas que sofreram queimaduras na explosão do combustível que vazou do trem foram socorridas pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Samu. No primeiro momento, as vítimas foram encaminhadas ao Pronto-Socorro Central e depois para a ala de tratamento de queimados do Hospital Estadual (HE), onde permaneciam até a noite de ontem.

Uma delas, o lavrador Cláudio de Souza Melo, estava em estado grave. Já Imer Arantes, Israel Silva e Ana Roberta Venâncio permaneciam sob cuidados médicos, porém, com queimaduras mais leves.

O paciente em estado grave dirigia uma Belina no momento da explosão. Outros quatro carros, um Fiesta, um Corcel Del Rei, um Corsa e um Monza também pegaram fogo.

Segundo a assessoria de imprensa da América Latina Logística S/A (ALL), responsável pela malha ferroviária de Bauru, a empresa dará toda a assistência necessária para as vítimas e suas famílias.

Córrego é usado para lazer

Álvaro de Brito é coordenador da Defesa Civil de Bauru e avalia que a região do Horto Aimorés, onde combustível vazou de duas locomotivas e um vagão devido à queda de um aterro, possui pouco mais de mil habitantes, incluindo os acampados. “São sítios e construções muitas vezes irregulares, inclusive a pequena estrada onde ocorreu a explosão, não é oficial. O pessoal abre poços perto do manancial que recebeu o combustível e por isso a importância de uma avaliação do lençol freático para averiguar possíveis contaminações”.

Preocupada com a saúde do córrego afetado, a moradora Cláudia Tavares, coordenadora da saúde e do social do assentamento Aimorés, diz que ele é fundamental para quem mora em suas proximidades. “É fácil ver o óleo que ficou sobre as folhas e encontrar peixes mortos. Uma coisa assim não pode acontecer porque as crianças brincam na água, pescamos...”

Ainda assustados com a explosão e com o risco de novos acidentes, os moradores estavam aflitos por notícias dos parentes e amigos que sofreram queimaduras. “É complicado. Eles foram socorridos, mas como estão? Ninguém diz”, preocupa-se Cláudia.

Para Roque, acidente poderia ser evitado

Apesar das fortes chuvas terem sido apontadas como as principais causadoras do acidente com o trem, a América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela manutenção da malha ferroviária em Bauru e região, recebeu fortes críticas do Sindicato dos Ferroviários.

Segundo o vereador Roque Ferreira, que é coordenador de Relações Institucionais de Sindicato dos Ferroviários de Bauru e Mato Grosso do Sul, foi a falta de manutenção das linhas que propiciou o descarrilamento do trem.

“Estamos falando disso há tempos. Sempre batemos na mesma tecla. As vias permanentes devem receber manutenção preventiva e permanente. E, como isso não ocorre na prática, acabam acontecendo acidentes como esse”, denuncia.

Para ele, quando chove, é necessário haver rondas periódicas nos locais de risco para verificar os estragos causados e alertar os maquinistas. O diretor de Operações da ALL, Alexandre Zanelato, afirmou que uma ronda foi realizada por volta das 19h na noite anterior do acidente e constatou normalidade no exato ponto do ocorrido.

Entretanto, Roque Ferreira aponta que a chuva durou a noite toda e a ronda realizada nesse horário não seria suficiente para identificar novos problemas causados. “Todos sabem os pontos críticos nos quais podem aparecer problemas quando chove muito. O certo seria ter feito uma nova checagem para a prevenção”.

Outro item criticado por ele é a condução individual dos vagões. Para Roque, “o certo seria ter o maquinista e um auxiliar em toda viagem”. Ele explica que, em casos assim, a dupla é útil uma vez que o maquinista tem autonomia para parar o veículo e o auxiliar pode descer e fazer a verificação das condições da linha.

“As empresas acham que isso não é necessário e a maioria não adota o trabalho em duplas. Essa ausência aliada às condições da malha e à falta de manutenção certamente foram responsáveis pelo que ocorreu. O acidente poderia ter sido evitado”, conclui.
Fonte: JCNet

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Especialista alerta para o mau uso do ar–condicionado.

O calor intenso sentido neste começo de verão tem feito o aparelho de ar-condicionado voltar à ativa. Entretanto, antes de utilizá-lo, o consumidor deve ficar atento a alguns cuidados. Sem uma manutenção adequada, o uso do ar-condicionado pode provocar diversas doenças respiratórias, alerta o médico pneumologista Antônio Carlos Lemos.

