Manhã tranqüila. Os bombeiros como fazem todos os dias, se posicionam em formação em pé em frente ao pavilhão de comando para preleções do oficial de serviço e para prestar as homenagens regulamentares dos símbolos nacionais.
Na cidade, o povo mantém sua rotina ordeneira e trabalhadora. Num bairro pobre da zona leste, uma senhora se prepara para fazer o que faz todos os dias, que é limpar a casa. não a sua, neste horário, mas a da sua patroa.
Neste dia porém, a pessoa que costuma ficar com seu filho de apenas 2 anos e 2 meses não pôde comparecer por problemas de saúde. Por isso, sem outra alternativa, esta senhora, que a partir de agora lhe daremos o codinome "Eva", levou consigo seu filho.
Nos bombeiros, tudo continuava calmo. As guarnições saem somente para abastecimento de combustível. Inclusive a que chamamos de "Comando Operacional" que tinha no seu interior um capitão e um cabo, esta também está nas ruas tanto para serviços administrativos quanto para apoio das guarnições.
Em dado momento, ouve-se pelo rádio a seguinte conversação:
- "ABS, COBOM. - "QRV". "Desloque-se ao bairro São Francisco entre na rua União à direita e em seguida dobre na sexta rua à esquerda. A ocorrência é no final desta. - "Qual a situação?" - "Uma criança caiu de cabeça para baixo dentro de um balde com água".
De imediato a guarnição tomou aquela direção e partiu no trânsito com brevidade (velocidade alta, sirene e giroscópio ligados). A guarnição "Comando Operacional" que estava ouvindo o rádio, também se deslocou nas mesmas condições e para o mesmo local.
Dali alguns minutos, uma nova mensagem é ouvida pelo rádio de comunicação:
- "OK, ABS! A criança está em óbito. A mãe dela nos passou que estava mergulhada no líquido a mais de 20 minutos.
Naturalmente a guarnição diminuiu a velocidade para pela segurança do trânsito. Contudo, a guarnição "Comando Operacional" ouviu a mesma mensagem e interpretou diferente. Chega a conclusão que a ocorrência requeria ainda mais brevidade, pois se passaram essa mensagem, é porque a criança estava inconsciente e sem respirar. Seu comandante mandou acelerar ainda mais a viatura para chegar mais rápido no local.
Lá chegando, deparou-se com uma mulher (Eva, lembra?) com uma criança no colo (seu filho), este estava desacordado. O capitão foi para o baú da viatura com a criança enquanto o cabo conduzia a viatura para o Hospital de Base.
No baú, o socorrista procurou verificar a respiração da criança, e constatou que a mesma não mais respirava. Fez ventilação artificial (boca a boca, pois não tinha o chamado "ambu"), observou que a caixa torácica movimentava (estava com a passagem do ar desobistruida), repetiu a manobra e observou a mesma coisa, aferiu então o pulso braquial e não conseguiu senti-lo (inconsciência, sem respiração e sem pulso). De imediato optou por uma manobra de "reanimação cardiopulmonar" na criança, vindo esta voltar a respirar no segundo ciclo.
Daí por diante, durante todo o percurso esta criança foi monitorada através dos sentidos: tato, audição e visão do socorrista. Por mais duas vezes a criança veio a parar de respirar. Voltou em ambas graças a pronta intervenção do socorrista, isso tudo presenciado por Eva.
No hospital ouve um princípio de desentendimento, pois o chefe da equipe médica, depois de analisar sumariamente a criança, que naquele momento gritava e chorava, mandou que os bombeiros a levasse para o hospital Cosme e Damião, daí o comandante daquela GU negou e disse que a criança já estava ali, o médico já a analisou e a responsabilidade era de e que para transportar-la para outro hospital era de responsabilidade da equipe médica de plantão.
Resultado: a criança ficou no hospital junto com os bombeiros e foi devidamente atendida.
Passado alguns dias o capitão dos bombeiros que atendeu a ocorrência foi até a casa conversar com Eva, mãe da criança, onde a mesma lhe contou que após sua saída a criança teve outra parada cardíaca e foi reanimada pelos médicos de plantão, seu filho passou uma semana internado sem ver nem ouvir temporariamente, mas que agora, graças a Deus, estava tudo muito bem, o que pode ser constatado pelo oficial que a toda hora observava a criança a brincar pela casa.
Para refletir: Se tivéssemos entendido a mensagem como os demais e desistido do deslocamento?
Se tivéssemos atendido ao médico a criança teria mais uma parada dentro da viatura. Será que teríamos condições de reverter a outra parada cardíaca sem os devidos equipamentos e medicamentos adequados?
Mais uma vez o Corpo de Bombeiros cumpriu sua missão: "Vidas alheias e riqueza, salvar".
Mais uma vez o Corpo de Bombeiros cumpriu sua missão: "Vidas alheias e riqueza, salvar".
Por: Cleildo Rodrigues de Cristo - Cap BM
Um comentário:
Essa eh apenas uma das milhares de missoes que ele realizou...
Missoes como essas que o tornaram perfeitoOo!!!
"VIDAS ALHEIAS, RIQUEZAS A SALVAR!"
♥ TuDo QuE é BoM dUrA pOkO mAs O sUfIcIeNtE pArA c ToRnAr InEsqUeSiVeL ... ♥
♥By: Taiane de Cristo
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