Estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade aponta que ao menos 4.655
pessoas morreram em decorrência da poluição do ar na capital paulista em 2011. O
levantamento, coordenado pela médica, especialista em Patologia Clínica e
Microbiologia e doutora em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP), Evangelina da M. P. A. de Araujo Vormittag, foi
apresentado durante o seminário Mobilidade Urbana x Saúde Pública em São Paulo,
no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo, na noite desta segunda-feira
(23).
Com base neste estudo, constatou-se que se morre mais em São Paulo por causa
da poluição, por ano, do que em acidentes de trânsito. Em 2011, ao menos 1.556
pessoas morreram nas ruas da cidade, por exemplo. A poluição em São Paulo mata
três vezes e meia mais do que o câncer de mama (1.277 mortes) e quase seis vezes
mais que a Aids, com 874 vítimas.
Segundo os dados apresentados, as médias anuais de MP 2,5 (material
particulado em suspensão no ar; 2,5 é a poeira considerada mais fina) de todas
as estações de medição da Cetesb no estado situam-se entre 20 e 25 microgramas
por metro cúbico, acima do padrão de 10 microgramas por metro cúbico
estabelecido como limite pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2011, a
média da capital paulista foi de 22,17 μg/m³ de MP 2,5.
O estudo estabelece uma relação direta entre poluição e densidade
populacional. Todos os 29 municípios do estado com estações de medição da
Cetesb, sem exceção, apresentaram média anual de MP2,5 acima do padrão da OMS.
Ao menos 21 delas situam-se acima dos níveis de 20 μg/m³, o dobro. E 11
municípios estão acima ou igual aos níveis de MP2,5 da cidade de São Paulo
(22,17 μg/m³): Americana, Araçatuba, Cubatão, Mauá, Osasco, Guarulhos, Paulínia,
Santos, São Bernardo, São Caetano, São José do Rio Preto e Taboão da Serra.
De acordo com o levantamento, de 2006 até 2011, ano da publicação do guia da
OMS com os novos padrões a serem seguidos, morreram em decorrência da poluição
99.084 pessoas em todo o estado de São Paulo, o equivalente à população de uma
cidade de 100 mil habitantes.
A poluição atmosférica foi responsável pela morte de dois milhões de pessoas
no mundo em 2011, sendo 65% deste total na Ásia, mais de 200% acima dos números
de uma década antes (800 mil).
Em São Paulo, por exemplo, estima-se um excesso de sete mil mortes prematuras
ao ano na região metropolitana, decorrentes do impacto da poluição na saúde das
pessoas, além da redução de 1,5 anos de vida, com um custo financeiro que,
dependendo da métrica utilizada, pode variar entre centenas de milhões a mais de
um bilhão de dólares por ano.
O objetivo do estudo é o de fazer uma avaliação dos dados ambientais de
poluição atmosférica, estimativa do impacto em saúde pública (mortalidade e
adoecimento) e sua valoração em gastos públicos e privados, no estado de São
Paulo, em função da adoção dos padrões de poluição atmosférica preconizados pela
Organização Mundial de Saúde durante o período de 2006 a 2011, segundo o
Instituto Saúde e Sustentabilidade.
Fonte: G1
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