"Deve-se limpar o aparelho com frequência para evitar a acumulação de sujeira e a consequente transmissão de ácaros, bactérias e vírus", salienta o especialista.

Segundo o médico, o mau uso do aparelho doméstico pode agravar o estado de saúde de quem já possui problemas respiratórios, como asma, rinite e sinusite. Em casos de instalação de sistemas de ar-condicionado central, como é comum em empresas e locais de grande circulação de pessoas, Lemos alerta que o risco é ainda maior. "Este tipo de aparelho pode propagar a bactéria Legionella, que causa pneumonia grave", informa.

Para salientar o risco a que a população corre, ele relembra o caso do ministro Sérgio Motta, que faleceu em 1998 vítima de uma infecção pulmonar causada pela bactéria.

Prevenção - Para evitar danos à saúde, o ideal é limpar o filtro do aparelho de ar-condicionado todo mês, explica a proprietária da JTS Refrigeração, empresa especializada em ares-condicionados, Consuelo Rocha. "Deve-se puxar o filtro e fazer a higienização com água e detergente neutro", ensina.

São vários os benefícios do simples ato de limpar o filtro do ar-condicionado. "Além de prevenir doenças, aumenta a vida útil do aparelho e diminui o gasto com energia elétrica", conta Consuelo.

Porém, o cuidado não está apenas no alcance doméstico e a população deve recorrer a profissionais especializados na manutenção. Ela explica também que uma outra higienização, mais profunda, deve ser realizada no mínimo uma vez ao ano por uma empresa especializada.

Monitoramento - Já quem não utiliza o ar-condicionado com frequência, segundo ela, necessita realizar periodicamente alguns ajustes, como a regulagem do aparelho e a aplicação de um anticorrosivo no compressor do ar-condicionado. "Se ficar muito tempo sem uso, o salitre pode corroer o compressor e o ar-condicionado não funcionar. Principalmente em uma cidade com muito salitre, como Salvador", afirma.

Em empresas, a manutenção deve ser realizada mensalmente por especialistas, de acordo com Lemos. "Os funcionários devem exigir que a empresa possua um contrato de manutenção periódica dos aparelhos de ar-condicionado", informa o pneumologista Antônio Lemos. Ele afirma ainda que a fiscalização dos contratos deve ser exercida pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da instituição.
Fonte: A Tarde

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Os segredos para uma apresentação perfeita.

Especialistas explicam como agir frente ao público de modo eficiente.

Falar para um público, que em vários casos não se trata de amigos nem familiares, pode ser uma árdua tarefa. As coisas se complicam ainda mais quando, junto ao nervosismo, há o desafio de convencer um cliente a aceitar uma proposta.

Se, hoje, programas como o Power Point facilitam a vida de quem precisa fazer uma apresentação, por si, eles não são suficientes. Ser um bom orador será sempre necessário. "Tenho uma premissa: antes de uma apresentação, é preciso se preparar, prever e praticar. Desta forma é possível desenvolver melhores opções de reação, caso as coisas não aconteçam como foram planejadas inicialmente", afirma Maureen Boys, atriz e secretária acadêmica da Escola de Teatro da Universidade Católica do Chile.

Existem aspectos que devem estar presentes na de se colocar em campanha para realizar uma apresentação perfeita.

Dominar o tema

Antes de qualquer técnica, o fundamental é conhecer o assunto sobre o qual falará: apaixonar-se o máximo possível, para se convencer do que diz. "Creio que, se não está convencido, acaba passando apenas ideias, frases, dados e o processo de comunicação fica fraturado. Quando temos o convencimento real é o primeiro passo para comunicar frente à audiência em qualquer formato", explica Fernando Gómez, chefe do departamento de difusão da Universidad Autónoma Metropolitana - Unidade Cuajimalpa.

Contato visual

Fingir observar a audiência, mirar um ponto perdido no espaço ou olhar fixamente para alguém em específico podem ser estratégias de um orador treinado. No entanto, Boys aconselha que o ideal é observar a um individuo em particular, porque desta forma "é possível atuar a partir dos seus gestos. Por exemplo: se a audiência coloca cara de interrogação, você pode repetir a informação ou incentivar que sejam feitas perguntas".

Outro aspecto que precisa estar presente é a direção para onde se olha, porque fixar o olhar no teto não é o mesmo que olhar para o chão. Além do mais, concentrar-se nesses pontos por largos espaços de tempo não é conveniente, porque o público tende a seguir o olhar do expositor, e esses destinos não são muito inspiradores. O pior, em todo caso, é ater-se apenas ao que está escrito num quadro ou apresentado em um retroprojetor. Por quê? Pode refletir falta de conhecimento e é quase como se o apresentador dissesse "aqui não sou necessário".

"O interessante, então, é que geramos uma dupla retenção: visual e vocal. E no caso de não se sentir capaz de olhar no olho das pessoas, buscar um ponto médio para onde se dirigir", diz Boys.

Não temer as pausas

Ficar em silêncio, às vezes, não é tão grave. Uma das maiores preocupações de quem faz uma apresentação é não saber o que dizer na hora certa ou responder diante de uma pergunta. Se em um cenário complicado como esses a sua resposta é ficar com as pernas bambas, a pausa pode ser um bom momento para que a audiência absorva o conteúdo do que foi explicado e recapitule as informações.

Autenticidade

É verdade que pode ser tentador mudar a atitude nos casos em que a pessoa seja muito tímida ou, ao contrário, bastante extrovertida. Em ambos os casos se recomenda primar pela essência do indivíduo e manejar as habilidades que se encontram pouco desenvolvidas.

Também é importante saber que – assim as redundâncias verbais – as gestuais devem ser evitadas. Fazer uma apresentação com lápis e papel na mão pode irritar o público, por conta dos movimentos ou, até mesmo, o barulho.

Transmitir segurança

Ainda que o domínio sobre o tema dê segurança imediata ao expositor sobre o que se fala, há aspectos de locução que podem ajudar a ficar mais tranqüilo. Para isso existem técnicas de respiração, mas a primeira recomendação de Gómez é identificar qual tipo de respiração se tem. O ideal é possuir uma respiração completa, que compreenda abdome, tórax e clavícula.

"Se inspiro de forma correta, permito que meus pulmões tenham maior capacidade e, assim, a fala soe melhor. Muitas vezes, por conta da pressão, colocamos muita tensão sobre os ombros. Enfim, o fundamental é ser consciente de como funciona o corpo e onde está o bloqueio corporal que provoca as tensões.

Adaptar-se ao público

"É preciso focar-se nas pessoas a quem vai se dirigir para, assim, criar um parâmetro. Dessa forma será possível eleger o tom adequado", diz Gómez. "Apresentar os resultados de um projeto não é a mesma coisa de transmitir a missão e a visão de uma companhia. Diante de ambas as circunstâncias, o corpo se comporta naturalmente de maneira diferente, e é preciso segui-lo", afirma.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Orientação amplia consumo de vegetais entre trabalhadores.

A realização de ações em empresas para incentivar o consumo de frutas, legumes e verduras, aumentaram o consumo desses alimentos entre os trabalhadores. O trabalho do nutricionista Daniel Bandoni, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP , que envolveu cerca de 20 mil trabalhadores em 15 empresas de São Paulo, aponta que os ambientes de trabalho favorecem a realização de intervenções para difundir informações sobre alimentação saudável.

O estudo foi realizado em empresas cadastradas no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), do Ministério do Trabalho e Emprego, que oferecem refeições aos funcionários. A intervenção começou com enfoque nos gestores dos restaurantes, para demonstrar a importância da inclusão de frutas, legumes e verduras nos cardápios. "Isso inclusive está previsto na legislação do PAT", diz Bandoni. "Os preparadores de alimentos participaram de oficinas culinárias, onde aprenderam receitas e técnicas de apresentação das refeições."

Para os trabalhadores, foi colocado a disposição nos refeitórios um álbum com informações sobre alimentação saudável. "Nas áreas de distribuição das refeições, marcadores indicavam as opções mais saudáveis, como saladas e frutas", conta o nutricionista. "A orientação sobre hábitos alimentares adequados se estendeu ao ambiente da empresa, como os jornais internos, cardápio dos refeitórios e em cartazes espalhados nas dependências das empresas."

A oferta de legumes, verduras e frutas foi analisada nas refeições oferecidas aos empregados. "Os cardápios passaram a oferecer aproximadamente 50 gramas (g) a mais desses alimentos por usuário no almoço", afirma o pesquisador. Também se observou uma maior oferta de fibras nas refeições, decorrente da maior presença de frutas e hortaliças. "Houve ainda uma redução significativa do percentual de gorduras, que não era o objetivo da pesquisa, indicando uma possível extensão dos efeitos benéficos das intervenções a outros componentes da alimentação."

Consumo

Antes da implantação das ações, o consumo médio de frutas, legumes e verduras no almoço era de 104 g por pessoa entre os trabalhadores pesquisados. Depois da intervenção, ele aumentou para 123 g. "O aumento no consumo deste alimentos foi superior a 15%, ficando além do que esperávamos como resultado da intervenção", conta Bandoni. O consumo recomendado é de 400 g por dia.

De acordo com o nutricionista, a pesquisa demonstrou que o espaço do ambiente de trabalho é um bom cenário de incentivo à saúde. "O estudo abordou a questão da alimentação, mas também é possível promover a atividade física, por exemplo", ressalta. "Assim como ações nos locais de trabalho ajudaram no controle do fumo, essa estratégia também pode funcionar com a alimentação saudável, entre outras questões."

Bandoni observa que em algumas empresas, a instalação de máquinas que vendem refrigerantes e salgadinhos se torna um estímulo à alimentação inadequada. "O ideal seria a implantação de um refeitório, para tornar a oferta de alimentos mais adequada", aponta. "A distribuição de vale-refeição também não garante que os funcionários venham a se alimentar de forma correta."

Quanto as políticas públicas, o nutricionista sugere que o governo federal forneça orientação sobre práticas alimentares saudáveis às empresas que se cadastrarem no PAT. A pesquisa teve orientação da professora Patrícia Constante Jaime, da FSP.
Fonte: Revista Proteção

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Portaria Nº 194 altera a Norma Regulamentadora 6.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

PORTARIA N.º 194 DE 07 DE DEZEMBRO DE 2010

(DOU de 08/12/10 - Seção 1 - Pág. 85)

Altera a Norma Regulamentadora n.º 6 (Equipamentos de Proteção Individual - EPI).

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e a DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso das atribuições conferidas pelos arts. 14, inciso II, e 16, inciso I, do Decreto n.º 5.063, de 3 de maio de 2004 e em face do disposto no inciso II do art. 155 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto n.º 5.452, de 1º de maio de 1943 e art. 2º da Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, resolvem:


Art. 1º Alterar o item 6.5 e seu subitem 6.5.1, da Norma Regulamentadora n.º 6 (Equipamentos de Proteção Individual - EPI) que passa a vigorar com a seguinte redação:

"6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

6.5.1 Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários."


Art. 2º Alterar os itens 6.6, 6.7 e as alíneas "a", "b", "c", e "d" do item 6.8.1 e incluir a alínea "k" no item 6.8.1 e o subitem 6.8.1.1 na NR-6, que passa a vigorar com a seguinte redação: "6.6 Responsabilidades do empregador.

6.7 Responsabilidades dos trabalhadores.

6.8 Responsabilidades de fabricantes e/ou importadores.

6.8.1 O fabricante nacional ou importador deverá:

a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

b) solicitar a emissão do CA;

c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho;

d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado;

...

k) fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e higienização de seus EPI, indicando quando for o caso, o número de higienizações acima do qual é necessário proceder à revisão ou à substituição do equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as características de proteção original.

6.8.1.1 Os procedimentos de cadastramento de fabricante e/ou importador de EPI e de emissão e/ou renovação de CA devem atender os requisitos estabelecidos em Portaria específica."


Art. 3º Excluir as alíneas "c" e "d" do item 6.9.1, o item 6.10, o subitem 6.10.1 e os Anexos II e III da NR-6.

 
Art. 4º Alterar o Anexo I - LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - da Norma Regulamentadora n.º 6, que passa a vigorar de acordo com o Anexo a esta Portaria.


Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.


RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA
Secretária de Inspeção do Trabalho

JÚNIA MARIA DE ALMEIDA BARRETO
Diretora do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho



ANEXO

ANEXO I DA NORMA REGULAMENTADORA N.º 06

LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

A.1 - Capacete

a) capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;

b) capacete para proteção contra choques elétricos;

c) capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos.

A.2 - Capuz ou balaclava

a) capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica;

b) capuz para proteção do crânio, face e pescoço contra respingos de produtos químicos;

c) capuz para proteção do crânio e pescoço contra agentes abrasivos e escoriantes.


B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

B.1 - Óculos

a) óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes;

b) óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

c) óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;

d) óculos para proteção dos olhos contra radiação infravermelha.

B.2 - Protetor facial

a) protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas volantes;

b) protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha;

c) protetor facial para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

d) protetor facial para proteção da face contra riscos de origem térmica;

e) protetor facial para proteção da face contra radiação ultravioleta.

B.3 - Máscara de Solda

a) máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes, radiação ultra-violeta, radiação infra-vermelha e luminosidade intensa.


C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA

C.1 - Protetor auditivo

a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2;

b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2;

c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2.


D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

D.1 - Respirador purificador de ar não motorizado:

a) peça semifacial filtrante (PFF1) para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas;

b) peça semifacial filtrante (PFF2) para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos;

c) peça semifacial filtrante (PFF3) para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;

d) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros para material particulado tipo P1 para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas; e ou P2 para proteção contra poeiras, névoas e fumos; e ou P3 para proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;

e) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros químicos e ou combinados para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores e ou material particulado.

D.2 - Respirador purificador de ar motorizado:

a) sem vedação facial tipo touca de proteção respiratória, capuz ou capacete para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos e ou contra gases e vapores;

b) com vedação facial tipo peça semifacial ou facial inteira para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos e ou contra gases e vapores.

D.3 - Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido:

a) sem vedação facial de fluxo contínuo tipo capuz ou capacete para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%;

b) sem vedação facial de fluxo contínuo tipo capuz ou capacete para proteção das vias respiratórias em operações de jateamento e em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%;

c) com vedação facial de fluxo contínuo tipo peça semifacial ou facial inteira para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%;

d) de demanda com pressão positiva tipo peça semifacial ou facial inteira para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%;

e) de demanda com pressão positiva tipo peça facial inteira combinado com cilindro auxiliar para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio menor ou igual que 12,5%, ou seja, em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS).

D.4 - Respirador de adução de ar tipo máscara autônoma:

a) de circuito aberto de demanda com pressão positiva para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio menor ou igual que 12,5%, ou seja, em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS);

b) de circuito fechado de demanda com pressão positiva para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio menor ou igual que 12,5%, ou seja, em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS).

D.5 - Respirador de fuga

a) respirador de fuga tipo bocal para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores e ou material particulado em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS).


E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E.1 - Vestimentas

a) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem térmica;

b) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica;

c) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem química;

d) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem radioativa;

e) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem meteorológica;

f) Vestimentas para proteção do tronco contra umidade proveniente de operações com uso de água.

E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica.


F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

F.1 - Luvas

a) luvas para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) luvas para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes;

c) luvas para proteção das mãos contra choques elétricos;

d) luvas para proteção das mãos contra agentes térmicos;

e) luvas para proteção das mãos contra agentes biológicos;

f) luvas para proteção das mãos contra agentes químicos;

g) luvas para proteção das mãos contra vibrações;

h) luvas para proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água;

i) luvas para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

F.2 - Creme protetor

a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes químicos.

F.3 - Manga

a) manga para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos;

b) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes;

c) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes cortantes e perfurantes;

d) manga para proteção do braço e do antebraço contra umidade proveniente de operações com uso de água;

e) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes térmicos.

F.4 - Braçadeira

a) braçadeira para proteção do antebraço contra agentes cortantes;

b) braçadeira para proteção do antebraço contra agentes escoriantes.

F.5 - Dedeira

a) dedeira para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes.


G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

G.1 - Calçado

a) calçado para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos;

b) calçado para proteção dos pés contra agentes provenientes de energia elétrica;

c) calçado para proteção dos pés contra agentes térmicos;

d) calçado para proteção dos pés contra agentes abrasivos e escoriantes;

e) calçado para proteção dos pés contra agentes cortantes e perfurantes;

f) calçado para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água;

g) calçado para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos.

G.2 - Meia

a) meia para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

G.3 - Perneira

a) perneira para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) perneira para proteção da perna contra agentes térmicos;

c) perneira para proteção da perna contra respingos de produtos químicos;

d) perneira para proteção da perna contra agentes cortantes e perfurantes;

e) perneira para proteção da perna contra umidade proveniente de operações com uso de água.

G.4 - Calça

a) calça para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) calça para proteção das pernas contra respingos de produtos químicos;

c) calça para proteção das pernas contra agentes térmicos;

d) calça para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água.


H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

H.1 - Macacão

a) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;

b) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

c) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H.2 - Vestimenta de corpo inteiro

a) vestimenta para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos;

b) vestimenta para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente de operações com água;

c) vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos.


I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

I.1 - Dispositivo trava-queda

a) dispositivo trava-queda para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

I.2 - Cinturão

a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura;

b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura.

Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser expedida pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após observado o disposto no subitem 6.4.1.
Fonte: DOU